Você quer registrar uma reclamação junto a uma empresa de ônibus (o cinto de segurança da poltrona pela qual você pagou não prendia) e é informado de que precisa registrá-la por escrito, porém exclusivamente em meios digitais.
Assinale a alternativa que indica dois gêneros digitais que você pode utilizar para fazer esse registro.
Para responder à questão, leia o fragmento de texto a seguir, observando o comportamento sintático-semântico das formas verbais destacadas:
Quando Hitler assumiu o poder em 1933, a jovem Hannah Arendt foi impedida de iniciar sua carreira docente em Berlim. O motivo: a recémdoutora em Filosofia era judia. O regime nazista prenderia a filósofa brevemente ainda naquele ano, por resistir à perseguição antissemita. Eram os primeiros passos da Alemanha para o Holocausto. A situação forçou Arendt a fugir para Paris, e ela foi declarada apátrida pelos alemães. Essa experiência marcaria sua teoria política e, anos depois, a pensadora teria a oportunidade de analisar mais de perto a dimensão humana dos responsáveis pelo Holocausto. Polêmicas à parte, sua análise é hoje referência para a compreensão dos regimes totalitários do século 20.
(70 mulheres que mudaram o mundo, Dossiê SuperInteressante, edição 408-A, out. 2019, p. 16. Com supressões e adaptações).
Sobre o uso dos tempos verbais no texto, é verdadeira a alternativa:
Considere o seguinte texto para responder à questão.
Todo dia, duzentos milhões de pessoas levam suas vidas em português. Fazem negócios e escrevem poemas. Brigam no trânsito, contam piadas e declaram amor. Todo dia, a língua portuguesa renasce em bocas brasileiras, moçambicanas, goesas, angolanas, japonesas, cabo-verdianas, portuguesas, guineenses. Novas línguas mestiças, temperadas por melodias de todos os continentes, habitadas por deuses muito mais antigos, e que ela acolhe como filhos. Língua da qual povos colonizados se apropriam e que devolvem agora, reinventada. Língua que novos e velhos imigrantes levam consigo para dizer certas coisas que nas outras não cabem. Toda noite, duzentos milhões de pessoas sonham em português.
(TV Zero, Disponível em: http://www.tvzero.com /projeto/lingua-vidas-em-portugues/. Acesso em: 30 out. 2019).
O emprego da primeira vírgula do primeiro período do texto justifica-se em função de que:
Considere o excerto do texto “Novos letramentos pelos memes: muito além do ensino de línguas”, de Maciel e Takaki, para responder à questão
“[...] No Facebook, em outra época, foi comentada a frase Can the twitter speak? (O twitter pode falar?), fazendo analogia à famosa frase da indiana Gayatri Spivak: Can the subaltern speak? (O subalterno pode falar?), defensora da tese de que as pessoas só podem ser ouvidas se forem filiadas a um grupo preferencialmente hegemônico, ou seja, só serão ouvidas se estiverem do lado de dentro. Contudo, o ciberespaço fornece essa possibilidade de expressão, embora apenas como propagação de ideias sem estar necessariamente atrelado a um poder de decisão. Mesmo assim, devido a uma grande participação de internautas, as ideias se revestem de grandes complexidades, sobretudo com a convergência em outras mídias.
Desse modo, destacamos que, no contexto da linguagem, os memes representam modelos culturais de pensamentos, ideias, pressupostos, valores, esquemas interpretativos de fenômenos sociais simbólicos e comportamentais que são produzidos por participantes, por exemplo, em “espaços de afinidade” (Gee, 2004, p. 77). Nesses contextos, as pessoas interagem, participam e aprendem num ambiente que sugere muito mais que um mero pertencimento a determinada comunidade. Para o referido teórico, no “espaço de afinidade”, diferente do espaço da comunidade convencional, os integrantes se encontram com maior flexibilidade por questões de interesse comum e não por aquelas vinculadas à [...] classe social, gênero, etnia. Esse “espaço de afinidade” atende aos interesses de usuários que se encontram socialmente saturados por diversas tarefas e que, por isso mesmo, são interpelados a construir sentidos acessando e deixando o ambiente digital quando sentirem necessidade, sem que precisem passar por seguranças e portarias, como costuma ocorrer em clubes, parques e em outras esferas sociais”.
(MACIEL, Ruberval Franco; TAKAKI, Nara Il. Novos letramentos pelos memes: muito além no ensino de línguas. In: JESUS, D.; MACIEL,R. (Orgs.). Olhares sobre tecnologias digitais: linguagens, ensino, formação e prática docente. Campinas: Pontes, 2015).
Ao introduzir o tema no primeiro parágrafo, os autores fazem referência a uma frase famosa e, em seguida, a relacionam com a condição para que as pessoas sejam ouvidas. Ao longo do texto, no entanto, apresentam um contraponto à ideia inicial.
Qual alternativa sintetiza, na sequência, essa oposição?
Considere os versos do poema “As trevas”, que integra a obra Espumas flutuantes, de Castro Alves, para responder à questão
“Tive um sonho em tudo não foi sonho!...
O sol brilhante se apagava: e os astros,
Do eterno espaço na penumbra escura,
Sem raios, e sem trilhos, vagueavam.
A terra fria balouçava cega
E tétrica no espaço ermo de lua.
A manhã ia... vinha ... e regressava...
Mas não trazia o dia! Os homens pasmos
Esqueciam no horror dessas ruínas
Suas paixões: E as almas conglobadas
Gelavam-se num grito de egoísmo
Que demandava ‘luz’. Junto às fogueiras
Abrigavam-se... e os tronos e os palácios,
Os palácios dos reis, o albergue e a choça
Ardiam por fanais. Tinham nas chamas
As cidades morrido. Em torno às brasas
Dos seus lares os homens se grupavam,
P’ra à vez extrema se fitarem juntos.
Feliz de quem vivia junto às lavas
Dos vulcões sob a tocha alcantilada!”
As figuras de linguagem estão presentes em textos poéticos e produzem expressividade no discurso, criando efeitos de sentido variados.
Assinale a alternativa que nomeia a figura em destaque nos seguintes versos: “E as almas conglobadas/Gelavam-se num grito de egoísmo”.
Considere o trecho a seguir para responder à questão.
“Olhai, oh Senhor, os jovens nos postos de gasolina. Apiedai-vos dessas pobres criaturas, a desperdiçar as mais belas noites de suas juventudes sentadas no chão, tomando Smirnoff Ice, entre bombas de combustível e pães de queijo adormecidos. Ajudai-os, meu Pai: eles não sabem o que fazem. [...] As ruas são violentas, é verdade, mas nem tudo está perdido.
[...]
Salvai-me do preconceito e da tentação, oh Pai, de dizer que no meu tempo tudo era lindo, maravilhoso. [...] Talvez exista alguma poesia em passar noite após noite sentado na soleira de uma loja de conveniência, e desfilar com a chave do banheiro e sua tabuinha, em gastar a mesada em chicletes e palha italiana. Explica-me o mistério, numa visão, ou arrancai-os dali. É só o que vos peço, humildemente, no ano que acaba de nascer. Obrigado, Senhor.”
PRATA, Antônio. Conveniência. O Estado de S. Paulo, 11 jan. 2008.
Assinale a alternativa correta quanto ao texto lido.