No mundo, foram vendidos 1,4 bilhão de smartphones em 2015, 200 milhões a mais que no ano anterior. Um terço da humanidade carrega um computador no bolso. Manipular esse aparelho tão prático é algo de tal forma óbvio que quase nos faz esquecer o que ele nos impõe em troca e sobre o que repousa toda a economia digital: as empresas do Vale do Silício oferecem aplicativos a usuários que, em contrapartida, lhes entregam seus dados pessoais. Localização, histórico da atividade on-line, contatos etc. são coletados sem pudor, analisados e revendidos a anunciantes publicitários felizes em mirar as “pessoas certas, transmitindo-lhes sua mensagem certa no momento certo”, como alardeia a direção do Facebook. “Se é gratuito, então você é o produto”, já anunciava um slogan dos anos 1970. Enquanto as controvérsias sobre vigilância se multiplicam desde as revelações de Edward Snowden, em 2013, a extorsão de dados com objetivos comerciais quase não é percebida como uma questão política, ou seja, ligada às escolhas comuns e podendo se tornar objeto de uma deliberação coletiva. Fora das associações especializadas, ela praticamente não mobiliza ninguém. Talvez porque é pouco conhecida.
Disponível em http://diplomatique.org.br/dados-pessoais-uma-questao-politica/. Acesso em out. 2017.
Leia as afirmativas a seguir, considerando o apresentado no excerto acima.
I. As aspas usadas nos trechos “pessoas certas, transmitindo-lhes sua mensagem certa no momento certo” e “Se é gratuito, então você é o produto” estão empregadas seguindo-se a mesma regra de uso das aspas.
II. O objetivo central do texto é propor uma crítica ao fato de que as informações sobre vigilância digital são pouco conhecidas pelas pessoas.
III. De acordo com o texto, a máxima claramente defendida pelas redes sociais é resumida no slogan “Se é gratuito, você é o produto”.
Está CORRETO o que se afirma em