Superávit primário, dívida bruta, ajuste fiscal, despesas de capitalização, créditos extraordinários, déficit previdenciário. Ao longo da semana, muitos brasileiros tiveram o primeiro contato com esses termos áridos da economia. A razão foi a imensa repercussão da votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, que limita as despesas do governo federal, com cifras corrigidas pela inflação, por até 20 anos. A PEC provoca um debate de alta qualidade sobre a economia do país. No momento, é a proposta mais viável para conter a sangria nas contas públicas e a crise econômica.
A proposta dominou as discussões na imprensa e nas redes sociais. Para um grupo, é a “PEC da salvação” para um país à beira do abismo. Para outro, é a “PEC da morte”, que reverterá avanços sociais conquistados pelo Brasil nas últimas décadas.
Época, 12/10/2016
Do ponto de vista linguístico, a discussão sobre a PEC 241 permitiu à população o acesso ao significado de termos usados pelos economistas, um código indecifrável para a maioria das pessoas que não pertencem a esse grupo de profissionais; essa constatação possibilita concluirmos que