Leia o texto abaixo:
Triste Bahia
Triste Bahia! ó quão dessemelhante
Estás e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,
Rica te vejo eu já, tu a mi abundante.
A ti tocou-te a máquina mercante,
Que em tua larga barra tem entrado,
A mim foi-me trocando, e tem trocado,
Tanto negócio e tanto negociante.
Deste em dar tanto açúcar excelente
Pelas drogas inúteis, que abelhuda
Simples aceitas do sagaz brichote.
Oh se quisera Deus que de repente
Um dia amanheceras tão sisuda
Que fora de algodão o teu capote!
Tendo como referência o soneto de Gregório de Matos, considere as afirmações a seguir
I. O eu-lírico, assim como a Bahia, encontra-se transformado, por conta dos rumos que o Estado tomou. Nesses dois momentos, um anterior (rico) e outro de então (pobre), encontra-se a antítese, tão própria do Barroco.
II. A palavra “estado” pode ser entendida com duplo significado, ao mesmo tempo fazendo referência à “condição em que se encontra a coisa” e à região geopolítica do Brasil chamada Bahia, fazendo uma crítica ao Governo.
III. A razão do estado triste da Bahia é o mercado de então, que trocava matéria de qualidade lá produzida por coisas inúteis, reverberando o escambo feito entre portugueses e nativos à época do descobrimento.
Está correto o que se afirma