Eis aqui entra uma reflexão da leitora: "mas se duas velhas gravuras os levam a murro e sangue, contentar-se-ão eles com a sua esposa? Não quererão a mesma e única mulher?”
Francamente, eu não gosto de gente que venha adivinhando e compondo um livro que está sendo escrito com método.
[...]
Os filhos chegaram tarde, cada um por sua vez, e Pedro mais cedo que Paulo. A melancolia de um ia com a alma da casa, a alegria de outro destoava desta, mas tais eram uma e outra que, apesar da expansão da segunda, não houve repressão nem briga. Ao jantar, falaram pouco. Paulo referia os sucessos amorosamente. Conversara com alguns correligionários e soube do que se passara à noite e de manhã, a marcha e a reunião dos batalhões no campo, as palavras de Ouro Preto ao Marechal Floriano, a resposta deste, a aclamação da República. A família ouvia e perguntava, não discutia, e esta moderação contrastava com a glória de Paulo. O silêncio de Pedro principalmente era como um desafio. Não sabia Paulo que a própria mãe é que pedira ao irmão com muitos beijos, motivo que em tal momento, ia com o aperto do coração do rapaz.
Sobre esse trecho foram feitas estas afirmativas:
I- O enredo é marcado pela dualidade, jogo dos opostos, nitidamente presente nas personagens, sobretudo em Pedro e Paulo, gêmeos idênticos fisicamente, porém contrários em vários aspectos da vida.
II- O narrador apresenta-se ora em terceira pessoa sob o foco narrativo da personagem Conselheiro Aires, que conta a história dos gêmeos, e ora em primeira pessoa, sob o foco narrativo do próprio autor, fazendo observações sobre a história narrada e/ou dialogando com os leitores.
III- O espaço da narrativa é a cidade de São Paulo com seus bairros elegantes, ruas importantes, os palácios como o do Catete, além de ser um elemento que interfere nos fatos narrados, o que pode ser facilmente identificado nas descrições dos lugares onde a história se desenvolve.
Com base no trecho, pode-se afirmar que