Um lago recém-formado, com águas claras, pouquíssimos nutrientes e raros organismos, está em fase distrófica. Com o tempo, caem nas suas margens (zona litorânea) detritos minerais e matéria orgânica, que se disseminam pela zona límnica, parte superficial na qual a luz penetra. Aos poucos, esses materiais vão-se acumulando na zona profunda. Os lagos e lagoas respondem às variações de temperatura e de quantidade de nutrientes que ocorrem durante o ano, alterando ciclicamente seu trofismo e biomassa. Além disso, a longo prazo, os lagos seguem a história da sucessão, com seu aterramento gradual por depósito de sedimentos, que se consolidam nas margens e avançam lago adentro.
Pode-se afirmar que:
I. O ecossistema vai-se enriquecendo aos poucos, desenvolvese o fitoplâncton, seguido pelo zooplâncton e pela eventual introdução de girinos e de peixes.
II. De eutrófico, o lago passa, sucessivamente, a mesotrófico e a oligotrófico, então, podendo chegar a distrófico, com grande quantidade de matéria orgânica e plena reprodução de seres vivos.
III. Os rios passam por um longo processo de aprofundamento do leito e de formação de meandros. A poluição terrível a que têm sido submetidos fez com que muitos lagos ultrapassassem o distrofismo, ingressando no oligotrofismo mais estéril.
IV. Os seres bentônicos, pelo seu conjunto, formam os bentos. Compreendem aqueles que vivem exclusivamente no fundo das águas, presos às rochas ou se arrastando sobre o lodo e a areia.
V. O limnociclo ou biociclo das águas doces abrange todos os ecossistemas dulcícolas, desde os grandes rios e lagos até uma simples poça d’água.