Considerada uma das obras fundamentais do Realismo no Brasil está o romance de Machado de Assis
Leia atentamente o texto a seguir e responda à questão.
(...)
O francês Paul – misantropo devoto e excelente fabricante
de sinetes que, na despreocupada viagem de aventura pelo
mundo, encalhara em Sobral, costumava vaguear pelos
[5] ranchos de retirantes, colhendo, com apurada e firme
observação, documentos da vida do povo, nos seus aspectos
mais exóticos, ou rabiscando notas curiosas, ilustradas com
esboços de tipos originais, cenas e paisagens – trabalho
paciente e douto, perdido no seu espólio de alfarrábios, de
[10] coleções de botânica e geologia, quando morreu, inanido
pelos jejuns, como um santo.
Um dia, visitando as obras da cadeia, escreveu ele, com
assombro, no seu caderno de notas:
"Passou por mim uma mulher extraordinária, carregando
[15] uma parede na cabeça."
Era Luzia, conduzindo para a obra, arrumados sobre uma
tábua, cinquenta tijolos.
Viram-na outros levar, firme, sobre a cabeça, uma enorme
jarra d'água, que valia três potes, de peso calculado para a
[20] força normal de um homem robusto. De outra feita, removera,
e assentara no lugar próprio, a soleira de granito da porta
principal da prisão, causando pasmo aos mais valentes
operários, que haviam tentado, em vão, a façanha e, com eles,
Raulino Uchoa, sertanejo hercúleo e afamado, prodigioso de
[25] destreza, que chibanteava em pitorescas narrativas.
Em plena florescência de mocidade e saúde, a
extraordinária mulher, que tanto impressionara o francês Paul,
encobria os músculos de aço sob as formas esbeltas e
graciosas das morenas moças do sertão. Trazia a cabeça
[30] sempre velada por um manto de algodãozinho, cujas curelas
prendia aos alvos dentes, como se, por um requinte de
casquilhice, cuidasse com meticuloso interesse de preservar o
rosto dos raios do sol e da poeira corrosiva, a evolar em
nuvens espessas do solo adusto, donde ao tênue borrifo de
[35] chuvas fecundantes, surgiam, por encanto, alfombras de relva
virente e flores odorosas.
Pouco expansiva, sempre em tímido recato, vivia só,
afastada dos grupos de consortes de infortúnio, e quase não
conversava com as companheiras de trabalho, cumprindo,
[40] com inalterável calma, a sua tarefa diária, que excedia à
vulgar, para fazer jus a dobrada ração.
(Domingos Olímpio. Luzia-Homem.)
Raulino Uchoa é caracterizado como “sertanejo hercúleo”. A imagem do herói Hércules aparece metaforicamente associada à ideia de força, dados os atributos do personagem grego. Em outro momento na Literatura Brasileira, o sertanejo é caracterizado metaforicamente como “hércules quasímodo”. Essa referência é feita por qual autor?
Leia atentamente o texto a seguir e responda à questão.
(...)
O francês Paul – misantropo devoto e excelente fabricante
de sinetes que, na despreocupada viagem de aventura pelo
mundo, encalhara em Sobral, costumava vaguear pelos
[5] ranchos de retirantes, colhendo, com apurada e firme
observação, documentos da vida do povo, nos seus aspectos
mais exóticos, ou rabiscando notas curiosas, ilustradas com
esboços de tipos originais, cenas e paisagens – trabalho
paciente e douto, perdido no seu espólio de alfarrábios, de
[10] coleções de botânica e geologia, quando morreu, inanido
pelos jejuns, como um santo.
Um dia, visitando as obras da cadeia, escreveu ele, com
assombro, no seu caderno de notas:
"Passou por mim uma mulher extraordinária, carregando
[15] uma parede na cabeça."
Era Luzia, conduzindo para a obra, arrumados sobre uma
tábua, cinquenta tijolos.
Viram-na outros levar, firme, sobre a cabeça, uma enorme
jarra d'água, que valia três potes, de peso calculado para a
[20] força normal de um homem robusto. De outra feita, removera,
e assentara no lugar próprio, a soleira de granito da porta
principal da prisão, causando pasmo aos mais valentes
operários, que haviam tentado, em vão, a façanha e, com eles,
Raulino Uchoa, sertanejo hercúleo e afamado, prodigioso de
[25] destreza, que chibanteava em pitorescas narrativas.
Em plena florescência de mocidade e saúde, a
extraordinária mulher, que tanto impressionara o francês Paul,
encobria os músculos de aço sob as formas esbeltas e
graciosas das morenas moças do sertão. Trazia a cabeça
[30] sempre velada por um manto de algodãozinho, cujas curelas
prendia aos alvos dentes, como se, por um requinte de
casquilhice, cuidasse com meticuloso interesse de preservar o
rosto dos raios do sol e da poeira corrosiva, a evolar em
nuvens espessas do solo adusto, donde ao tênue borrifo de
[35] chuvas fecundantes, surgiam, por encanto, alfombras de relva
virente e flores odorosas.
Pouco expansiva, sempre em tímido recato, vivia só,
afastada dos grupos de consortes de infortúnio, e quase não
conversava com as companheiras de trabalho, cumprindo,
[40] com inalterável calma, a sua tarefa diária, que excedia à
vulgar, para fazer jus a dobrada ração.
(Domingos Olímpio. Luzia-Homem.)
O segmento da obra Luzia-Homem ilustrado acima comprova que
Leia atentamente o texto a seguir e responda à questão.
(...)
O francês Paul – misantropo devoto e excelente fabricante
de sinetes que, na despreocupada viagem de aventura pelo
mundo, encalhara em Sobral, costumava vaguear pelos
[5] ranchos de retirantes, colhendo, com apurada e firme
observação, documentos da vida do povo, nos seus aspectos
mais exóticos, ou rabiscando notas curiosas, ilustradas com
esboços de tipos originais, cenas e paisagens – trabalho
paciente e douto, perdido no seu espólio de alfarrábios, de
[10] coleções de botânica e geologia, quando morreu, inanido
pelos jejuns, como um santo.
Um dia, visitando as obras da cadeia, escreveu ele, com
assombro, no seu caderno de notas:
"Passou por mim uma mulher extraordinária, carregando
[15] uma parede na cabeça."
Era Luzia, conduzindo para a obra, arrumados sobre uma
tábua, cinquenta tijolos.
Viram-na outros levar, firme, sobre a cabeça, uma enorme
jarra d'água, que valia três potes, de peso calculado para a
[20] força normal de um homem robusto. De outra feita, removera,
e assentara no lugar próprio, a soleira de granito da porta
principal da prisão, causando pasmo aos mais valentes
operários, que haviam tentado, em vão, a façanha e, com eles,
Raulino Uchoa, sertanejo hercúleo e afamado, prodigioso de
[25] destreza, que chibanteava em pitorescas narrativas.
Em plena florescência de mocidade e saúde, a
extraordinária mulher, que tanto impressionara o francês Paul,
encobria os músculos de aço sob as formas esbeltas e
graciosas das morenas moças do sertão. Trazia a cabeça
[30] sempre velada por um manto de algodãozinho, cujas curelas
prendia aos alvos dentes, como se, por um requinte de
casquilhice, cuidasse com meticuloso interesse de preservar o
rosto dos raios do sol e da poeira corrosiva, a evolar em
nuvens espessas do solo adusto, donde ao tênue borrifo de
[35] chuvas fecundantes, surgiam, por encanto, alfombras de relva
virente e flores odorosas.
Pouco expansiva, sempre em tímido recato, vivia só,
afastada dos grupos de consortes de infortúnio, e quase não
conversava com as companheiras de trabalho, cumprindo,
[40] com inalterável calma, a sua tarefa diária, que excedia à
vulgar, para fazer jus a dobrada ração.
(Domingos Olímpio. Luzia-Homem.)
Assinale a alternativa em que haja um recurso estilístico comum à época em que se encaixa a obra acima.
Em relação à correlação entre Romantismo e Modernismo, analise as afirmativas a seguir:
I. Ao passo que o Romantismo busca se libertar das raízes
europeias da colonização do Brasil, o Modernismo se volta
para as vanguardas europeias para retomá-las.
II. No Modernismo, existe uma intensificação do processo de
rompimento com a literatura europeia, em busca de uma
literatura essencialmente nacional.
III. A primeira geração romântica, ao buscar o índio como herói
nacional, o faz diferentemente do Modernismo, em que não
há a idealização comum no Romantismo.
Assinale
Em relação à estética barroca, é correto afirmar que a antítese está para o dualismo assim como o fusionismo está para o