Leia o texto para responder à questão.
Minha heroína literária predileta, a boneca Emília, de Monteiro Lobato, não quis saber de preconceito linguístico. Ao visitar, no País da Gramática, a prisão onde Dona Sintaxe mantinha enjaulados os “vícios de linguagem”, ela se revoltou ao ver atrás das grades o “Provincianismo”, isto é, os “vícios” da fala rural, do “caipira”:
“Emília não achou que fosse caso de conservar na cadeia o pobre matuto. Alegou que ele também estava trabalhando na evolução da língua e soltou-o.
— Vá passear, seu Jeca. Muita coisa que hoje esta senhora condena vai ser lei um dia. Foi você quem inventou o VOCÊ em vez de TU, e só isso quanto não vale? Estamos livres da complicação do Tuturututu.”
Como se vê, do mesmo modo como existe o preconceito contra a fala de determinadas classes sociais, também existe o preconceito contra a fala característica de certas regiões.
(Marcos Bagno. Preconceito linguístico: o que é, como se faz, 2013. Adaptado.)
O texto permite uma reflexão acerca da forma