Texto para a questão.
[...] aos olhos da sociedade, a mera existência
de um juramento solene dá a impressão de que somos
sacerdotes e de que devemos dedicação total aos que
nos procuram, sem manifestarmos preocupação com
[5] aspectos materiais, como as condições de trabalho ou a
remuneração pelos serviços prestados, para a felicidade
de tantos empresários gananciosos. [...] O que faz da
Medicina uma profissão respeitável não são as noites em
claro nem o conteúdo do que juramos uma vez na
[10] vida, muito menos a aparência sacerdotal, mas o
compromisso diário com os doentes que nos procuram e
com a promoção de medidas para melhorar a saúde das
comunidades em que atuamos.
Para cumprir o que a sociedade espera de nós,
[15] é preciso lutar por salários dignos, porque hoje é
humanamente impossível ser bom médico sem assinar
revistas especializadas, ter acesso à internet, frequentar
congressos e estar alfabetizado em inglês, língua
oficial das publicações científicas. Num campo em que
[20] novos conhecimentos são produzidos em velocidade
vertiginosa, os esforços para acompanhá-los devem fazer
parte de um projeto permanente. Medicina não é
profissão para aqueles que têm preguiça de estudar.
Apesar de absolutamente necessário, o
[25] domínio da técnica não basta. O exercício da Medicina
envolve a arte de ouvir as pessoas, de observá-las, de
examiná-las, de interpretar-lhes as palavras e de discutir
com elas as opções mais adequadas. O tempo dos que
impunham suas condutas sem dar explicações, em
[30] receituários cheios de garranchos, já passou e não
voltará.
Disponível em: http://drauziovarella.com.br/drauzio/o-juramentode-hipocrates/. Acesso em: 10 de fev. de 2015.
Sobre os aspectos linguísticos desse texto, é pertinente entender que,