Questões de Português - Gramática - Sintaxe - Predicado
Aponte a alternativa em que o predicado da oração seja nominal.
Leia o texto a seguir, intitulado GRAMÁTICA, publicado em uma rede social pelo escritor amazonense Sérgio Freire:
Quando ele disse “eu gosto de você”, ela ficou sem fala. Ela já sabia disso. Ele já tinha dito de outras formas, por meio de gestos, por meio de olhares, por meio de indiretas. Mas ouvir as palavras ditas naquela oração simples a deixou nas nuvens. Um sentimento que já lhe habitava sorriu e se arrumou, com sua melhor roupa, em forma de pronome, sujeito e predicado. Flutuou cantando pelos ares nos fonemas surdos e sonoros e bailou na prosódia. As palavras mexeram com a semântica de seus afetos e bagunçaram a sua sintaxe particular. A linguagem pode ter coordenadas sindéticas de várias formas, comparativos sintéticos e analíticos, verbos regulares e defectivos. Mas a força da linguagem surge mesmo quando se fala – mesmo pelo silêncio. Porque a língua surge em forma de oração. Por isso é divina. Quando se trata de amor, não oração há sem sujeito.
Fonte: https://bit.ly/40J0UV5
Sobre o texto, considere as afirmativas a seguir:
I. O autor faz uso de metalinguagem, já que faz referência à linguagem para transmitir uma ideia sobre a linguagem.
II. No trecho “Um sentimento que já lhe habitava sorriu e se arrumou, com sua melhor roupa, em forma de pronome, sujeito e predicado”, observa-se uma prosopopeia.
III. No trecho “Ele já tinha dito de outras formas, por meio de gestos, por meio de olhares, por meio de indiretas”, observa-se uma paranomásia.
IV. No trecho “Porque a língua surge em forma de oração. Por isso é divina”, verificamos a polissemia do substantivo oração.
V. No trecho “Um sentimento que já lhe habitava sorriu e se arrumou”, a função sintática assumida pela palavra que é a de objeto direto.
Assinale a alternativa CORRETA:
Assinale a alternativa que não contém predicado verbo-nominal.
Do ponto de vista sintático, é correto afirmar:
A tirinha de Quino é composta por quatro sequências. A partir desse texto sobre Mafalda e de conhecimentos pessoais prévios, avalie as afirmações a seguir.
I. Mafalda revela sensibilidade e incômodo ao ver moradores de rua que não têm acesso a direitos básicos garantidos na Constituição Federal. Entretanto, ao usar o sujeito indeterminado (terceira sequência), a menina protege os omissos que não defendem/garantem os direitos das pessoas que vivem na pobreza, ao não revelar o nome nem cargo e/ou função dos possíveis responsáveis.
II. Susanita, interlocutora de Mafalda, se contradiz, porque na primeira fala (segunda sequência), ao usar um elemento coesivo de adição, ela concorda com Mafalda sobre o sentimento de compaixão em relação aos pobres. Entretanto, na segunda fala (quarta sequência), ao afirmar que deveria esconder os pobres, ela sugere a prática do higienismo social urbano.
III. No período “deviam dar casa, trabalho, proteção e bem- -estar aos pobres”, o predicado é verbo-nominal.
Está correto o que se afirma em:
TEXTO
É proibido achar
Chego em casa à noite, exausto. A mesa vazia. Nada sobre o fogão. Nem no forno. Nem na
geladeira. Não há jantar. Pior! Os ovos, sempre providenciais, acabaram. Sou forçado a me contentar
com um copo de leite e bolachas. No dia seguinte, revolto-me diante da empregada.
— Passei fome!
[5] — Ih! Achei que o senhor não vinha jantar!
Solto faíscas que nem um fio desencapado ao ouvir o verbo “achar” em qualquer conjugação.
É um perigo achar. Não no sentido de expressar uma opinião, mas de supor alguma coisa. Tenho
trauma, é verdade! Tudo começou aos 9 anos de idade. Durante a aula, fui até a professora e pedi:
— Posso ir ao banheiro?
[10] Ela não permitiu. Agoniado, voltei à carteira. Cruzei as pernas. Cruzei de novo. Torci os pés.
Impossível escrever ou ouvir a lição. Senti algo morno escorrendo pelas pernas. Fiz xixi nas calças!
Alguém gritou:
— Olha, ele fez xixi!
Dali a pouco toda a classe ria. E a professora, surpresa:
[15] — Ih… eu achei que você pediu para sair por malandragem!
Vítima infantil, tomei horror ao “achismo”. Aprendi: sempre que alguém “acha” alguma coisa,
“acha” errado. Meu assistente, Felippe, é mestre no assunto.
— Não botei gasolina no carro porque achei que ia dar! — explica, enquanto faço sinais na
estrada tentando carona até algum posto.
[20] Inocente não sou. Traumatizado ou não, também já achei mais do que devia. Quase peguei
pneumonia na Itália por supor que o clima estaria ameno e não levei roupa de inverno. Palmilhei
mercadinhos de cidades desconhecidas por imaginar que hotéis ofereceriam pasta de dente. Deixei de
ver filmes e peças por não comprar ingressos com antecedência ao pensar que estariam vazios. Fiquei
encharcado ao apostar que não choveria, apesar das previsões do tempo. Viajei quilômetros faminto
[25] por ter certeza de que haveria um bar ou restaurante aberto à noite em uma estrada desconhecida.
Há algum tempo vi um livro muito interessante em um antiquário. Queria comprá-lo. Como ia
passar por outras lojas, resolvi deixar para depois.
— Ninguém vai comprar esse livro justo agora! — disse a mim mesmo.
Quando voltei, fora vendido. Exemplar único.
[30] — O senhor podia ter reservado — disse o antiquário.
— É, mas eu achei…
Mas eu me esforço para não achar coisa alguma. Quem trabalha comigo não pode mais achar.
Tem de saber. Mesmo assim, vivo enfrentando surpresas. Nas relações pessoais é um inferno: encontro
pessoas que mal falavam comigo porque achavam que eu não gostava delas. Já eu não me aproximava
[35] por achar que não gostavam de mim! Acompanhei uma história melancólica.
Dois colegas de classe se encontraram trinta anos depois. Ambos com vida amorosa péssima,
casamento desfeito. Com a sinceridade que só a passagem do tempo permite, ele desabafou:
— Eu era apaixonado por você naquela época. Mas nunca me abri. Achei que você não ia querer
nada comigo. Ela suspirou, arrasada.
[40] — Eu achava você o máximo! Como nunca se aproximou, pensei que não tinha atração por
mim!
Os dois se encararam arrasados. E se tivessem namorado? Talvez a vida deles fosse diferente!
É óbvio, poderiam tentar a partir de agora. Mas o que fazer com os trinta anos passados, a bagagem de
cada um?
[45] Quando alguém me diz:
— Eu acho que…
Respondo:
— Não ache, ninguém perdeu nada.
Adianta? Coisa nenhuma! Vivo me dando mal porque alguém achou errado! Sempre que posso,
[50] insisto:
— Se não sabe, pergunte! É o lema que adotei: melhor que achar, sempre é verificar!
CARRASCO, Walcyr. Disponível em: https://vejasp.abril.com.br/cidades/cronica-proibido-achar/. Acesso em: 07 set. 2019.
Assinale a alternativa em que os verbos destacados possuem a mesma classificação quanto à predicação.
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