TEXTO:
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
[5] Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
ANDRADE, Oswald de. Pronominais. Obras completas, Volumes 6-7. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972.
Considerando-se os recursos linguísticos na tessitura do poema, é correto afirmar:
TEXTO:
Dentre os desafios dos tempos atuais para a
preservação da identidade cultural do nosso país
encontram-se a globalização e as consequências dela
decorrentes. Em que pesem os seus aspectos
[5] positivos implicitamente, traz em seu bojo o ideal de
união e confraternização entre os povos, há que se
destacar que não se podem esquecer os aspectos
particulares da cultura, da língua, das tradições de
cada povo. Há que se destacar a importância da
[10] identidade cultural de cada país.
Por outro lado, também o conceito de identidade
nacional brasileira é frequentemente discutido. Já se
afirmou que a identidade nacional se confundiria com
a identidade cultural face à grande heterogeneidade
[15] de traços culturais ligados à diversidade dos grupos
étnicos. Contudo, apesar de ser um país de dimensões
geográficas gigantescas e de grande diversidade
cultural, econômica, social e étnica, o Brasil tem no
idioma português um elemento de unificação do país.
[20] Falamos português, apesar dos inúmeros sotaques e
vocabulários regionais. Portanto, um dos fortes
aspectos da identidade nacional brasileira é a língua.
Há quem defina a identidade nacional como um
conceito que indica a condição social e o sentimento
[25] de pertencer a uma determinada cultura. E muitos
entendem que a cultura e a identidade estão
inteiramente ligadas. Portanto, trata-se de um
exercício complexo determinar uma identidade
nacional para um país formado de diversas culturas,
[30] hábitos e povos oriundos de vários lugares do mundo.
Diante destes pontos que visam incentivar a
reflexão sobre o assunto, ainda é preciso enfatizar a
importância de se preservar a identidade da cultura
brasileira, nos seus variados aspectos, inclusive nos
[35] que interagem com a educação, independentemente
da realidade econômica e política do nosso país.
E, se identidade nacional é interpretada como
somatória de valores culturais resultantes da vivência,
é igualmente importante que o governo, a sociedade
[40] e os profissionais ligados à área cultural resgatem
sempre a memória de todos os registros que
embasaram as decisões, os fatos, as atividades, o
acervo, a legislação, que propiciaram a evolução do
que se entende, nos dias atuais, como identidade
[45] cultural do Brasil.
Importância de se preservar a identidade cultural do Brasil. Disponível em: http://www.saaesp.org.br/arquivos/2117>. Acesso em: 14 nov. 2018.
há que se destacar que não se podem esquecer os aspectos particulares da cultura” (l. 6-8)
Em relação à passagem destacada do texto, é correto afirmar:
TEXTO:
Mágoas
Quando nasci, num mês de tantas flores,
Todas murcharam, tristes, langorosas,
Tristes fanaram redolentes rosas,
Morreram todas, todas sem olores.
Mais tarde da existência nos verdores
Da infância nunca tive as venturosas
Alegrias que passam bonançosas,
Oh! Minha infância nunca tive flores!
Volvendo à quadra azul da mocidade,
Minh’alma levo aflita à Eternidade,
Quando a morte matar meus dissabores.
Cansado de chorar pelas estradas,
Exausto de pisar mágoas pisadas,
Hoje eu carrego a cruz de minhas dores!
ANJOS, Augusto. Mágoas. Eu e outras poesias. Disponível em: . Acesso em: 14 nov. 2018.
A intertextualidade dá-se, entre os excertos, a partir da
Trecho 1
“Até hoje permanece certa confusão em torno da morte de Quincas Berro d’Água. Dúvidas por explicar, detalhes absurdos, contradições nos depoimentos das testemunhas, lacunas diversas.” (p.15).
Trecho 2
“Quando finalmente, naquela manhã, um santeiro estabelecido na ladeira do Taboão chegou aflito à pequena porém bem arrumada casa da família Barreto e comunicou à filha Vanda e ao genro Leonardo estar Quincas definitivamente espichado, morto em sua pocilga miserável...” (p. 21).
Trecho 3
“Quando finalmente, naquela manhã, um santeiro estabelecido na ladeira do Taboão chegou aflito à pequena porém bem arrumada casa da família Barreto e comunicou à filha Vanda e ao genro Leonardo estar Quincas definitivamente espichado, morto em sua pocilga miserável...” (p. 21).
Trecho 3
“Quando já estavam fartos de tanto cantar, Curió perguntou: - Não era hoje de noite a moqueca de Mestre Manuel? - Hoje mesmo. Moqueca de Arraia – acentou Pé de Vento. - Ninguém faz moqueca igual a Maria Clara – afirmou Cabo. Quincas estalou a língua. Negro Pastinha riu: -Tá doidinho pela moqueca.” (p. 91).
AMADO, Jorge. A morte e a morte de Quincas Berro d’Água. Rio de Janeiro: Record, 42 ed., 1980.
Os trechos destacados permitem afirmar que a narrativa utilizada pelo autor se dá
“Tudo aquilo que foi meu lastro, terra onde tinha fincado os pés, tudo se transformou num jogo fácil de adivinhas. O que era milagrosa descida dos santos reduziu-se a um estado de transe que qualquer calouro da Faculdade analisa e expõe. Para mim, professor, só existe a matéria. Nem por isso deixo de ir ao terreiro e de exercer as funções de meu posto de Ojuobá, cumprir meu compromisso. Não me limito como o senhor que tem medo do que os outros possam pensar, tem medo de diminuir o tamanho de seu materialismo.
— Sou coerente, você não é!, explodiu Fraga Neto, Se não acredita mais, não acha desonesto praticar uma farsa, como se acreditasse?
— Não. Primeiro, como já lhe disse, gosto de dançar e de cantar, gosto de festa, antes de tudo de festa de candomblé. Ademais, há o seguinte: estamos numa luta, cruel e dura. Veja com que violência querem destruir tudo que nós, negros e mulatos, possuímos, nossos bens, nossa fisionomia. Ainda há pouco tempo, com o delegado Pedrito, ir a candomblé era um perigo, o cidadão arriscava a liberdade e até a vida (…) O senhor pensa que, seu eu fosse discutir com o delegado Pedrito, como estou discutindo com o senhor, teria obtido algum resultado? Se eu houvesse proclamado meu materialismo, largo de mão o candomblé, dito que tudo aquilo não passava de um brinquedo de criança, resultado do medo primitivo, da ignorância e da miséria, a quem eu ajudaria? Eu ajudaria, professor, ao delegado Pedrito e sua malta de facínoras, ajudaria a acabar com uma festa do povo. Prefiro continuar a ir ao candomblé, ademais gosto de ir, adoro puxar cantiga e dançar em frente aos atabaques.
— Assim, mestre Pedro, você não ajuda a modificar a sociedade, não transforma o mundo.
— Será que não? Eu penso que os orixás são um bem do povo. A luta da capoeira, o samba-de-roda, os afoxés, os atabaques, os berimbaus são bens do povo. Todas essas coisas e muitas outras que o senhor, com seu pensamento estreito, quer acabar, professor, igualzinho ao delegado Pedrito, me desculpe lhe dizer. Meu materialismo não me limita…”
AMADO, Jorge. Tenda dos Milagres. Disponível em: < https://armonte.wordpress.com/2012/11/20/jorge-amado-em-estado-de-graca-tendados-milagres/> . Acesso em: 13 nov. 2018.
O trecho destacado expõe uma oposição de ideias entre suas personagens.
A alternativa que melhor explica esse conflito é