Para responder à questão, leia o poema de Marina Colasanti.
UM OUTRO DESTINO
Toda a vida aprendi
que a vitamina está na casca.
Agora na casca estão
os pesticidas
os defensivos agrícolas
os causadores de câncer.
A casca
e as vitaminas
jogamos ao lixo
com as lições da infância.
(COLASANTI, Marina. Passageira em trânsito. Rio de Janeiro: Record, 2009, p.92.)
Assinale a alternativa CORRETA sobre o texto.
Para responder à questão, leia o poema de Marina Colasanti.
UM OUTRO DESTINO
Toda a vida aprendi
que a vitamina está na casca.
Agora na casca estão
os pesticidas
os defensivos agrícolas
os causadores de câncer.
A casca
e as vitaminas
jogamos ao lixo
com as lições da infância.
(COLASANTI, Marina. Passageira em trânsito. Rio de Janeiro: Record, 2009, p.92.)
Sobre a função sintática dos termos destacados no poema de Colasanti, é CORRETO afirmar que:
Para responder à questão, leia a crônica de Antonio Prata.
PRETO NO BRANCO
§1 Nasci em São Paulo, filho de uma jornalista e um escritor, de classe média alta, branco. Na
vila em que morei até os catorze anos, no Itaim Bibi, não havia um único morador negro.
Aos dois anos fui para a pré-escola, onde não havia um aluno negro. Nem professor.
No ensino fundamental, mudei para um colégio maior. Entre os mil alunos, não havia um
negro. Nem professor. Tampouco havia aluno ou professor negro nas minhas classes do
ensino médio.
§2 Minha mãe não tinha um amigo negro. Meu pai não tinha um amigo negro. Nos almoços
de domingo da família da minha mãe ou do meu pai, nas festas de Natal ou Réveillon, nem
meu avô nem a minha avó nem qualquer dos meus dez tios e tias jamais apareceram com
um amigo negro. Eu só fui ter um amigo negro, que segue até hoje sendo meu único amigo
negro, aos dezesseis anos. (A mãe dele era uma artista plástica argentina, branca).
§3 Em quase um quarto de século na labuta como escritor e roteirista, nunca trabalhei com um
editor negro, um diretor negro, um roteirista negro. Nunca tive um chefe negro. Nunca recebi
uma ordem de um negro. Nunca fui atendido por um médico negro, um dentista negro,
um advogado negro, um psicanalista negro, nunca contratei os serviços de um arquiteto
negro, um engenheiro negro, um designer negro. Nos restaurantes que eu frequento é
extremamente raro encontrar pelas mesas um cliente negro.
§4 No apartamento em que eu moro há cinco anos nunca entrou uma pessoa negra que
não fosse funcionária. Não lembro de haver cruzado no elevador do prédio com qualquer
negro que não estivesse a serviço. (Até bem poucos anos estas pessoas negras estavam
proibidas de entrar no mesmo elevador que eu).
§5 Na adolescência, na pista de dança de uma festa, havia um garoto negro com cabelo
black-power. Era o único negro, ali. Sem pedir licença, apalpei suas madeixas. Ele ficou
profundamente ofendido e irritado. Levei uma década para entender o porquê.
§6 Pouco tempo atrás, quando minha filha tinha cinco anos, me perguntou por que a maioria
das babás era negra. Se eu falasse a verdade, seria: "porque, filhota, durante mais de
trezentos anos, nós, os brancos, trazíamos negros acorrentados da África e os vendíamos
e comprávamos para usá-los como escravos. E depois que eles foram libertos, criamos
uma série de entraves legais e paralegais para garantir que a esmagadora maioria deles
nunca tivesse condições de se tornar médicos, engenheiros, professores, psicólogos,
físicos. Por isso que o Darcy Ribeiro dizia que o Brasil era uma ‘máquina de moer gente’.
E ainda tem quem diga que o Brasil é um país ineficiente. Agora dorme, filhota?"
§7 Claro que eu não disse isso. Eu saí pela tangente: "Não é verdade. Existem muitos negros
e negras em outras profissões". Na classe da minha filha não tem nenhum aluno negro. Na
classe do meu filho não tem nenhum aluno negro. Na escola dos meus filhos tem um único
professor negro, de capoeira. A babá que me ajuda a criar os meus filhos é negra.
§8 Aí, quando um PM pisa no pescoço de uma mulher negra, quando um PM sufoca um
motoboy negro, quando PMs encurralam centenas de meninos e meninas negros em
becos de Paraisópolis, causando mortes por pisoteamento, quando, em duas semanas de
maio de 2006, a PM paulista mata mais negros do que o número total de mortos durante
20 anos de ditadura, quando lemos as estatísticas informando que a cada 23 minutos
um jovem negro é assassinado no Brasil, nós, brancos, como que despertando de um
transe profundo de cinco séculos, levamos as mãos à cabeça: como isso foi possível?! Oh!
Como?!
(PRATA, Antonio. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/antonioprata/2020/07/preto-no-branco.shtml. Acessado em 06/03/2021.)
Tendo em vista o título do texto, assinale a alternativa que explica CORRETAMENTE a expressão e o seu sentido na crônica.
Para responder à questão, leia a crônica de Antonio Prata.
PRETO NO BRANCO
§1 Nasci em São Paulo, filho de uma jornalista e um escritor, de classe média alta, branco. Na
vila em que morei até os catorze anos, no Itaim Bibi, não havia um único morador negro.
Aos dois anos fui para a pré-escola, onde não havia um aluno negro. Nem professor.
No ensino fundamental, mudei para um colégio maior. Entre os mil alunos, não havia um
negro. Nem professor. Tampouco havia aluno ou professor negro nas minhas classes do
ensino médio.
§2 Minha mãe não tinha um amigo negro. Meu pai não tinha um amigo negro. Nos almoços
de domingo da família da minha mãe ou do meu pai, nas festas de Natal ou Réveillon, nem
meu avô nem a minha avó nem qualquer dos meus dez tios e tias jamais apareceram com
um amigo negro. Eu só fui ter um amigo negro, que segue até hoje sendo meu único amigo
negro, aos dezesseis anos. (A mãe dele era uma artista plástica argentina, branca).
§3 Em quase um quarto de século na labuta como escritor e roteirista, nunca trabalhei com um
editor negro, um diretor negro, um roteirista negro. Nunca tive um chefe negro. Nunca recebi
uma ordem de um negro. Nunca fui atendido por um médico negro, um dentista negro,
um advogado negro, um psicanalista negro, nunca contratei os serviços de um arquiteto
negro, um engenheiro negro, um designer negro. Nos restaurantes que eu frequento é
extremamente raro encontrar pelas mesas um cliente negro.
§4 No apartamento em que eu moro há cinco anos nunca entrou uma pessoa negra que
não fosse funcionária. Não lembro de haver cruzado no elevador do prédio com qualquer
negro que não estivesse a serviço. (Até bem poucos anos estas pessoas negras estavam
proibidas de entrar no mesmo elevador que eu).
§5 Na adolescência, na pista de dança de uma festa, havia um garoto negro com cabelo
black-power. Era o único negro, ali. Sem pedir licença, apalpei suas madeixas. Ele ficou
profundamente ofendido e irritado. Levei uma década para entender o porquê.
§6 Pouco tempo atrás, quando minha filha tinha cinco anos, me perguntou por que a maioria
das babás era negra. Se eu falasse a verdade, seria: "porque, filhota, durante mais de
trezentos anos, nós, os brancos, trazíamos negros acorrentados da África e os vendíamos
e comprávamos para usá-los como escravos. E depois que eles foram libertos, criamos
uma série de entraves legais e paralegais para garantir que a esmagadora maioria deles
nunca tivesse condições de se tornar médicos, engenheiros, professores, psicólogos,
físicos. Por isso que o Darcy Ribeiro dizia que o Brasil era uma ‘máquina de moer gente’.
E ainda tem quem diga que o Brasil é um país ineficiente. Agora dorme, filhota?"
§7 Claro que eu não disse isso. Eu saí pela tangente: "Não é verdade. Existem muitos negros
e negras em outras profissões". Na classe da minha filha não tem nenhum aluno negro. Na
classe do meu filho não tem nenhum aluno negro. Na escola dos meus filhos tem um único
professor negro, de capoeira. A babá que me ajuda a criar os meus filhos é negra.
§8 Aí, quando um PM pisa no pescoço de uma mulher negra, quando um PM sufoca um
motoboy negro, quando PMs encurralam centenas de meninos e meninas negros em
becos de Paraisópolis, causando mortes por pisoteamento, quando, em duas semanas de
maio de 2006, a PM paulista mata mais negros do que o número total de mortos durante
20 anos de ditadura, quando lemos as estatísticas informando que a cada 23 minutos
um jovem negro é assassinado no Brasil, nós, brancos, como que despertando de um
transe profundo de cinco séculos, levamos as mãos à cabeça: como isso foi possível?! Oh!
Como?!
(PRATA, Antonio. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/antonioprata/2020/07/preto-no-branco.shtml. Acessado em 06/03/2021.)
Sobre a estrutura e a linguagem da crônica de Antonio Prata, é CORRETO afirmar que:
Para responder à questão, leia a crônica de Antonio Prata.
PRETO NO BRANCO
§1 Nasci em São Paulo, filho de uma jornalista e um escritor, de classe média alta, branco. Na
vila em que morei até os catorze anos, no Itaim Bibi, não havia um único morador negro.
Aos dois anos fui para a pré-escola, onde não havia um aluno negro. Nem professor.
No ensino fundamental, mudei para um colégio maior. Entre os mil alunos, não havia um
negro. Nem professor. Tampouco havia aluno ou professor negro nas minhas classes do
ensino médio.
§2 Minha mãe não tinha um amigo negro. Meu pai não tinha um amigo negro. Nos almoços
de domingo da família da minha mãe ou do meu pai, nas festas de Natal ou Réveillon, nem
meu avô nem a minha avó nem qualquer dos meus dez tios e tias jamais apareceram com
um amigo negro. Eu só fui ter um amigo negro, que segue até hoje sendo meu único amigo
negro, aos dezesseis anos. (A mãe dele era uma artista plástica argentina, branca).
§3 Em quase um quarto de século na labuta como escritor e roteirista, nunca trabalhei com um
editor negro, um diretor negro, um roteirista negro. Nunca tive um chefe negro. Nunca recebi
uma ordem de um negro. Nunca fui atendido por um médico negro, um dentista negro,
um advogado negro, um psicanalista negro, nunca contratei os serviços de um arquiteto
negro, um engenheiro negro, um designer negro. Nos restaurantes que eu frequento é
extremamente raro encontrar pelas mesas um cliente negro.
§4 No apartamento em que eu moro há cinco anos nunca entrou uma pessoa negra que
não fosse funcionária. Não lembro de haver cruzado no elevador do prédio com qualquer
negro que não estivesse a serviço. (Até bem poucos anos estas pessoas negras estavam
proibidas de entrar no mesmo elevador que eu).
§5 Na adolescência, na pista de dança de uma festa, havia um garoto negro com cabelo
black-power. Era o único negro, ali. Sem pedir licença, apalpei suas madeixas. Ele ficou
profundamente ofendido e irritado. Levei uma década para entender o porquê.
§6 Pouco tempo atrás, quando minha filha tinha cinco anos, me perguntou por que a maioria
das babás era negra. Se eu falasse a verdade, seria: "porque, filhota, durante mais de
trezentos anos, nós, os brancos, trazíamos negros acorrentados da África e os vendíamos
e comprávamos para usá-los como escravos. E depois que eles foram libertos, criamos
uma série de entraves legais e paralegais para garantir que a esmagadora maioria deles
nunca tivesse condições de se tornar médicos, engenheiros, professores, psicólogos,
físicos. Por isso que o Darcy Ribeiro dizia que o Brasil era uma ‘máquina de moer gente’.
E ainda tem quem diga que o Brasil é um país ineficiente. Agora dorme, filhota?"
§7 Claro que eu não disse isso. Eu saí pela tangente: "Não é verdade. Existem muitos negros
e negras em outras profissões". Na classe da minha filha não tem nenhum aluno negro. Na
classe do meu filho não tem nenhum aluno negro. Na escola dos meus filhos tem um único
professor negro, de capoeira. A babá que me ajuda a criar os meus filhos é negra.
§8 Aí, quando um PM pisa no pescoço de uma mulher negra, quando um PM sufoca um
motoboy negro, quando PMs encurralam centenas de meninos e meninas negros em
becos de Paraisópolis, causando mortes por pisoteamento, quando, em duas semanas de
maio de 2006, a PM paulista mata mais negros do que o número total de mortos durante
20 anos de ditadura, quando lemos as estatísticas informando que a cada 23 minutos
um jovem negro é assassinado no Brasil, nós, brancos, como que despertando de um
transe profundo de cinco séculos, levamos as mãos à cabeça: como isso foi possível?! Oh!
Como?!
(PRATA, Antonio. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/antonioprata/2020/07/preto-no-branco.shtml. Acessado em 06/03/2021.)
A substituição do verbo ou forma nominal empregados no texto pelo verbo dos parênteses compromete a regência verbal em:
Para responder à questão, leia a crônica de Antonio Prata.
PRETO NO BRANCO
§1 Nasci em São Paulo, filho de uma jornalista e um escritor, de classe média alta, branco. Na
vila em que morei até os catorze anos, no Itaim Bibi, não havia um único morador negro.
Aos dois anos fui para a pré-escola, onde não havia um aluno negro. Nem professor.
No ensino fundamental, mudei para um colégio maior. Entre os mil alunos, não havia um
negro. Nem professor. Tampouco havia aluno ou professor negro nas minhas classes do
ensino médio.
§2 Minha mãe não tinha um amigo negro. Meu pai não tinha um amigo negro. Nos almoços
de domingo da família da minha mãe ou do meu pai, nas festas de Natal ou Réveillon, nem
meu avô nem a minha avó nem qualquer dos meus dez tios e tias jamais apareceram com
um amigo negro. Eu só fui ter um amigo negro, que segue até hoje sendo meu único amigo
negro, aos dezesseis anos. (A mãe dele era uma artista plástica argentina, branca).
§3 Em quase um quarto de século na labuta como escritor e roteirista, nunca trabalhei com um
editor negro, um diretor negro, um roteirista negro. Nunca tive um chefe negro. Nunca recebi
uma ordem de um negro. Nunca fui atendido por um médico negro, um dentista negro,
um advogado negro, um psicanalista negro, nunca contratei os serviços de um arquiteto
negro, um engenheiro negro, um designer negro. Nos restaurantes que eu frequento é
extremamente raro encontrar pelas mesas um cliente negro.
§4 No apartamento em que eu moro há cinco anos nunca entrou uma pessoa negra que
não fosse funcionária. Não lembro de haver cruzado no elevador do prédio com qualquer
negro que não estivesse a serviço. (Até bem poucos anos estas pessoas negras estavam
proibidas de entrar no mesmo elevador que eu).
§5 Na adolescência, na pista de dança de uma festa, havia um garoto negro com cabelo
black-power. Era o único negro, ali. Sem pedir licença, apalpei suas madeixas. Ele ficou
profundamente ofendido e irritado. Levei uma década para entender o porquê.
§6 Pouco tempo atrás, quando minha filha tinha cinco anos, me perguntou por que a maioria
das babás era negra. Se eu falasse a verdade, seria: "porque, filhota, durante mais de
trezentos anos, nós, os brancos, trazíamos negros acorrentados da África e os vendíamos
e comprávamos para usá-los como escravos. E depois que eles foram libertos, criamos
uma série de entraves legais e paralegais para garantir que a esmagadora maioria deles
nunca tivesse condições de se tornar médicos, engenheiros, professores, psicólogos,
físicos. Por isso que o Darcy Ribeiro dizia que o Brasil era uma ‘máquina de moer gente’.
E ainda tem quem diga que o Brasil é um país ineficiente. Agora dorme, filhota?"
§7 Claro que eu não disse isso. Eu saí pela tangente: "Não é verdade. Existem muitos negros
e negras em outras profissões". Na classe da minha filha não tem nenhum aluno negro. Na
classe do meu filho não tem nenhum aluno negro. Na escola dos meus filhos tem um único
professor negro, de capoeira. A babá que me ajuda a criar os meus filhos é negra.
§8 Aí, quando um PM pisa no pescoço de uma mulher negra, quando um PM sufoca um
motoboy negro, quando PMs encurralam centenas de meninos e meninas negros em
becos de Paraisópolis, causando mortes por pisoteamento, quando, em duas semanas de
maio de 2006, a PM paulista mata mais negros do que o número total de mortos durante
20 anos de ditadura, quando lemos as estatísticas informando que a cada 23 minutos
um jovem negro é assassinado no Brasil, nós, brancos, como que despertando de um
transe profundo de cinco séculos, levamos as mãos à cabeça: como isso foi possível?! Oh!
Como?!
(PRATA, Antonio. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/antonioprata/2020/07/preto-no-branco.shtml. Acessado em 06/03/2021.)
Leia o 2º parágrafo do texto "Preto no Branco"
“Minha mãe não tinha um amigo negro. Meu pai não tinha um amigo negro. Nos almoços de domingo da família da minha mãe ou do meu pai, nas festas de Natal ou Réveillon, nem meu avô nem a minha avó nem qualquer dos meus dez tios e tias jamais apareceram com um amigo negro. Eu só fui ter um amigo negro, que segue até hoje sendo meu único amigo negro, aos dezesseis anos. (A mãe dele era uma artista plástica argentina, branca).”
De acordo com as regras de pontuação, a reescrita do trecho está CORRETA em: