Leia o TEXTO para responder à questão.
TEXTO
A MELHOR REPORTAGEM DO MUNDO
Pela primeira vez na história do jornalismo, o maior repórter em linha reta da revista mais arrojada da Rua do Veiga investiga as origens da megalomania local
(1) O Recife já não tem mais o maior shopping nem a mais longa avenida em linha reta da América Latina, Caruaru pode perder o posto de maior feira ao ar livre para uma concorrente do Equador e o Galo da Madrugada tem um bloco no Rio de Janeiro no seu encalço, querendo rifá-lo do Guinness Book. Mas quem se importa com isso em Pernambuco, uma terra superlativa, onde o “maior”, o “melhor” ou o “primeiro” parecem preceder qualquer coisa, mesmo que ela não seja positiva?
(2) O pesquisador e chefe do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Marcos Galindo, explica que o talento do pernambucano para maximizar sua própria história remonta ao período da Proclamação da República, em 1889. “A gente teve que criar uma nobreza que não tinha” (com a saída na monarquia portuguesa).
(3) Depois de transferir para a academia um assunto que só se falava em rodas de amigos, Marcos Galindo dividiu o estilo pernambucano de autopromoção em três expressões distintas: ufanismo, fanfarronice e megalomania:
(4) “Ufanismo tem uma função social superimportante de autoafirmação e de construção da identidade. Quem está embaixo quer ir para cima. E no discurso só se consegue isso levantando seu moral e dizendo que tudo o que você faz é o maior ou o melhor. É quando você diz, por exemplo, que a música de Chico Science é a melhor do mundo”.
(5) “Fanfarronice é quando a gente diz que o Recife é o lugar onde os rios Capibaribe e Beberibe se juntam para formar o Oceano Atlântico. Essa é uma ideia sofismática, que tem uma base lógica. Mas é uma lógica que é feita para causar uma resposta que não é verdadeira. É uma mentira”.
(6) “Megalomania é quando você quer ser maior do que você é. O cara faz acreditando que é verdadeiro. É quando alguém diz que a Avenida Caxangá é a maior em linha reta do mundo. É algo patológico, que a gente cria. É uma macaquice que a gente utiliza para rir da gente mesmo”.
(7) Dizem que o Aníbal Bruno é a maior penitenciária da América Latina e que o Recife é a cidade com mais ataques de tubarão no mundo. Tem até campanha de supermercado que diz ter orgulho de ser nordestino. Enquanto toma o tradicional chá das 5 da tarde e saboreia uma fatia de bolo de rolo com seus colegas imortais, o membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), Marcos Vilaça, costuma fazer uma “pequena-grande” correção sobre a tal mania de grandeza do pernambucano: “Não temos essa mania. O que temos é a grandeza mesmo”.
DUARTE, André. A Melhor Reportagem do Mundo. Revista Aurora [Diário de Pernambuco]. Disponível em: https://felipegabriele.wordpress.com/2011/03/17/nao-diga-que-e-pernambucano-nao-se-deve-humilhar-ninguemmeu-filho/. Acesso em: 18 out. 2019 (adaptado).
Com relação à transitividade e à regência verbais, analise as afirmativas seguintes.
I. Em “O Galo da Madrugada tem um bloco no Rio de Janeiro no seu encalço, querendo rifá-lo do Guinness Book” (1º parágrafo), o verbo “rifar” é transitivo indireto e o pronome “lo” funciona como objeto indireto.
II. No trecho “Mas quem se importa com isso em Pernambuco [...]” (1º parágrafo), o verbo “importarse” é transitivo indireto e, nesse caso, rege preposição “com”.
III. Na frase “Marcos Galindo, explica que o talento do pernambucano” (2º parágrafo), o verbo “explicar” é transitivo indireto e rege a preposição “que”.
IV. No período “Depois de transferir para a academia um assunto que só se falava em rodas de amigos” (3º parágrafo), o verbo destacado é transitivo direto e indireto e “para a academia” funciona como objeto indireto. V. No trecho “Quem está embaixo quer ir para cima.” (4º parágrafo), há um desvio de regência, uma vez que, nesse caso, o verbo “ir” rege a preposição “a”.
Estão CORRETAS, apenas, as afirmativas