PENDRIVE “ASSASSINO” FRITA COMPUTADOR EM APENAS ALGUNS SEGUNDOS
Você chega à sua mesa no trabalho e se depara com um pendrive sobre o teclado. Liga seu computador, espeta o aparelho no USB para ver o que há dentro dele, e de repente seu PC não funciona mais. Você pode ter sido vítima de uma das pegadinhas mais cruéis que a tecnologia pode oferecer: o USB Killer. O dispositivo foi revelado ao mundo em março deste ano pelo pesquisador russo conhecido como “Dark Purple”, e agora ganhou uma nova versão ainda mais mortal. [...] Em termos leigos, o aparelhinho acumula carga do computador e descarrega de volta no computador com o intuito de queimar tudo que for possível. Ao devolver a tensão para a fonte de energia, o USB Killer é capaz de queimar o processador e a placa-mãe do computador [...].
Disponível em http://olhardigital.uol.com.br/noticia/pendrive-assassino-frita-computador-em-apenas-alguns-segundos/52124. Acesso em 15/10/2015.
Em relação ao recurso/procedimento linguístico de uso dos termos “o aparelho”, “dele”, “o dispositivo” e “o aparelhinho”, destacados no texto, pode-se afirmar que, em todos os casos, se trata de
A diferenciação do português europeu com o português brasileiro não seria como a diferença entre o inglês americano e o inglês britânico?
Cada país tem a sua história. A história da formação econômica, social e linguística do Brasil é muito diferente da história dos Estados Unidos e da do Quebec [maior província do Canadá], por exemplo. As pessoas perguntam “por que você está dizendo que existe o português brasileiro? Existe o espanhol argentino? Existe o espanhol mexicano? Existe o inglês americano?”. Existe, sim. Mas as circunstâncias históricas da formação do português brasileiro são muito diferentes da formação do inglês americano, por exemplo. Basta lembrar que até 1960 era proibido por lei nos Estados Unidos o casamento entre pessoas negras e brancas. No Brasil, desde quando os portugueses vieram para cá faziam a festa com as índias e as escravas, também. Então, a formação étnica da nossa população é muito diferente da formação étnica dos Estados Unidos. Por isso Caetano Veloso [cantor e compositor brasileiro] diz que nos EUA preto é preto e branco é branco e a mulata “não é a tal”, porque lá não existe mulata. É raríssimo encontrar nos EUA uma pessoa que seja mestiça de branco com negra, ou de negro com branca, porque até “ontem”, em 1960, isso era proibido por lei. A miscigenação no Brasil foi muito mais intensa e, evidentemente, a miscigenação linguística também. O português foi língua minoritária no Brasil durante todo o período colonial. Falava-se como língua geral o tupi e nossa população, até a época da Independência, era 75% mestiça. O português só muito recentemente se tornou a língua hegemônica no Brasil. Esses contatos linguísticos do português com as línguas africanas e indígenas é o que configura o português brasileiro, diferentemente do que ocorreu nos Estados Unidos e no Quebec. Nosso período colonial começa em 1500; no Quebec, depois de 1600, portanto, são cento e tantos anos de diferença. Os portugueses vieram para cá explorar, já os ingleses foram para os EUA fugindo da perseguição religiosa. Portanto, foi outro tipo de colonização, são outras histórias.
Adaptado de entrevista concedida pelo linguista Marcos Bagno ao Jornal Opção. Disponível em http://www.jornalopcao.com.br/entrevistas/o-portugues-brasileiro-precisa-ser-reconhecido-como-uma nova-lingua-e-isso-e-uma-decisao-politica-37991/. Acesso em 15/10/2015.
Em relação ao texto, considere as afirmativas abaixo.
I. O autor critica a formação linguística do Brasil, por conta do abuso que essa formação significou para a população negra brasileira.
II. O tema central do texto é a formação étnica do povo brasileiro que, tendo em vista os processos de colonização, é mais ampla e diversa do que a formação dos Estados Unidos e do Quebec.
III. O autor corrobora as ideias de Caetano Veloso apresentadas no texto.
IV. O tupi, por ter sido a língua majoritária no Brasil colonial, é defendido pelo autor como a base do idioma falado no Brasil atual.
Está CORRETO o que se afirma em
A diferenciação do português europeu com o português brasileiro não seria como a diferença entre o inglês americano e o inglês britânico?
Cada país tem a sua história. A história da formação econômica, social e linguística do Brasil é muito diferente da história dos Estados Unidos e da do Quebec [maior província do Canadá], por exemplo. As pessoas perguntam “por que você está dizendo que existe o português brasileiro? Existe o espanhol argentino? Existe o espanhol mexicano? Existe o inglês americano?”. Existe, sim. Mas as circunstâncias históricas da formação do português brasileiro são muito diferentes da formação do inglês americano, por exemplo. Basta lembrar que até 1960 era proibido por lei nos Estados Unidos o casamento entre pessoas negras e brancas. No Brasil, desde quando os portugueses vieram para cá faziam a festa com as índias e as escravas, também. Então, a formação étnica da nossa população é muito diferente da formação étnica dos Estados Unidos. Por isso Caetano Veloso [cantor e compositor brasileiro] diz que nos EUA preto é preto e branco é branco e a mulata “não é a tal”, porque lá não existe mulata. É raríssimo encontrar nos EUA uma pessoa que seja mestiça de branco com negra, ou de negro com branca, porque até “ontem”, em 1960, isso era proibido por lei. A miscigenação no Brasil foi muito mais intensa e, evidentemente, a miscigenação linguística também. O português foi língua minoritária no Brasil durante todo o período colonial. Falava-se como língua geral o tupi e nossa população, até a época da Independência, era 75% mestiça. O português só muito recentemente se tornou a língua hegemônica no Brasil. Esses contatos linguísticos do português com as línguas africanas e indígenas é o que configura o português brasileiro, diferentemente do que ocorreu nos Estados Unidos e no Quebec. Nosso período colonial começa em 1500; no Quebec, depois de 1600, portanto, são cento e tantos anos de diferença. Os portugueses vieram para cá explorar, já os ingleses foram para os EUA fugindo da perseguição religiosa. Portanto, foi outro tipo de colonização, são outras histórias.
Adaptado de entrevista concedida pelo linguista Marcos Bagno ao Jornal Opção. Disponível em http://www.jornalopcao.com.br/entrevistas/o-portugues-brasileiro-precisa-ser-reconhecido-como-uma-nova-lingua-e-isso-e-uma-decisao-politica-37991/. Acesso em 15/10/2015
Releia os seguintes trechos, retirados do texto anterior.
[...] As pessoas perguntam “por que você está dizendo que existe o português brasileiro? Existe o espanhol argentino? Existe o espanhol mexicano? Existe o inglês americano?”.
[...] preto é preto e branco é branco e a mulata “não é a tal”,
[...] porque até “ontem”, em 1960, isso era proibido por lei.
Em relação aos usos das aspas nos trechos em destaque, é possível afirmar:
O mundo está esquentando. Mas, sem problema, Jesus vai voltar antes
Por Leonardo Sakamoto
Estamos vivendo dias de fritar ovo no asfalto. E olha que nem chegamos ainda ao verão, que promete ser um dos mais quentes de todos os tempos. Isso me lembrou que, tempos atrás, liguei a TV e, zapeando canais, descobri um debate no qual um sujeito afirmava que via com bons olhos as mudanças climáticas porque elas são sinais da volta do Messias. Ou seja, para o sujeito em questão, megatempestades, eventos extremos, extinção de espécies, desaparecimento de países-ilhas, pessoas morrendo, refugiados ambientais, tudo isso faz parte de um plano sobrenatural (#SomosTodosPlaymobil) [...]. Ou, pior: quem somos nós para irmos contra a vontade de Deus? Daí você, que não acredita na vinda de salvadores porque a salvação depende de nós mesmos, só pensa na chegada de um meteoro redentor. Daqueles bem gordinhos, do tipo que redimiu os dinos.
Se ainda fossem aqueles pseudocientistas e seu séquito de zumbis seguidores que dizem que o clima não está mudando, vá lá. Ou ainda algumas corporações que ganham dinheiro devorando o mundo como se não houvesse amanhã. Há um mínimo de racionalidade nessas ações bisonhas. Mas dizer que o Criador (se ele existir – vejam que estou dando o benefício da dúvida com esse “se\'\') resolveu “permitir\'\' que o mundo fosse para o brejo para cumprir interpretações questionáveis a partir de livros cheios de metáforas e, dessa forma, apoiar um grande cataclisma global para prenunciar uma nova era deveria ser analisado como manifestação de alguma psicopatia grave.
[...]. Somos os responsáveis por afetar o frágil equilíbrio climático. E somos responsáveis pelo que acontecer daqui para frente. Se vamos sofrer muito ou pouco. E a única verdade palpável, real e concreta por aqui, é que vamos sofrer por termos explorado o planeta além de sua capacidade. E se não fizermos nada agora, o que inclui mudar os atuais padrões de consumo e forçar governos e corporações a alterar mais rapidamente suas políticas, milhões vão morrer. Daí, sim. Restará apenas lamentar. E rezar.
Disponível em http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/. Acesso em 19/10/2015.
Em relação à expressão #SomosTodosPlaymobil, no contexto do texto, pode-se afirmar:
O mundo está esquentando. Mas, sem problema, Jesus vai voltar antes
Por Leonardo Sakamoto
Estamos vivendo dias de fritar ovo no asfalto. E olha que nem chegamos ainda ao verão, que promete ser um dos mais quentes de todos os tempos. Isso me lembrou que, tempos atrás, liguei a TV e, zapeando canais, descobri um debate no qual um sujeito afirmava que via com bons olhos as mudanças climáticas porque elas são sinais da volta do Messias. Ou seja, para o sujeito em questão, megatempestades, eventos extremos, extinção de espécies, desaparecimento de países-ilhas, pessoas morrendo, refugiados ambientais, tudo isso faz parte de um plano sobrenatural (#SomosTodosPlaymobil) [...]. Ou, pior: quem somos nós para irmos contra a vontade de Deus? Daí você, que não acredita na vinda de salvadores porque a salvação depende de nós mesmos, só pensa na chegada de um meteoro redentor. Daqueles bem gordinhos, do tipo que redimiu os dinos.
Se ainda fossem aqueles pseudocientistas e seu séquito de zumbis seguidores que dizem que o clima não está mudando, vá lá. Ou ainda algumas corporações que ganham dinheiro devorando o mundo como se não houvesse amanhã. Há um mínimo de racionalidade nessas ações bisonhas. Mas dizer que o Criador (se ele existir – vejam que estou dando o benefício da dúvida com esse “se\'\') resolveu “permitir\'\' que o mundo fosse para o brejo para cumprir interpretações questionáveis a partir de livros cheios de metáforas e, dessa forma, apoiar um grande cataclisma global para prenunciar uma nova era deveria ser analisado como manifestação de alguma psicopatia grave.
[...]. Somos os responsáveis por afetar o frágil equilíbrio climático. E somos responsáveis pelo que acontecer daqui para frente. Se vamos sofrer muito ou pouco. E a única verdade palpável, real e concreta por aqui, é que vamos sofrer por termos explorado o planeta além de sua capacidade. E se não fizermos nada agora, o que inclui mudar os atuais padrões de consumo e forçar governos e corporações a alterar mais rapidamente suas políticas, milhões vão morrer. Daí, sim. Restará apenas lamentar. E rezar.
Disponível em http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/. Acesso em 19/10/2015.
No trecho “Se ainda fossem aqueles pseudocientistas e seu séquito de zumbis seguidores que dizem que o clima não está mudando, vá lá”, as palavras destacadas podem ser substituídas, sem prejuízo para o sentido do texto, por
“Nhô Augusto não tirou os olhos, até que desaparecessem.
E depois se esparramou em si, pensando forte. Aqueles, sim, que estavam no bom, porque não tinham de pensar em coisa nenhuma de salvação de alma, e podiam andar no mundo, de cabeça em-pé... Só ele, Nhô Augusto, era quem estava de todo desonrado, porque, mesmo lá, na sua terra, se alguém se lembrava ainda do seu nome, havia de ser para arrastá-lo pela rua-da-amargura...
O convite de seu Joãozinho Bem-Bem, isso, tinha de dizer, é que era cachaça em copo grande! Ah, que vontade de aceitar e ir também...
E o oferecimento? Era só falar! Era só bulir com a boca, que seu Joãozinho Bem-Bem, e o Tim, e o Juruminho, e o Epifânio – todos – rebentavam com o Major Consilva, com o Ovídio, com a mulher, com todo-o-mundo que tivesse tido mão ou fala na sua desgarração. Eh, mundo velho de bambaruê e bambaruá! Eh, ferragem!...
E Nhô Augusto cuspiu e riu, cerrando os dentes.”
João Guimarães Rosa. A hora e a vez de Augusto Matraga. 1946.
No trecho acima, notamos a presença de