Abaixo a redação
SÃO PAULO - Já defendi neste espaço que o MEC eliminasse a redação do Enem, limitando o exame aos testes objetivos. Ao que tudo indica, candidatos já estão fazendo isso à revelia do ministério.
Dados divulgados esta semana mostraram que 529 mil dos 6,19 milhões de estudantes que fizeram a prova (8,55%) tiraram nota zero na dissertação. A maioria deles (53%) nem se deu ao trabalho de tentar escrever o texto, entregando a folha em branco. O restante foi mal mesmo, sendo a fuga ao tema a principal dificuldade relatada pelos corretores.
A título de comparação, na versão anterior do Enem, apenas 107 mil deixaram de pontuar na redação. A explicação mais verossímil para o fenômeno é que várias instituições privadas usam só a parte objetiva do Enem em seus processos seletivos –e os alunos se deram conta disso.
Até compreendo a atração que a prova dissertativa causa no público em geral e nos pedagogos em particular. Em teoria, não há nada melhor do que uma redação para avaliar o estudante. Ela permite, de uma vez só, averiguar o nível de conhecimentos do candidato, sua capacidade de articular ideias bem como seu domínio sobre a linguagem escrita.
Há, porém, um preço a pagar: é impossível corrigir mais de 5 milhões de dissertações de modo objetivo. Sem a redação, o Enem seria mais justo, mais estável, mais barato (não seria necessário contratar uma legião de corretores) e seus resultados sairiam quase instantaneamente, poupando aos jovens meses de angústia.
A perda, embora não seja nula, é administrável, uma vez que tende a ser alta a correlação entre o desempenho em testes de múltipla escolha e a capacidade de expressão verbal.
Vale ainda frisar que uma eventual retirada da redação do Enem não significaria a morte da escrita. Esse exame é apenas um instante da vida escolar de um aluno, que oferece inúmeras e melhores oportunidades para provas dissertativas.
SCHWARTSMAN, Hélio. Abaixo a redação. Folha de São Paulo, São Paulo, 16 jan. 2015. Opinião, p. A2.
Na elaboração de um texto, os termos denominados operadores argumentativos são muito importantes, pois, além de introduzirem um significado, podem enfatizá-lo ou apenas insinuá-lo. Podem também indicar se os argumentos se harmonizam ou se contrapõem ideias, se apresentam justificativa ou alternância, por exemplo.
Nas frases a seguir, retiradas do texto, a que apresenta um operador com função de concluir argumentos é: