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Acesse GrátisQuestões de Português - Leitura e interpretação de textos
Questão 5 6325358
CESMAC Medicina 1° Dia 2022TEXTO
Ninguém nasce escritor; e o processo que transforma alguém em um artista da palavra é um enigma. Entretanto, existem evidências de escritores que travaram lutas com as palavras e muitos passam por etapas semelhantes aos redatores leigos ou iniciantes. É preciso, antes de tudo, compreender que todas as pessoas podem chegar a produzir bons textos e que isso não é uma questão de ser beneficiado ou abençoado pelos deuses, que favorecem o nascimento de talentosos. É necessário identificar bloqueios, porventura construídos ao longo de um percurso continuado e persistente.
(Nilson de Souza. Zero Hora. 17/7/1996) Fragmento adaptado.
As considerações divulgadas pela Linguística até agora dão conta de que a modalidade oral da linguagem é aprendida espontaneamente pelas crianças, enquanto a modalidade escrita exige um longo processo de instrução formal. Na verdade, o ensino institucional da escrita exige ou pressupõe:
1) a exposição prática a diferentes tipos e gêneros de textos escritos, como também de diferentes funções interativas.
2) atividades de produção de textos, conforme os recursos da continuidade semântica, estipulados pelas teorias textuais da coesão e da coerência.
3) a correção gramatical e léxica, que corresponde a uma exigência textual, em qualquer situação de interação verbal
4) a apresentação organizada dos recursos formais e de conteúdos que permitam uma argumentação coerente e esclarecedora.
5) a seleção de um vocabulário erudito em qualquer situação da atividade verbal e da interação social.
Estão corretas as alternativas:
Questão 5 6666770
FEMA 2022Leia o trecho do ensaio “Ondulações paranoides de uma época”, de Pascal Dibie, para responder à questão.
Meu fascínio pela juventude atual, movida por aquilo que podemos chamar de natureza cibernética, está ligado ao fato de que ela nos escapa sem precisar fugir nem se esconder. Os jovens são capazes de partir, sob nossos olhos, para lugares projetados apenas por eles, aos quais não temos verdadeiramente acesso. Nós, os adultos de hoje, não temos disciplina e, talvez, nem mesmo concentração para entrar na medida cibernética. Isso não impede que a informática seja para as nossas crianças um prolongamento indispensável ao seu equilíbrio e à apreensão do mundo no qual elas vivem.
Parece evidente que as crianças de hoje não repetem mais os nossos jogos em grupo; jogos que se pareciam com aqueles que nossos pais tinham eles mesmos repetido de seus pais: bichinhos de massa de modelar, vida da fazenda, soldadinhos, jogos de montar, trens elétricos, etc., enfim, todos os brinquedos saídos do neolítico, explicitamente desinteressantes para crianças de 4 ou 5 anos que já usam o computador só com um dedo.
Idem para nossas exigências domésticas: as crianças parecem cada vez menos compreender as razões que nos levam a sentar à mesa em horas fixas (isso se chamava “comensalidade”), a mandá-las dormir cedo (era uma questão de higiene de vida). Enfim, as crianças resistem às nossas tentativas de impor a elas um ritmo de vida familiar que fazia parte da normalidade que limitava nossa própria infância; ritmos (e pais) um pouco tirânicos — falo dos anos 1960.
Elas entraram em um futuro quase alcançável, no qual as noções de tempo e de espaço foram definitivamente embaralhadas. As “cibercrianças” inventam novas formas de solidariedade e organizam-se em comunidades lúdicas numa escala que chega a ser planetária. No universo dos jogos em rede, as crianças ficam sentadas durante horas para resolver um enigma e, de passagem, livrar-se de armadilhas, tomar decisões a todo instante, preencher vazios de informação, enfim, explorar a lógica da simulação. Temos de reconhecer que, durante tais atividades, essas crianças desenvolvem operações cognitivas extremamente complexas, certamente mais complexas do que aquelas que tínhamos de resolver na idade delas.
(https://artepensamento.com.br. Adaptado.)
Na visão do autor,
Questão 2 6981044
FUVEST 2022Por mais bem informado que você possa ser, não dá para baixar a guarda. Mas por que as notícias falsas – mesmo aquelas mais improváveis – parecem tão convincentes para tantas pessoas? Van Bavel, professor de psicologia e ciência neural da Universidade de Nova York, se especializou em entender como as crenças políticas e identidades de grupo influenciam a mente, e descobriu que a identificação com posições políticas pode interferir em como o cérebro processa as informações.
Tendemos a rejeitar fatos que ameaçam nosso senso de identidade e sempre buscar informações que confirmem nossas próprias crenças, seja por meio de memórias seletivas, leituras de fontes que estão do nosso lado ou mesmo interpretando os fatos de determinada maneira. Isso tudo está relacionado a não querermos ter nossas ideias, gostos, identidade questionados, e por isso temos dificuldade em aceitar o que contradiz aquilo em que acreditamos.
Ana Prado. “A ciência explica por que caímos em fake news”. Superinteressante. 15/06/2018. Adaptado.
De acordo com o texto,
Questão 4 7109054
UEMA 2022José Pereira da Graça Aranha nasceu, em São Luís do Maranhão, a 21 de junho de 1868. Foi nomeado, em 1890, Juiz Municipal em Cachoeiro de Santa Leopoldina, no Espírito Santo, onde recolheu material para a sua obra de maior interesse, que publicaria doze anos depois, Canaã. De acordo com a Bíblia, Canaã era a terra prometida por Deus a Abraão e descendentes. Por extensão, Canaã, na obra literária, poderia ser considerado um lugar paradisíaco na terra.
Nesse romance ideológico, Graça Aranha expõe uma crítica à fase em que o poder político e o social brasileiros sofrem influências de ricos cafeicultores no Sudeste do Brasil e do fluxo de imigrantes alemães, que, então, substituíam a mão de obra escrava dos recém-libertados, marginalizados e injustiçados, em regiões do Espírito Santo.
Leia o excerto para responder a questão.
O estrangeiro apertou a mão calosa e áspera do velho, que abriu os lábios numa rude expressão de riso, mostrando as gengivas roxas e desdentadas. A cafuza não se mexeu; apenas, mudando vagarosamente o olhar, descansou-o, cheio de preguiça e desalento, no rosto do viajante. A criança acolheu-se a ela, boquiaberta, com a baba a escorrer dos beiços túmidos.
[...]
— Mora aqui há muito tempo? perguntou Milkau.
— Fui nascido e criado nessas bandas, sinhô moço... Ali perto do Mangaraí.
— E, tateando o espaço, estendia a mão para o outro lado do rio. — Não vê um casarão lá no fundo? Foi ali que me fiz homem, na fazenda do Capitão Matos, defunto meu sinhô, que Deus haja! O estrangeiro, acompanhando o gesto, apenas divisava ao longe um amontoado de ruínas que interrompia a verdura da mata.
E a conversa foi continuando por uma série de perguntas de Milkau sobre a vida passada daquela região, às quais o velho respondia gostoso, por ter ocasião de relembrar os tempos de outrora, sentindo-se incapaz, como todos os humildes e primitivos, de tomar a iniciativa dos assuntos.
[...]
— Ah, tudo isto, meu sinhô moço, se acabou... Cadê fazenda? Defunto meu sinhô morreu, filho dele foi vivendo até que governo tirou os escravos. Tudo debandou. Patrão se mudou com a família para Vitória, onde tem seu emprego; meus parceiros furaram esse mato grande e cada um levantou casa aqui e acolá, onde bem quiseram. Eu com minha gente vim para cá, para essas terras do seu coronel. Tempo hoje anda triste. Governo acabou com as fazendas, e nos pôs todos no olho do mundo, a caçar de comer, a comprar de vestir, a trabalhar como boi para viver. Ah! tempo bom de fazenda!
[...]
— Mas, meu amigo — disse Milkau —, você aqui ao menos está no que é seu, tem sua casa, sua terra, é dono de si mesmo.
— Qual terra, qual nada... Rancho é do marido de minha filha, que está aí sentada, terra é de seu coronel, arrendada por dez mil-réis por ano. Hoje em dia tudo aqui é de estrangeiro, Governo não faz nada por brasileiro, só pune por alemão...
Dentre os trechos extraídos do diálogo dos personagens, indique aquele em que predomina a intenção crítica do autor acerca da política da época.
Questão 9 5259927
CESMAC 1° Dia 2021.2TEXTO
Millôr, exercitando sua competência de linguista por intuição, escreveu a declaração abaixo:
"Nenhuma língua morreu por falta de gramáticos: algumas estagnaram por ausência de escritores. Nenhuma sobreviveu sem povo.”
Por essa declaração, fica obviamente declarado que, na constituição e na manutenção de uma língua, o essencial são:
Questão 48 5941421
FGV-RJ 1° Semestre 2021Texto para a pergunta.
O NEGACIONISMO NO PODER
Como fazer frente ao ceticismo que atinge a ciência e a política
Até pouco tempo atrás, quando queríamos sustentar uma afirmação sem
argumentar demais, bastava dizer: “É comprovado cientificamente.” Mas essa
tática já não tem mais a mesma eficácia, pois a confiança na ciência está
diminuindo. Vivemos hoje um clima de ceticismo generalizado, uma descrença
[5] nas instituições que favorece a disseminação de negacionismos, encampados
por governos com políticas escancaradamente anticientíficas.
Algumas pesquisas confirmam a crise de confiança que atinge, ao mesmo
tempo, a ciência e a política. O fenômeno da pós-verdade – esse momento que
atravessamos no qual fatos objetivos têm menos influência na opinião pública
[10] do que crenças pessoais – é um sintoma extremo dessa crise. Muita gente não
enxerga que a ciência, assim como a política, existe para beneficiar a
sociedade. E esse desencanto produz um terreno fértil para movimentos
anticiência e teorias da conspiração (além de fomentar extremismos). A pós-
verdade, assim, não designa apenas o uso oportunista da mentira (embora ele
[15] seja frequente). O termo sinaliza, acima de tudo, um ceticismo quanto aos
benefícios das verdades que costumavam compor um repertório comum, o
que explica certo desprezo por evidências factuais usadas na argumentação
científica. Diante disso, contradizer argumentos falsos exibindo fatos reais
pode ter pouca relevância em uma discussão. Evidências e consensos
[20] científicos têm sido facilmente contestados com base em convicções pessoais
ou experiências vividas – como se percebe todos os dias nas redes sociais.
Tatiana Roque, Piauí, No. 161, fevereiro, 2020. Adaptado.
Entendida em seu sentido próprio, pode ser considerada pleonástica (redundante) a seguinte expressão do texto: