Questões de Sociologia
Uma das áreas temáticas mais discutidas pela Sociologia, na atualidade, considera as disparidades entre as pessoas, que podem decorrer de bases econômicas, políticas e sociais. Ela trata da distinção ou diferenciação entre pessoas de uma mesma sociedade, por causa do acesso à renda, ao trabalho e, consequentemente, ao dinheiro. Nesse campo, discute-se, por exemplo, como as pessoas de níveis de renda diferentes são afetados pelo desemprego, pelas condições de moradia e trabalho, pelo acesso aos serviços públicos, acesso à cultura e, finalmente, às instâncias políticas e de poder.
Essa área de estudos aborda, essencialmente, a
Os ideais e os sentimentos que constituem a herança cultural dos membros de uma sociedade são impessoais, isto é, desenvolvem-se socialmente, e não são o fruto e nem a propriedade de indivíduos específicos. Como exemplo, tem-se a língua que todos falam em uma sociedade. A língua como fato social desempenha um papel crucial na coesão social e na construção da consciência coletiva.
Considerando esse pensamento, analise as afirmativas a seguir e marque a alternativa CORRETA.
No século XVIII, a confiança na razão e na capacidade de o conhecimento levar a humanidade a um patamar mais alto de progresso, regenerando o mundo através da conquista da natureza e promovendo a felicidade aqui na Terra, tornou-se bandeira e símbolo do movimento de crítica cultural que marca o Setecentos, o Século das Luzes – o Iluminismo. É esse movimento de ideias – que alcança seu ponto culminante com a Revolução Francesa e o novo quadro sociopolítico por ela configurado – que teve um impacto decisivo na formação da Sociologia e na definição de seu principal foco: o conflito entre o legado da tradição e as forças da modernidade. Considerando as ideias e o contexto que contribuíram para o surgimento da Sociologia, analise as afirmativas a seguir:
I- A ideia de liberdade passa a conotar a emancipação do indivíduo da autoridade social e religiosa, a conquista de direitos e a autonomia frente às instituições.
II- A ideia de que o progresso era uma lei inevitável que governava as sociedades consolida-se e vem a manifestar toda a sua força no pensamento social no século XIX.
III- A busca de explicações sobre a origem, a natureza e os possíveis rumos que tomariam as sociedades em vias de transformação ganham destaque e passam a fazer parte dos debates sobre o futuro das sociedades.
Estão CORRETAS as afirmativas
INSTRUÇÃO: Leia, atentamente, o texto a seguir para responder à questão que a ele se refere.
Algoritmos, mídias digitais e as novas dinâmicas do racismo estrutural
O que você faz quando precisa descobrir uma informação ou encontrar um determinado conteúdo,
como uma imagem ou um vídeo? Possivelmente, sua resposta a essa pergunta foi: “Procuro no Google!”.
[...] Com isso, nos acostumamos a fazer buscas na Internet e, a partir daí, tomar decisões, ou nos posicionar
sobre um tema. Porém, você já se perguntou quem ou o que decide qual a resposta correta para a busca
que você faz?
[5] Buscadores, como o Google, o Bing ou o DuckDuckGo, assim como plataformas de redes sociais,
como o Facebook, TikTok, Instagram e Twitter, são sistemas computacionais complexos. [...]
Na medida em que essas ferramentas passam a ser os principais meios informativos, e considerando
a natureza dos seus mecanismos de recomendação, as mídias digitais passam a ter um papel fundamental
[10] na definição de temas socialmente complexos. Pense na seguinte questão: o que é um cabelo bonito?
Qualquer resposta depende da pessoa que irá respondê-la e, obviamente, de suas preferências pessoais.
Ao mesmo tempo, essa pergunta retoma um espinhoso debate sobre padrões de beleza, os quais,
principalmente nas sociedades ocidentais, têm, historicamente, consagrado a brancura como ideal de belo
(o cabelo liso, o olho claro, a pele branca). Logo, trata-se de um tópico complexo, multifacetado e, em termos
[15] de debate, contextualmente dependente.
Esse mesmo tópico, quando pesquisado no Google, especialmente até o ano de 2019, levantava um
importante debate sobre como as mídias digitais participam (e reforçam) as dinâmicas estruturais do
racismo. [...]
Sistemas de busca como o Google funcionam por meio de modelos computacionais – os chamados
[20] algoritmos – que, genericamente falando, são desenvolvidos a partir da análise de uma imensa quantidade
de dados digitais: páginas da web, histórico das buscas, cliques realizados, termos utilizados etc. É nesse
processo que o chamado algoritmo do Google produz associações semânticas que servirão como elemento
chave para definição do que é apresentado em cada busca. Para o cientista da computação Gustavo
Honorato (COSTA, 2019), essa associação entre o termo, por exemplo, “cabelo feio” e a imagem de pessoas
[25] com cabelo crespo ou encaracolado deriva da análise que o algoritmo faz dos conteúdos disponíveis na
Internet:
O Google ainda não é capaz de ver e interpretar as imagens nas páginas disponíveis na
internet. Se ele lê citações das palavras “crespo” junto de palavras pejorativas como “feio”,
“ruim” ou outra qualquer, ele também vai entender que existe forte relação semântica entre
[30] esses termos. O robô é alimentado e cataloga as informações que estão disponíveis na
própria rede e não é ele, por si só, que define o que é feio ou bonito (COSTA, 2019, on-line).
Como sustenta Silva (2022), mesmo que não seja uma função inicialmente esperada no uso desses
mecanismos, o fomento a estereótipos e a violência discursiva acabam sendo consequências óbvias da
[35] ação de ferramentas desse tipo. Portanto, estereótipos e violência discursiva criados e mantidos por uma
maioria hegemônica acabam por, nesses sistemas, se converterem no que Silva (2022) chama de
microagressões algorítmicas contínuas: “As ofensas racistas a partir de interfaces como essas são
frequentes e geram uma agressão contínua aos grupos minorizados, alvos da algoritmização de ofensas,
o que tem impactos coletivos em diversas esferas, incluindo na saúde pública” (SILVA, 2022, p. 53). [...]
[40] Ao tentar refletir sobre esse tema, cabe aqui enfrentar as seguintes questões: tecnologias como
buscadores são racistas? Ou essa associação preconceituosa nas buscas é apenas um reflexo do racismo
que se manifesta na rede por meio de conteúdos que representam pejorativamente os negros? Não há uma
resposta certa para essas questões, e considero que a postura mais adequada nesse debate é fugir das
dicotomias, do sim e do não.
[45] O ponto central desta discussão é compreender que serviços digitais como os buscadores e sistemas
de recomendação (por exemplo, de vídeos, como no YouTube) amplificam e criam novas dimensões para
aspectos tóxicos das nossas sociedades, como a discriminação racial. [...] Nesse sentido, Silva e Araújo
(2020) defendem que aquilo que se passou a chamar de racismo algorítmico representa uma nova dinâmica,
mais complexa e exponencial, do racismo estrutural.
Fonte: ARAÚJO, Willian Fernandes. Algoritmos, mídias digitais e as novas dinâmicas do racismo estrutural. Disponível em: https://pedroejoaoeditores.com.br/2022/wp-content/uploads/2022/09/EBOOK_21-Textos-para-discutir-racismo-em-sala-deaula.pdf. Acesso em: 20 set. 2023. Adaptado.
É CORRETO afirmar, acerca da algoritmização enfocada no texto “Algoritmos, mídias digitais e as novas dinâmicas do racismo estrutural”, que
INSTRUÇÃO: Leia, atentamente, o texto a seguir para responder à questão que a ele se refere.
Algoritmos, mídias digitais e as novas dinâmicas do racismo estrutural
O que você faz quando precisa descobrir uma informação ou encontrar um determinado conteúdo,
como uma imagem ou um vídeo? Possivelmente, sua resposta a essa pergunta foi: “Procuro no Google!”.
[...] Com isso, nos acostumamos a fazer buscas na Internet e, a partir daí, tomar decisões, ou nos posicionar
sobre um tema. Porém, você já se perguntou quem ou o que decide qual a resposta correta para a busca
que você faz?
[5] Buscadores, como o Google, o Bing ou o DuckDuckGo, assim como plataformas de redes sociais,
como o Facebook, TikTok, Instagram e Twitter, são sistemas computacionais complexos. [...]
Na medida em que essas ferramentas passam a ser os principais meios informativos, e considerando
a natureza dos seus mecanismos de recomendação, as mídias digitais passam a ter um papel fundamental
[10] na definição de temas socialmente complexos. Pense na seguinte questão: o que é um cabelo bonito?
Qualquer resposta depende da pessoa que irá respondê-la e, obviamente, de suas preferências pessoais.
Ao mesmo tempo, essa pergunta retoma um espinhoso debate sobre padrões de beleza, os quais,
principalmente nas sociedades ocidentais, têm, historicamente, consagrado a brancura como ideal de belo
(o cabelo liso, o olho claro, a pele branca). Logo, trata-se de um tópico complexo, multifacetado e, em termos
[15] de debate, contextualmente dependente.
Esse mesmo tópico, quando pesquisado no Google, especialmente até o ano de 2019, levantava um
importante debate sobre como as mídias digitais participam (e reforçam) as dinâmicas estruturais do
racismo. [...]
Sistemas de busca como o Google funcionam por meio de modelos computacionais – os chamados
[20] algoritmos – que, genericamente falando, são desenvolvidos a partir da análise de uma imensa quantidade
de dados digitais: páginas da web, histórico das buscas, cliques realizados, termos utilizados etc. É nesse
processo que o chamado algoritmo do Google produz associações semânticas que servirão como elemento
chave para definição do que é apresentado em cada busca. Para o cientista da computação Gustavo
Honorato (COSTA, 2019), essa associação entre o termo, por exemplo, “cabelo feio” e a imagem de pessoas
[25] com cabelo crespo ou encaracolado deriva da análise que o algoritmo faz dos conteúdos disponíveis na
Internet:
O Google ainda não é capaz de ver e interpretar as imagens nas páginas disponíveis na
internet. Se ele lê citações das palavras “crespo” junto de palavras pejorativas como “feio”,
“ruim” ou outra qualquer, ele também vai entender que existe forte relação semântica entre
[30] esses termos. O robô é alimentado e cataloga as informações que estão disponíveis na
própria rede e não é ele, por si só, que define o que é feio ou bonito (COSTA, 2019, on-line).
Como sustenta Silva (2022), mesmo que não seja uma função inicialmente esperada no uso desses
mecanismos, o fomento a estereótipos e a violência discursiva acabam sendo consequências óbvias da
[35] ação de ferramentas desse tipo. Portanto, estereótipos e violência discursiva criados e mantidos por uma
maioria hegemônica acabam por, nesses sistemas, se converterem no que Silva (2022) chama de
microagressões algorítmicas contínuas: “As ofensas racistas a partir de interfaces como essas são
frequentes e geram uma agressão contínua aos grupos minorizados, alvos da algoritmização de ofensas,
o que tem impactos coletivos em diversas esferas, incluindo na saúde pública” (SILVA, 2022, p. 53). [...]
[40] Ao tentar refletir sobre esse tema, cabe aqui enfrentar as seguintes questões: tecnologias como
buscadores são racistas? Ou essa associação preconceituosa nas buscas é apenas um reflexo do racismo
que se manifesta na rede por meio de conteúdos que representam pejorativamente os negros? Não há uma
resposta certa para essas questões, e considero que a postura mais adequada nesse debate é fugir das
dicotomias, do sim e do não.
[45] O ponto central desta discussão é compreender que serviços digitais como os buscadores e sistemas
de recomendação (por exemplo, de vídeos, como no YouTube) amplificam e criam novas dimensões para
aspectos tóxicos das nossas sociedades, como a discriminação racial. [...] Nesse sentido, Silva e Araújo
(2020) defendem que aquilo que se passou a chamar de racismo algorítmico representa uma nova dinâmica,
mais complexa e exponencial, do racismo estrutural.
Fonte: ARAÚJO, Willian Fernandes. Algoritmos, mídias digitais e as novas dinâmicas do racismo estrutural. Disponível em: https://pedroejoaoeditores.com.br/2022/wp-content/uploads/2022/09/EBOOK_21-Textos-para-discutir-racismo-em-sala-deaula.pdf. Acesso em: 20 set. 2023. Adaptado.
INSTRUÇÃO: Para responder a esta questão, considere o texto “Algoritmos, mídias digitais e as novas dinâmicas do racismo estrutural” e o fragmento a seguir, de uma obra do jurista Sílvio Almeida.
“[...] as expressões do racismo no cotidiano, seja nas relações interpessoais, seja na dinâmica das instituições, são manifestações de algo mais profundo que se desenvolve nas entranhas políticas e econômicas da sociedade.”
Fonte: ALMEIDA, Sílvio Luiz de. Racismo estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019, p. 20-21.
O que se discute no texto sobre conteúdos racistas expostos nas mídias digitais encontra eco no fragmento citado e diz respeito a/à
INSTRUÇÃO: Analise os incisos II, III e VII do Art. 3.º do Decreto n.º 11.447, de 21 de março de 2023, que institui o Programa Aquilomba Brasil e o seu Comitê Gestor:
“Art. 3.º São princípios do Programa Aquilomba Brasil:
[...]
II - o respeito à autodeterminação, à integridade territorial e à plena efetividade dos direitos sociais, econômicos e culturais da população quilombola [...]
III - o reconhecimento do modo de vida tradicional quilombola como prática sustentável de relação com a natureza;
[...]
VII - a celeridade das ações governamentais de efetivação dos direitos da população quilombola. [...]”
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2023-2026/2023/decreto/D11447.htm. Acesso em: 27 set. 2023. Adaptado.
Em se tratando da população quilombola, ao se compararem os incisos supracitados com o texto “Mãe Bernadete, presente!”, é CORRETO afirmar que, em ambos os textos, essa população reclama