Questões de Português - Gramática - Morfologia
Nos versos "Soa quando no fundo dos espelhos / Me é estranha e longínqua a minha face", o vocábulo "estranha" deve ser classificado como:
Tomara
Tomara
Que você volte depressa
Que você não se despeça
Nunca mais do meu carinho
E chore, se arrependa
E pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho
Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz
E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais...
Vinicius de Moraes
Fonte: MORAES, V. Tomara. In: TOQUINHO. Como dizia o poeta. São Paulo: RGE Discos, 1971
Em relação ao poema "Tomara", de Vinicius de Moraes, analise a validade das afirmações a seguir.
I. A expressão título do poema, "Tomara", constitui uma expressão interjeitiva.
II. A função interjeitiva não permanece na expressão "Tomara que".
III. Na primeira estrofe, os quatro versos iniciados pela conjunção integrante estão relacionados diretamente a "Tomara".
IV. Na segunda estrofe, apenas o verso "que a tristeza te convença" está ligado diretamente a "Tomara".
Estão corretas as afirmativas:
Leia os versos a seguir, preenchendo as lacunas com as interjeições “oh” ou “ó”:
I. E quero-te, e não te amo, que é forçado
De mau feitiço azado
Este indigno furor.
Mas ____ não te amo, não.
(“Não te amo”, de Almeida Garrett)
II. ____ que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
(“Meus oito anos”, de Casimiro de Abreu)
III. ____ que amargo é o não poder
rosto a rosto contemplar
aquilo que ignoto sou
(“Narciso cego”, de Thiago de Mello)
IV. ____ Virgens que passais ao Sol-poente,
Pelas estradas ermas, a cantar!
Eu quero ouvir uma canção ardente,
Que me transporte ao meu perdido Lar.
(“Soneto”, de Antônio Nobre)
Assinale a alternativa que registra a sequência CORRETA de cima para baixo:
Leia o texto abaixo, início da crônica “Um dia na vida de um chapéu”, de Domingos Pellegrini (São Paulo: Ática, 2006):
“O homem chega em casa e não deixa o chapéu no cabide, fala que vai deixar de usar chapéu. A mulher se espanta:
– Por quê? Desde mocinho você usa, continuou a usar quando todo mundo deixou, e agora...
– Tá virando moda – ele olha com nojo o chapéu. – Os chapéus estão voltando! Vi um sujeito de chapéu outro dia, jovem demais pra ser do tempo do chapéu, e depois vi outro, mais outro, aí perguntei numa loja, o vendedor falou ah, chapéu voltou a vender bem.
A clientela chapeleira, conforme o vendedor, vinha diminuindo ano a ano, morrendo; mas, agora, jovens e até adolescentes começam a usar chapéu, inclusive mulheres”.
A linguagem oral se diferencia da linguagem escrita por várias marcas de espontaneidade, o que o texto acima procura reproduzir. No caso, uma das marcas da oralidade que nele se observa é a seguinte:
Sou apenas um homem.
Um homem pequenino à beira de um rio.
Vejo as águas que passam e não as compreendo.
Sei apenas que é noite porque me chamam de casa.
Vi que amanheceu porque os galos cantaram.
Como poderia compreender-te, América?
É muito difícil.
Passo a mão na cabeça que vai embranquecer.
O rosto denuncia certa experiência.
A mão escreveu tanto, e não sabe contar!
A boca também não sabe.
Os olhos sabem – e calam-se.
Ai, América, só suspirando.
Suspiro brando, que pelos ares vai se exalando.
(ANDRADE, C. D. América. In: A Rosa do Povo. Rio de Janeiro: Record, 1999. p.155.)
Com relação aos aspectos morfossintáticos do texto, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a
seguir.
( ) Em “Sou apenas um homem”, o termo em destaque tem valor de adjetivo.
( ) Em “Um homem pequenino à beira de um rio”, o termo em destaque é um substantivo.
( ) Em “Passo a mão na cabeça que vai embranquecer”, a locução verbal equivale a “embranqueceu”.
( ) Em “Os olhos sabem – e calam-se”, o travessão foi empregado porque o sujeito da primeira oração é diferente do sujeito da segunda.
( ) O verso “Ai, América, só suspirando” tem valor interjectivo.
Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta.
Chávez contra o silicone
Em um sério pronunciamento na televisão estatal há poucos dias, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, declarou
guerra a mais um inimigo da Revolução. No caso, dois: os implantes de silicone. No seu estilo socialista-brejeiro, Chávez
encheu o peito para discursar, dizendo que “é uma coisa monstruosa. Uma boa parte das mulheres se deixa convencer de
que, se não tem seios grandes, está mal. O que é isso, compadre?”
E foi além: “É doloroso ver mulheres que mal conseguem sustentar a casa, os filhos, comprar comida e roupas para a
família, gastar dinheiro para aumentar os seios e se adequar a um estereótipo”. A cantilena continuou por muitos minutos
mais, atribuindo aos implantes a responsabilidade por casos de gravidez precoce e consumo de drogas. O que é isso,
compadre?
Mas à parte as bobagens do caudilho venezuelano e a estranheza que causa o líder máximo de uma nação ir à TV
(controlada por ele) para falar de silicone, até que o companheiro Chávez tem uma certa razão. Não por condenar os
implantes, que quem quer coloca e pronto. Mas pela crítica a todas que mudam a aparência menos por vontade própria que
por se espelhar em alguma modelo, atriz ou modelo-e-atriz.
Com isso, ganha mesmo é a indústria da beleza, que deveria se chamar indústria da feiura, já que vive das
imperfeições no rosto, no corpo, no cabelo e na autoestima alheias. Indústria que não para de encontrar defeitos para
consertar, como as axilas escuras, por exemplo. Axilas escuras. A gente merece.
Por ser algo que muito me incomoda, tenho prestado atenção nos tratamentos para o bigode chinês, aquelas linhas em
volta da boca que ficam mais e mais profundas com o passar do tempo, e que melhoram com injeções de materiais parentes
do silicone, esse que o Chávez tanto odeia.
Engraçado é que o bigode chinês se acentua por causa dos risos, sorrisos e gargalhadas ao longo dos anos. Como se
uma vida triste e bastante choro servissem para conservar a cútis sempre jovem.
Se o Huguinho sonha, dê-lhe discurso na TV outra vez.
TAJES, Claudia. Jornal Zero Hora, em 7 de abril de 2011.
A frase “O que é isso, compadre?” aparece tanto no final do primeiro parágrafo (linha 4) quanto do segundo (linhas 7 e 8). Acerca desse uso no contexto em que aparece, somente é correto afirmar:
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