Texto
Prefácio
Quem fez esta manhã, quem penetrou
À noite os labirintos do tesouro,
Quem fez esta manhã predestinou
Seus temas a paráfrases do touro,
As traduções do cisne: fê-la para
Abandonar-se a mitos essenciais,
Desflorada por ímpetos de rara
Metamorfose alada, onde jamais
Se exaure o deus que muda, que transvive.
Quem fez esta manhã fê-la por ser
Um raio a fecundá-la, não por lívida
Ausência sem pecado e fê-la ter
Em si princípio e fim: ter entre aurora
E meio-dia um homem e sua hora.
(FAUSTINO, Mário. O homem e sua hora. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 61.)
Ao longo do Texto ocorrem os termos “manhã”, “meio-dia” e “noite”, que designam situações criadas a partir do movimento de rotação da Terra. Além da sucessão de períodos escuros e períodos claros, esse movimento possui outras influências no que se refere à localização latitudinal na Terra.
Tendo como referência o enunciado, bem como outras fontes de conhecimento, avalie as afirmativas a seguir:
I-Considerando-se que o raio equatorial terrestre possui cerca de 6.378 quilômetros e que o dia possui 23 horas, 56 minutos e 4,9 segundos, deduz-se que a velocidade de rotação terrestre na altura do Equador é de aproximadamente 1.674 km/h.
II-O movimento de rotação da Terra provoca uma força centrífuga, que corresponde à tendência de objetos serem lançados no sentido radial.
III-Considerando-se o sentido latitudinal, a intensidade da força centrífuga tende a ser diretamente proporcional à latitude terrestre.
IV-Para um determinado objeto que esteja na altura da linha do equador, pode-se afirmar que seu peso é menor do que se estivesse na altura dos pólos. Das alternativas apresentadas, marque o item em
que todas estão corretas:
Texto
Prefácio
Quem fez esta manhã, quem penetrou
À noite os labirintos do tesouro,
Quem fez esta manhã predestinou
Seus temas a paráfrases do touro,
As traduções do cisne: fê-la para
Abandonar-se a mitos essenciais,
Desflorada por ímpetos de rara
Metamorfose alada, onde jamais
Se exaure o deus que muda, que transvive.
Quem fez esta manhã fê-la por ser
Um raio a fecundá-la, não por lívida
Ausência sem pecado e fê-la ter
Em si princípio e fim: ter entre aurora
E meio-dia um homem e sua hora.
(FAUSTINO, Mário. O homem e sua hora. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 61.)
No verso final, o Texto faz referência ao meio-dia. Meio-dia é a hora da maior incidência da luz solar sobre uma área da superfície terrestre. Na utilização da energia solar, a luz incide sobre um painel aquecedor de água, composto por placa plana escura coberta com vidro envolvendo as tubulações. O calor recebido da radiação solar é então transferido gradualmente para as tubulações, aquecendo, então, a água, que, por convecção, fica armazenada em um reservatório termicamente isolado. Em um determinado local, com “sol a pino” (incidência perfeitamente vertical na superfície da Terra), a radiação solar tem uma potência por unidade de área igual a 600 W/m2. Suponha que em uma determinada residência o painel esteja instalado horizontalmente sobre uma laje e que 40% da potência que incide no painel é transferida para a água.
Considerando-se que a placa tem dimensões de 1,20 m × 1,00 m, a energia total transferida após 20 minutos de exposição é:
Texto
Adeus, meu Canto
Adeus, meu canto! É a hora da partida...
O oceano do povo s’encapela.
Filho da tempestade, irmão do raio,
Lança teu grito ao vento da procela.
O inverno envolto em mantos de geada
Cresta a rosa de amor que além se erguera...
Ave de arribação, voa, anuncia
Da liberdade a santa primavera.
É preciso partir, aos horizontes
Mandar o grito errante da vedeta.
Ergue-te, ó luz! — estrela para o povo,
— Para os tiranos — lúgubre cometa.
Adeus, meu canto! Na revolta praça
Ruge o clarim tremendo da batalha.
Águia — talvez as asas te espedacem,
Bandeira — talvez rasgue-te a metralha.
[...]
(ALVES, Castro. Melhores poemas de Castro Alves. 7. ed. São Paulo: Global, 2003, p. 109.)
No trecho “Filho da tempestade, irmão do raio”, que aparece no Texto, há menção a raios, que podem ser compreendidos como descargas elétricas bastante comuns em chuvas mais intensas, responsáveis por produzir um fenômeno fascinante e, ao mesmo tempo, aterrorizante. Acerca desse fenômeno atmosférico, analise as afirmativas que seguem:
I-Os raios são produzidos pela diferença potencial existente na atmosfera e se formam exclusivamente a partir das nuvens em direção ao solo.
II-Ao contrário do dito popular, os raios podem ocorrer várias vezes num mesmo local, principalmente em pontos elevados, como prédios e árvores isoladas.
III-Em termos práticos, enquanto a descarga elétrica compreende o raio, o som que ela produz deve ser denominado trovão.
IV-Quando da ocorrência de raios, os estrondos podem ser ouvidos poucos segundos antes da ocorrência da descarga elétrica que os produz.
Em relação às proposições analisadas, assinale a única alternativa cujos itens estão todos corretos:
Texto
Adeus, meu Canto
Adeus, meu canto! É a hora da partida...
O oceano do povo s’encapela.
Filho da tempestade, irmão do raio,
Lança teu grito ao vento da procela.
O inverno envolto em mantos de geada
Cresta a rosa de amor que além se erguera...
Ave de arribação, voa, anuncia
Da liberdade a santa primavera.
É preciso partir, aos horizontes
Mandar o grito errante da vedeta.
Ergue-te, ó luz! — estrela para o povo,
— Para os tiranos — lúgubre cometa.
Adeus, meu canto! Na revolta praça
Ruge o clarim tremendo da batalha.
Águia — talvez as asas te espedacem,
Bandeira — talvez rasgue-te a metralha.
[...]
(ALVES, Castro. Melhores poemas de Castro Alves. 7. ed. São Paulo: Global, 2003, p. 109.)
A referência a cometa no Texto, “— Para os tiranos — lúgubre cometa”, remete a um tipo de astro formado por gelo, rochas e gases (esses últimos, principais componentes da sua cauda). O estado gasoso foi uma das principais fontes de estudo para o desenvolvimento da Termodinâmica. Considere as afirmativas a seguir sobre as propriedades dos gases:
I-Um gás perfeito é formado por um conjunto de partículas em movimento constante e aleatório, cuja energia é função apenas da temperatura do sistema.
II-A pressão exercida por um gás é uma função da força com que as moléculas desse gás colidem com as paredes do recipiente que as contém.
III-Em um gás real, ao contrário do gás perfeito, desprezase a existência das interações intermoleculares, responsáveis pelas diferenças de comportamento entre esses tipos de gases.
IV-A Lei de Boyle, que relaciona o volume de um gás em função de sua temperatura, foi uma das principais leis que levaram à obtenção da Equação de Estado do Gás Perfeito, p.V = nRT
Assinale a alternativa que apresenta apenas afirmativas verdadeiras:
Texto
Não gostei da reunião de ontem na Casa do Couro. A reunião em si foi excelente, a melhor desde muito tempo. Todo mundo estava inspirado e tinindo, quem quis falar falou o que quis sem medo de desagradar; e quem achou que devia discordar discordou, também sem pensar em consequências. Foi uma reunião civilizada, se posso usar essa palavra que lembra tão comprometedoramente o tempo antigo. Não gostei foi de certas ocorrências marginais que observei durante os trabalhos, e que me deixaram com uma pulga na virilha, como dizemos aqui.
Pensando nesses pequeninos sinais, e juntando-os, estou inclinado a concluir que muito breve não teremos mais reuniões na Casa do Couro. É possível mesmo que a de ontem fique sendo a última, pelo menos por algum tempo, cuja duração não posso ainda precisar. As ocorrências que observei enquanto meus companheiros falavam me levam a concluir que vamos entrar numa fase de retrocessos e rejeições semelhante àquela que precedeu o fim da Era dos Inventos.
Notei, por exemplo, que os anotadores não estavam anotando nada, apenas fingiam escrever, fazendo movimentos fúteis com o carvão. Isso podia significar ou que já estavam com medo de ser responsabilizados pelo que escrevessem, ou que haviam recebido ordem de não registrar o que fosse dito na reunião. Também uns homens que nunca vi antes na Casa do Couro iam fechando sorrateiramente as janelas e fixando-as com uma substância pastosa que de longe me pareceu ser cola instantânea.
Notei ainda que um grupo de indivíduos estranhos à Casa, espalhados pelo grande salão, contava e anotava os luzeiros, as estátuas, os defumadores, as esteiras, banquetas, todos os utensílios e objetos de decoração, como leiloeiros contratados para organizar um leilão.
Não falei de minha suspeita a ninguém porque ultimamente ando muito cauteloso. Se me perguntarem por que tanta cautela, não saberei responder. Talvez seja faro, sexto sentido. A grande maioria do povo está como que enfeitiçada pelo Umahla, para eles é o Sol no céu e o Umahla na terra, julgam-no incapaz de transgredir qualquer dos Quatrocentos Princípios, baixados por ele mesmo quando tomou as rédeas depois de evaporar o Umahla antigo. Por isso acho melhor fazer de conta que penso como todo mundo, para poder continuar pescando e comendo o bom pacu, que felizmente ainda pula em nossos rios e lagos; o que não me impede de tomar precauções para não ser confundido com os bate-caixas de hoje; e na medida do possível pretendo ir anotando certas coisinhas que talvez interessem ao novo Umahla que há de vir, se eu gostar do jeito dele; mas vou fazer isso devagar, sem afobação nem imprudências, e sem alterar o meu sistema de vida.
Tanto que esta tarde vou pescar com meu irmão Rudêncio. Ele na certa vai me sondar sobre a reunião de ontem, e já armei minhas defesas. Rudêncio é meu irmão, pessoa razoavelmente correta e tudo mais, mas é casado com filha de Caincara e não devo me abrir com ele. Depois que ele casou só temos falado de pescarias, de comida — assunto que o deixa de olhos vidrados —, das festas que ele frequenta (das minhas não falo para não perder tempo ouvindo conselhos).
Vale a pena contar como foi o casamento de Rudêncio. Joanda, hoje mulher dele, estudava plantas curativas e fazia longas expedições pelas matas e campos procurando ervas raras para suas experiências. Um dia ela se separou dos companheiros numa expedição à fronteira das Terras Altas, perdeu-se na mata e não voltou ao acampamento. Os companheiros esperaram, procuraram, desistiram. Dias depois apareceu um caçador dizendo que ela tinha sido raptada por um bando de Aruguas.
O Caincara quis organizar uma expedição de resgate, chegou a reunir mais de cem voluntários, mas o Umahla vetou, e com boa razão. Estávamos empenhados na atração dos Aruguas, e uma expedição de resgate comandada por um Caincara violento estragaria o trabalho já feito. O Umahla preferia negociar.
[...]
(VEIGA, José J. Os pecados da tribo. 5. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005, p. 7-9. Adaptado.)
O fragmento do Texto “[...] o fim da Era dos Inventos.” não está de acordo com a atualidade. Hoje, nota-se o desenvolvimento acelerado de novos inventos nas variadas áreas do conhecimento. Os conhecimentos sobre eletromagnetismo são usados em inúmeras invenções. Entre elas, podemos citar o uso da força magnética para mover objetos, como no caso dos trens magnéticos. Considere um bloco de 10,0 kg, inicialmente em repouso, que deve ser acelerado por uma força resultante constante que lhe imponha uma velocidade de 180 km/h em 4 segundos. Uma barra condutora com 2,5 metros de comprimento e 4 cm de diâmetro é percorrida por uma corrente elétrica de 5 A. Considerando-se que o campo magnético é perpendicular à corrente elétrica que passa pela barra, assinale a alternativa que indica o valor correto do módulo de um campo magnético capaz de gerar,
sobre essa barra condutora, uma força magnética de valor igual à resultante usada para acelerar o bloco.
Texto
Não gostei da reunião de ontem na Casa do Couro. A reunião em si foi excelente, a melhor desde muito tempo. Todo mundo estava inspirado e tinindo, quem quis falar falou o que quis sem medo de desagradar; e quem achou que devia discordar discordou, também sem pensar em consequências. Foi uma reunião civilizada, se posso usar essa palavra que lembra tão comprometedoramente o tempo antigo. Não gostei foi de certas ocorrências marginais que observei durante os trabalhos, e que me deixaram com uma pulga na virilha, como dizemos aqui.
Pensando nesses pequeninos sinais, e juntando-os, estou inclinado a concluir que muito breve não teremos mais reuniões na Casa do Couro. É possível mesmo que a de ontem fique sendo a última, pelo menos por algum tempo, cuja duração não posso ainda precisar. As ocorrências que observei enquanto meus companheiros falavam me levam a concluir que vamos entrar numa fase de retrocessos e rejeições semelhante àquela que precedeu o fim da Era dos Inventos.
Notei, por exemplo, que os anotadores não estavam anotando nada, apenas fingiam escrever, fazendo movimentos fúteis com o carvão. Isso podia significar ou que já estavam com medo de ser responsabilizados pelo que escrevessem, ou que haviam recebido ordem de não registrar o que fosse dito na reunião. Também uns homens que nunca vi antes na Casa do Couro iam fechando sorrateiramente as janelas e fixando-as com uma substância pastosa que de longe me pareceu ser cola instantânea.
Notei ainda que um grupo de indivíduos estranhos à Casa, espalhados pelo grande salão, contava e anotava os luzeiros, as estátuas, os defumadores, as esteiras, banquetas, todos os utensílios e objetos de decoração, como leiloeiros contratados para organizar um leilão.
Não falei de minha suspeita a ninguém porque ultimamente ando muito cauteloso. Se me perguntarem por que tanta cautela, não saberei responder. Talvez seja faro, sexto sentido. A grande maioria do povo está como que enfeitiçada pelo Umahla, para eles é o Sol no céu e o Umahla na terra, julgam-no incapaz de transgredir qualquer dos Quatrocentos Princípios, baixados por ele mesmo quando tomou as rédeas depois de evaporar o Umahla antigo. Por isso acho melhor fazer de conta que penso como todo mundo, para poder continuar pescando e comendo o bom pacu, que felizmente ainda pula em nossos rios e lagos; o que não me impede de tomar precauções para não ser confundido com os bate-caixas de hoje; e na medida do possível pretendo ir anotando certas coisinhas que talvez interessem ao novo Umahla que há de vir, se eu gostar do jeito dele; mas vou fazer isso devagar, sem afobação nem imprudências, e sem alterar o meu sistema de vida.
Tanto que esta tarde vou pescar com meu irmão Rudêncio. Ele na certa vai me sondar sobre a reunião de ontem, e já armei minhas defesas. Rudêncio é meu irmão, pessoa razoavelmente correta e tudo mais, mas é casado com filha de Caincara e não devo me abrir com ele. Depois que ele casou só temos falado de pescarias, de comida — assunto que o deixa de olhos vidrados —, das festas que ele frequenta (das minhas não falo para não perder tempo ouvindo conselhos).
Vale a pena contar como foi o casamento de Rudêncio. Joanda, hoje mulher dele, estudava plantas curativas e fazia longas expedições pelas matas e campos procurando ervas raras para suas experiências. Um dia ela se separou dos companheiros numa expedição à fronteira das Terras Altas, perdeu-se na mata e não voltou ao acampamento. Os companheiros esperaram, procuraram, desistiram. Dias depois apareceu um caçador dizendo que ela tinha sido raptada por um bando de Aruguas.
O Caincara quis organizar uma expedição de resgate, chegou a reunir mais de cem voluntários, mas o Umahla vetou, e com boa razão. Estávamos empenhados na atração dos Aruguas, e uma expedição de resgate comandada por um Caincara violento estragaria o trabalho já feito. O Umahla preferia negociar.
[...]
(VEIGA, José J. Os pecados da tribo. 5. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005, p. 7-9. Adaptado.)
No Texto, temos referência a pescaria. Na prática desse esporte, usam-se molinetes ou carretilhas, instrumentos que, além de facilitarem o armazenamento da linha de pesca, podem evitar que ela arrebente quando o pescador fisga um peixe que exerce sobre a linha uma força maior que a tração máxima indicada pelo fabricante. Considere um pescador usando uma linha inelástica e de massa desprezível, que suporta uma tração máxima de 50 N. Despreze a massa da chumbada, do anzol e da isca e analise as alternativas a seguir:
I-Um peixe de 2 kg exercendo uma força horizontal de 60 N no sentido de sua aceleração, cujo valor é 8 m/s2, provocará a quebra da linha. Considere que a linha está esticada horizontalmente no sentido contrário ao movimento do peixe.
II-O pescador não pode suspender verticalmente um peixe de 3 kg fora da água, com uma aceleração de 8 m/s2 para cima, sem arrebentar a linha. Despreze a resistência do ar e considere a aceleração da gravidade g = 10 m/s2.
III- Se o pescador impuser uma desaceleração menor que 3 m/s2 em sentido contrário à força horizontal de 20 N, exercida por um peixe de 10 kg, a linha não arrebenta. Considere que a linha está esticada horizontalmente no sentido contrário ao movimento do peixe.
IV-Quando o peixe estiver se deslocando em sentido contrário à tração da linha, quanto maior for sua aceleração no sentido do seu movimento maior será a tração nessa linha.
Aponte a alternativa que apresenta apenas itens corretos: