I
Escrita dinâmica
O que se escreve com facilidade costuma ser lido com dificuldade, e vice-versa. Alguns autores já disseram isso com palavras variadas, mas não custa repetir. A ideia acima traz na barriga, embutida lógica e inapelavelmente, esta outra: todo texto contém certa dose, que é variável, mas nunca ausente, de dificuldade, trampo, pedreira. Quem vai encarar? Se o trabalho de quebrar pedras não for feito pelo sujeito que escreve, sobrará para o que lê. E, caso ele também não esteja disposto a se desincumbir da tarefa – mas quem poderia culpá-lo? -, bau bau: mais um texto para a montanha de lixo textual em que chafurdamos.
www.veja.com/sobrepalavras
II
“A comunicação por escrito exige do emissor um esforço de organização na codificação e na disposição tipográfica. A escrita sempre remete ao seu corolário: a leitura”.
(Francis Vanoye- Usos da linguagem)
O nível de linguagem diferencia os textos I e II. Enquanto o emissor do texto I recorre a uma linguagem mais descontraída, utilizando gírias e elementos de oralidade, o emissor do texto II registra uma linguagem mais formal, utilizando termos técnicos. Considerando que essas escolhas não são aleatórias, elas significam que