Questões de Arte - Linguagens artísticas - Artes visuais - Cor, forma e espaço

    O Instituto Inhotim ultrapassa a definição convencional de um museu de arte contemporânea. Ele sobressai como um lugar que abriga e expõe objetos de valor histórico e cultural, unindo-os a um jardim botânico com criações artísticas organizadas em pavilhões temáticos. A arquitetura do local provoca um interessante debate: seria ela puramente funcional, ou também um elemento artístico integrado às estruturas dos edifícios? Situado no bioma da Mata Atlântica, o Instituto é um lugar repleto de biodiversidade e paisagens envolventes; e proporciona uma experiência singular aos visitantes, em que arte e natureza se entrelaçam de modo equilibrado.

V. A. Bezerra. Instituto Inhotim e as galerias dos arquitetos associados: a experiência sensorial pelo viés fenomenológico. Recife, PE, 2024 (com adaptações).

 

A articulação entre arte, arquitetura e natureza no Instituto Inhotim tem o propósito de

Leia o excerto poético e observe a imagem para responder à questão.

 

Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado,
De tosco trato, e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela
Graças à minha estrela.

GONZAGA, Tomás Antônio. Lira I. In: A poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996. p. 7.

Tem-se, no excerto apresentado, um sujeito lírico que se dirige a sua amada, ao passo que, na pintura, verificam-se

  A figura ao lado ilustra uma das obras da artista contemporânea brasileira Lygia Pape (1927-2004). Nessa obra, a superfície amarela corresponde a um quadrado de lado igual a 30 cm, posicionado no solo, no qual foi feito um furo quadrado de área igual a 1% do quadrado inicial e cujo centro coincide com o centro geométrico deste quadrado. Por esse furo, a luz do Sol penetra, projetando sobre o solo uma forma geométrica retangular, cuja área varia de acordo com a posição do Sol, ou seja, com a hora do dia. Admita que, conforme o esquema ilustrado abaixo, ao meio dia, não haja projeção de figura geométrica no solo; que os raios solares que passam pelo furo sejam paralelos, como ilustrado abaixo, para determinada hora do dia; que _x, indicado na figura, seja dado por _x = (x - 12) × 15º, para 12 horas < x  18 horas; e que a base da figura projetada no solo mais próxima do quadrado amarelo tenha o mesmo comprimento do lado do furo.

Com base nessas informações e desprezando a espessura do material utilizado para fabricar o quadrado amarelo, julgue o item a seguir.

Nesse trabalho, a artista explora a luz como material artístico para gerar formas.

Observe a imagem a seguir e responda à questão.

SALGADO, Sebastião, Grupo de indígenas waurá pescando na lagoa Piyulaga, na bacia do Xingu, estado do Mato Grosso. Impressão digital sobre papel de algodão, dimensões 64cm x 79cm, 2005. Disponível em: https://www.theguardian.com/global-development /gallery/2024/feb/08/i-photographed-the-world-the-art-of-sebastiao-salgado-in-pictures. Acesso em: 17 out. 2024.

 

A fotografia foi assumida de modo contundente como expressão das Artes Plásticas somente a partir da década de 1970. Até essa década, possuía forte apelo documental e de registro, tornando-se aliada das expressões artísticas de curta duração e efêmeras, como a Performance, o Happening, a Land-art e a Arte Conceitual. No Brasil, a fotografia como expressão artística autônoma tem, como principal expoente, Sebastião Salgado (1944-), que enfoca como motivos as diásporas e os movimentos de migração, as multidões, o trabalho, os movimentos sociais e o meio ambiente. Seu processo de criação conta com um envolvimento profundo com os objetos de suas fotografias e seus espaços derivados.

Sebastião Salgado, ao registrar a imagem apresentada, produziu uma peça visual que pode ser fortemente associada às pinturas românticas Pescadores no mar (1796) e Chuva, vapor e velocidade (1844), do artista inglês Joseph Mallord William Turner (1775 1851). Tal associação não se dá apenas pela presença de densas massas de névoas e brumas, que sugerem movimento, imprecisão e um certo drama, mas também pela relação luz-sombra, que é deslocada do eixo vertical central ou das diagonais do enquadramento (posições clássicas), e pela marcação contundente da linha do horizonte dividindo a imagem em duas.

 

Essa descrição, que permitiu aproximar características das obras de Turner e Salgado, ainda que distantes do ponto de vista espacial, temporal e técnico, foi feita a partir da leitura e da interpretação das técnicas de

O cartum é um gênero de texto que apresenta uma visão crítica sobre a realidade por meio da articulação entre diferentes elementos, tais como exagero, humor, ironia, expressões faciais, imagens e cores. Além disso, o humor do cartum pode se construir com base em incongruências entre elementos que o compõem. O cartum a seguir foi adaptado. Na sua versão original, a cor cinza e a cor verde foram usadas.

 

Partindo-se do pressuposto de que, do ponto de vista ambiental, a cor cinza denota uma condição desfavorável e a cor verde denota uma condição favorável, assinale a alternativa correta.

    Mestre Didi inicialmente transpôs, ao meio da arte, peças similares aos artefatos que fabricava para o terreiro e, depois, passou a traduzir, em forma de arte, os conteúdos narrativos da tradição nagô (as peças expostas no circuito artístico não eram sacralizadas). Além disso, ele sentiu a necessidade prática de transformar objetos portáteis e manuseados por pessoas durante o transe religioso em peças estáticas para serem expostas como objetos artísticos. Mestre Didi produziu desde objeto e escultura até monumento e instalação. Ao longo do desenvolvimento dessa produção, ele foi ampliando pouco a pouco seu domínio de matérias, materiais e do vazio, de formas e espaços, de tamanhos e de escalas, para conquistar maior desenvoltura na expressão plástica a partir da simbologia cultural iorubá.

Roberto Conduru. Formações transatlânticas – Mestre Didi Martiniano do Bonfim e a arte da África no Brasil desde os oitocentos. In: 19&20, Rio de Janeiro, v. XVI, n.º 1, jan.-jun./2021 (com adaptações)

 

Tendo como referência a obra apresentada na imagem e o texto precedentes, julgue o seguinte item.

Os materiais e as formas dessa obra de Mestre Didi ampliam a sacralidade do terreiro ao estendê-la para a arte.