O desenvolvimento tecnológico, especialmente na área da comunicação e da informática, tem se expandido, influenciando e intensificando mudanças em todas as esferas da vida.
Assinale a alternativa que retrata uma dessas esferas de mudança representadas pela charge “Tempos Modernos” de Alpino.
Leia o texto a seguir para responder à questão.
[...] Milhões de mulheres negras seguem no trabalho doméstico, herança presente da escravidão. No serviço, lidam com diversos desrespeitos, desde cuecas e calcinhas sujas, até palavras e pensamentos sujos. Minha mãe contava sobre quando, ainda muito jovem, teve de se defender ameaçando o patrão com uma frigideira cheia de óleo quente. Ele queria investir sobre ela.
Minha mãe até hoje é um exemplo de autorrespeito para mim. Tanto sobre como alcançá-lo, quanto sobre como sua busca é desafiadora. Mesmo enredada em um sistema que busca a todo momento nos desumanizar, ela mantinha uma dignidade no andar, no olhar, nas palavras [...].
Disponível em : https://www1.folha.uol.com.br/colunas/djamilaribeiro/2022/01/para-ter-autorrespeito-e-preciso-dizer-muito-mais-naodo-que-sim.shtml Acesso em: fev. 2023. (Adaptado)
O novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 foi firmado entre países falantes do idioma, com o objetivo de unificar e padronizar algumas palavras.
Analise as assertivas a seguir.
I. Com o novo acordo ortográfico foi eliminado o hífen da palavra autorrespeito e o mesmo acontece com a palavra desumanizar.
II. Com o novo acordo ortográfico foi eliminado o hífen da palavra autorrespeito assim como acontece com as palavras: semirreta, neossindicalismo e portarretrato.
III. Por ser um artigo de opinião, a colunista apela para o neologismo, pois a grafia correta para o termo seria auto-respeito.
Considerando o texto de Djamila Ribeiro, e as assertivas I, II e III, elencadas acima, assinale a alternativa correta.
“[...] Passado muito tempo, resolvi falar, porque estava sozinha me embrenhando na mesma vereda que Donana costumava entrar. Ainda recordo da palavra que escolhi: arado. Me deleitava vendo meu pai conduzindo o arado velho da fazenda carregado pelo boi, rasgando a terra para depois lançar grãos de arroz em torrões marrons e vermelhos revolvidos. Gostava do som redondo, fácil e ruidoso que tinha ao ser enunciado. “Vou trabalhar no arado”. “Vou arar a terra”. “Seria bom ter um arado novo, esse arado está troncho e velho”. O som que deixou minha boca era uma aberração, uma desordem, como se no lugar do pedaço perdido da língua tivesse um ovo quente. Era um arado torto, deformado, que penetrava a terra de tal forma a deixá-la infértil, destruída, dilacerada. Tentei outras vezes, sozinha, dizer a mesma palavra, e depois outras, tentar restituir a fala ao meu corpo para ser a Belonísia de antes, mas logo me vi impelida a desistir. Nem mesmo quando o edema se desfez consegui reproduzir uma palavra ser entendida por mim mesma. Não iria reproduzir os sons que me provocavam desgosto e repulsa e ser alvo de zombaria para as crianças na casa de Firmina, ou para as filhas de Tonha [...].”.
VIEIRA JR., I. Torto Arado. São Paulo: Todavia, 2019. p. 124-128.
O trecho cima foi retirado da obra de Itamar Vieira Jr., Torto Arado (2019), e nele tem-se a recorrência do termo arado.
Sobre essa repetição ao longo deste excerto narrativo, assinale a alternativa correta.
[...] Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.
O favo de jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hábito perfumado. Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.
O favo de jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hábito perfumado. [...]
ALENCAR, J. Iracema. In ALENCAR, José de. Obra Completa. Rio de Janeiro: Editora José Aguilar, 1959, vol. III. (Adaptado)
Sabemos que a linguagem é uma das formas de apreensão e de comunicação das coisas do mundo. O ser humano, ao viver em conjunto, utiliza vários códigos para representar o que pensa, o que sente, o que quer, o que faz.
Dentre as Funções da Linguagem, identifique quais delas estão presentes no excerto da obra Iracema, de José de Alencar, e assinale a alternativa correta.
Idades
São duas idades
distintas,
distantes.
Você, recém-chegou aos trinta:
Eu, já vejo as tintas dos cinquenta.
Entretanto, as divergências
têm dialogado
e vamos divertindo lado a lado,
construindo inéditas vivências.
CARVALHO, L. Dona. Cuiabá: Carlini & Caniato, 2018.
No poema Idades, da escritora mato-grossense Luciene Carvalho, o sujeito lírico dirige-se a um interlocutor para confrontar as suas idades.
Assinale a alternativa em que esse sujeito lírico denuncia a própria idade e indica o descompasso na construção de suas vivências, respectivamente.
[...]
Eu vivo num tempo de guerra
Eu vivo num tempo sem sol
Só quem não sabe das coisas
É um homem capaz de rir.
Ai triste tempo presente
em que falar de amor e flor
é esquecer que tanta gente
tá sofrendo de dor.
Todo mundo me diz
que devo cume e bebê
mas como é que eu posso comer
mas como é que eu posso beber
se eu sei que estou tirando
o que vou comer e beber
de um irmão que está com fome
de um irmão que está com sede
de um irmão.
Mas mesmo assim eu como e bebo.
Mas mesmo assim, essa é a verdade.
Dizem crenças antigas
que viver não é lutar.
Que sábio é o que consegue
ao mal com o bem pagar.
Quem esquece a própria vontade,
quem aceita não ter seu desejo
é tido por todos um sábio.
É isso que eu sempre vejo
e é isso que eu digo Não!
Eu sei que é preciso vencer
Eu sei que é preciso brigar
Eu sei que é preciso morrer
Eu sei que é preciso matar.
CORO:
É um tempo de guerra, é um tempo sem sol.
Sem sol, sem sol, sem dó.
[...]
GUARNIERI, G.; BOAL, A.; LOBO, E. Arena Conta Zumbi. Revista de Teatro SBAT, n. 378, p. 31-59, nov/dez 1970. Disponível em: https://docs.google.com/file/d/0B4HQn8t90Fh2c3E yRUd5dE01aVk/view.Acesso em: fev. 2023. (Adaptado)
No excerto acima, encontra-se a canção Vivo num tempo de guerra, de Edu Lobo, e que integra a peça teatral Arena Conta Zumbi. A peça apresenta a ponte entre o passado e o presente, uma espécie de afirmação política que, além de representar o passado histórico da escravidão, os dramaturgos analisam, por meio de antíteses, os efeitos de uma sociedade em crise.
Assinale a alternativa na qual acontece a antítese, figura de linguagem que enriquece a escrita literária com a exposição de ideias opostas.