Texto II
Muitos de nós sentimos um leve incômodo quando
deparamos com um sapato virado de cabeça para
baixo. É muito comum pensarmos na possibilidade
de que algo ruim pode acontecer com alguém da nossa
família. Embora achemos ridículo e deixemos o
sapato virado do mesmo jeito, o próximo pensamento
que pode nos assaltar é o de culpa, uma vez que não
demos a devida importância que tal pessoa merece.
Afinal, estamos valorizando mais o raciocínio lógico
do que o significado de um simples calçado de sola
para o ar. Por fim, com um resignado “tá bom, não
custa nada”, acabamos desvirando o sapato e explicamos
para nós mesmos, a título de consolo, que
isso não passa de “desencargo de consciência.” [...]
SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Mentes e manias: TOC: transtorno obsessivo-compulsivo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011, p. 23. Adaptado.
A relação de sentido que se estabelece entre calçado e sapato é a mesma que se verifica no par