Grande São Paulo: veredas
A crise hídrica que desde o início do ano de 2014 toma conta do estado de São Paulo, atingindo nos últimos meses proporções alarmantes, é apenas a ponta de um iceberg – às avessas. A situação é semelhante ao que ocorre na periferia das grandes cidades do país e decorre de um conjunto de fatores: da degradação dos mananciais e fontes de água associadas à falta de transparência e participação nos processos de gestão, até o déficit de chuvas e eventos climáticos extremos. Há pelo menos três verões, chove abaixo do esperado em São Paulo. Foi o outubro mais seco dos últimos 12 anos para os sistemas da Cantareira e do Alto Tietê, que abastecem o estado. Na Cantareira, por exemplo, destinada à captação e tratamento de água para a Grande São Paulo e responsável pelo abastecimento de 8,8 milhões de pessoas, choveu apenas 32,49% da média histórica.
“Gerenciamos muito mal a escassez”, diz o especialista em recursos hídricos Carlos Eduardo Morelli Tucci. “Temos duas reduções de vazão: pela escassez (período seco) e pela contaminação da água disponível por falta de tratamento (escassez qualitativa)”. Para ele, São Paulo desprezou o risco de falta de abastecimento e mostrou como não se deve gerir um sistema de água.
daptado de: <http://www6.ensp.fiocruz.br/radis/conteudo/ grande-sao-paulo-veredas>.
O título do texto, Grande São Paulo: veredas, faz analogia a uma obra-prima da literatura brasileira, que retrata o universo sertanejo, da amizade e do amor de Riobaldo e Diadorim. O velho sertanejo, Riobaldo, narra sua vida de aventuras, seu amor pelo companheiro de batalhas, narra sua própria travessia a um interlocutor da cidade, sempre em busca de um sentido para a vida que viveu. Este é um romance escrito por: