Leia o texto a seguir para responder à questão.
Tamanho não é documento
Talvez o universo seja a maior coisa que exista, mas sem nosso cérebro não teríamos a menor noção disso. Aliás, sem nosso cérebro não teríamos noção de qualquer coisa. É realmente espantoso que tudo o que somos seja orquestrado por uma massa de neurônios de não mais do que 1,4kg.
Se você acha que o segredo do nosso cérebro está no seu peso, veja que o de um golfinho pesa 1,6 kg. Mesmo que golfinhos sejam bem inteligentes, não escrevem poemas ou constroem rádios telescópios.
A comparação do peso do cérebro com o peso do corpo também não soluciona o mistério. Por exemplo, a razão do peso do cérebro para o do corpo nos humanos é de 1:40, a mesma que para ratos. Já para cachorros, a razão é de 1:125 e para formigas de 1:7. Formigas certamente são inteligentes, mas não mais do que cachorros ou humanos.
O cérebro humano cresceu bastante de 3 milhões de anos para cá. Mesmo assim, tamanho não parece ser a resposta. De acordo com os neurocientistas Randy Buckner e Fenna Krienen, da Universidade de Harvard, nos EUA, a resposta está nas conexões entre os neurônios, que é unicamente rica nos humanos.
Para chegar a essa conclusão, os cientistas mapearam o cérebro humano e o de outras espécies usando a ressonância magnética funcional. Nas outras espécies, os neurônios são conectados localmente. Nos humanos, as
córtices estão interligadas de forma diferente, parecendo - se mais com os nodos de conexão de uma cidade grande do que com uma estrada que liga um ponto a outro.
Essa riqueza na interconectividade neuronal parece ser a chave do nosso sucesso. Nos animais, a linearidade das conexões limita sua capacidade de improvisação e de reflexão. No cérebro humano, regiões diferentes podem trocar informação sem qualquer estímulo externo.
GLEISER, Marcelo. Tamanho não é documento. Folha de S. Paulo, 05 jan. 2014, p. B10. (Adaptado).
A citação dos pesquisadores Randy Buckner e Fenna Krienen, da Universidade de Harvard, constitui uma operação discursiva por meio da qual o autor