Fonte
A odisseia da família começou em 2010, quando Semira foi forçada a fugir da perseguição na Eritreia. Em vez de arrastar seus filhos para o desconhecido, ela tomou a difícil decisão de deixá-los com os avós enquanto procurava um refúgio seguro para a família. (...) em 2015, Kedija e Yonas também foram forçados a fugir da insegurança em Eritreia e cruzar a fronteira para a Etiópia. Semira perdeu contato com eles por vários meses enquanto seu irmão, que também estava na Etiópia, procurava desesperadamente por eles. (...) encontrou-os vivendo sozinhos em um campo de refugiados próximo à fronteira da Etiópia com a Eritreia e prometeu fazer tudo o que pudesse para reuni-los com sua mãe, que agora estava morando na Suíça. Em meados de 2017 (...). O trio enfrentou altas temperaturas, sede e fome enquanto pediam caronas em caminhões e ônibus pela Etiópia e pelo Sudão, esforçando-se para chegar à costa sul do mar Mediterrâneo. No entanto, (...) na fronteira do Sudão com a Líbia, (...) o grupo foi violentamente sequestrado por contrabandistas, que descobriram que a mãe das crianças vivia na Suíça e exigiram resgate para libertá-los. Como Semira era incapaz de atender às demandas financeiras dos criminosos, Kedija e Yonas foram separados de seu tio e vendidos para um contrabandista, ficando aterrorizados e mais vulneráveis do que nunca. Várias semanas depois, eles foram inesperadamente libertados e deixados vagando perdidos e sozinhos no vasto deserto da Líbia. Foram descobertos e acolhidos por um grupo de eritreus, que também planejavam embarcar para a Europa, levando-os com eles. Contudo, o barco foi interceptado e as crianças foram devolvidas para a Líbia e detidas. Então, puderam ligar para sua mãe. “Passei dias e noites rezando por eles, apesar de todos ao meu redor perderem as esperanças, até o dia em que ouvi a voz da minha filha pela primeira vez em vários meses”, lembrou Semira. (...) o governo suíço concordou em conceder-lhes vistos humanitários para se juntarem à mãe. O ACNUR trabalhou com as autoridades da Líbia e da Tunísia para organizar a documentação necessária para a libertação e transporte de Kedija e Yonas para a Suíça através da Tunísia. (...) Captando a primeira imagem de seus filhos cansados e desorientados no portão de desembarque do aeroporto, oito anos de preocupação e saudade desapareceram enquanto ela corria até eles e se enterrava em seus abraços em êxtase; seguros, felizes e reunidos, finalmente. (*Todos os nomes foram alterados para fins de proteção)
CENTRO de Informações das Nações Unidas. “Adolescentes reencontram mãe na Suíça oito anos depois de fugir da Eritreia”. 1o fev. 2019. Disponível em: https://unicrio. org.br/adolescentes-reencontram-mae-na-suica-oito-anos-depois-de- fugir-da-eritreia/ Acesso em: 15 out. 2022. (Texto adaptado)
A Eritréia é a nação mais jovem do continente africano, ainda assim, faz parte de um histórico de ocupação e domínios, principalmente por estar em uma região estratégica de comércio, envolvendo o Oceano Índico, o Mar Vermelho e o Mar Mediterrâneo. Nominada como “nação da diáspora”, experimenta, mesmo após a Independência no início da década de 1990, denúncias das agências de Direitos Humanos e da Organização das Nações Unidas sobre as condições de subnutrição, problemas no atendimento médico e hospitalar, abusos de poder, violência e execuções. A etnia trigrínia compõe cerca de 50% da população da Eritreia, ainda assim, há mais de 11 línguas utilizadas pelo território nacional.
Diante dessas considerações e análise da fonte é CORRETO afirmar.