Questões de Português - Gramática - Sintaxe - Agente da passiva
TEXTO
Dez anos da Lei das Cotas
Rosane Garcia postado em 08/07/2022 | 06:00
A Lei das Cotas (nº 12.711/2012), que reserva 50% das vagas em universidade e institutos federais para negros, completará uma década em 28 de agosto próximo. Ao longo desses 10 anos, ela se tornou mais inclusiva, ao abrir espaço para indígenas e estudantes da rede pública, segmentos da sociedade que, como os negros, foram, historicamente, segregados pelo Estado, pautado pelo racismo estrutural e ambiental, base orientadora da formulação de políticas públicas excludentes.
Vista como uma reparação por danos provocados aos negros, após mais de 300 anos de escravidão, o novo marco legal esbarrou na reação dos abomináveis racistas e escravagistas contemporâneos, indignados com a conquista do movimento negro, que completou 40 anos neste 2022. Congressistas foram ao Supremo Tribunal Federal para tentar derrubar a nova lei.
Entre os argumentos, havia a alegação de que a regra privilegia pretos e pardos em detrimento dos direitos dos brancos, tornando desigual a disputa por uma vaga nas universidades. É puro deboche falar em desigualdade, quando todas as ações do poder público e setor privado sempre mortificaram o artigo da Constituição anterior a de 1988, em que todos "são iguais perante as leis". Escárnio.
Um discurso ridículo, ante os mais de 300 anos de escravidão, tortura e assassinatos de homens, mulheres e crianças sequestrados em terras africanas. Um crime de lesa-humanidade nunca reparado pelo Estado brasileiro. Pelo contrário. Ter muitos escravos e ser dono de grandes extensões de terra — latifúndios — representavam o poder político do explorador. Hoje, a eliminação de negros ainda é fato corriqueiro, protagonizado por integrantes de forças de segurança pública em investidas nas periferias dos centros urbanos.
Em uma década, a Lei das Cotas mudou o perfil das universidades brasileiras. Nesse período, o número de alunos negros cresceu em torno de 400%. Hoje, eles somam mais de 38% dos estudantes, embora o povo preto seja 56% da população brasileira.
O movimento pela diversidade tem mexido com as organizações privadas. Hoje, grandes corporações do setor privado com compromisso social, nos mais diferentes ramos de atividade, criam programas para que profissionais negros ocupem cargos de chefia ou de coordenação dentro das empresas. Uma mudança importante no comportamento do empresariado, cujo olhar passa a enxergar a pluralidade étnica e, também, de gêneros no país.
Mesmo com todos os efeitos positivos, a Lei das Cotas tem sido rechaçada por grupos conservadores e neonazistas, inconformados com a presença dos negros nas universidades ou em postos de mando em algumas empresas. Esses segmentos têm representantes no Congresso e incitam os parlamentares a não revalidarem a Lei das Cotas. As eleições de novembro podem ser um escudo, para evitar o estilhaçamento da legislação. Mas, considerando-se a atual composição do parlamento, é preciso ficar atento, pois o compromisso da maioria não tem sido, em hipótese alguma, com a sociedade. E, menos ainda, com os afrobrasileiros.
Texto adaptado para fins pedagógicos. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2022/07/5020827- artigo-dez-anos-da-lei-das-cotas.html. Acesso em: 28 ago. 2022
Mesmo com todos os efeitos positivos, (1) a Lei das Cotas tem sido rechaçada por grupos conservadores e neonazistas (2), inconformados com a presença dos negros nas universidades (3) ou em postos de mando em algumas empresas (4).
O termo em destaque POR GRUPOS CONSERVADORES E NEONAZISTAS (2) exerce função dec
Considere o fragmento do texto do jornal Correio Brasiliense:
[...] O certo é que, à medida que o tempo passa e o momento de tomar a decisão da escolha de uma profissão se aproxima, os questionamentos internos e externos começam a ficar mais intensos e a exigir uma resposta rápida. No fim do Ensino Médio, como se já não bastasse a pressão por conseguir boas notas em testes como o Enem, existe uma ansiedade por parte do próprio estudante para descobrir o que deseja, bem como a imposição de outros, como professores, pais e conhecidos, para que a pessoa faça uma escolha. Em meio à pressa e ao nervosismo, nem sempre a decisão é acertada.
[...] Segundo Leila Arruda, que é administradora de empresas, para evitar que isso aconteça, o primeiro passo é que esses jovens procurem se conhecer bem. “É preciso se perguntar o que se quer. Muitas vezes, o pai acha melhor um curso, a mãe outro, mas pode ser que nenhuma dessas opções seja a vontade da pessoa.
(Martins, Thays. Orientação vocacional: para não se arrepender. Correio Brasiliense, Brasília, 20 jan. 2019. Caderno de Trabalho, p. 2. Adaptado.)
Analise a partícula se, sublinhada nas frases apresentadas a seguir, retiradas do texto de Thays Martins:
I - [...] e o momento de tomar a decisão da escolha de uma profissão se aproxima.
II - [...] como se já não bastasse a pressão por conseguir boas notas em testes como o Enem.
III - [...] o primeiro passo é que esses jovens procurem se conhecer bem.
IV - É preciso se perguntar o que se quer.
Assinale a alternativa que corretamente apresenta as frases em que a partícula se possui sentido semelhante:
Leia o trecho de Galvez, Imperador do Acre, de Márcio Souza, para responder à questão.
Juno e Flora e outras divindades mitológicas
O cabaré não primava pela decoração, mas o ambiente era simples e acolhedor. Era bem conceituado pelos anos de serviços prestados. Uma sala pequena cheia de sofás, algumas mesas redondas de mármore encardido. Meia penumbra. Fomos sentar numa mesa perto da orquestra. A casa começava a esvaziar e estavam apenas os clientes mais renitentes. Duas meninas dançavam um can-can desajeitado e deviam ser paraenses. As duas meninas suavam sem parar. Fomos atendidos por Dona Flora, gorda e oxigenada proprietária que bem poderia ser a deusa Juno. Recebemos as vênias de sempre e Trucco pediu uísque. A música já estava com o andamento de fim de festa e o garçom veio servir nossas bebidas. Trucco perguntou se Lili ainda iria apresentar-se e o garçom respondeu que o número dela era sempre à meia-noite. Havia um ar de familiaridade, e duas polacas vieram sentar em nossa mesa. Afastei a cadeira para elas sentarem e notei que eram bem velhas e machucadas. Decidi dar uma observada no ambiente enquanto Trucco trocava gentilezas com as duas cocottes1 .
(Galvez, Imperador do Acre, 1977.)
1cocotte: mulher jovem e atraente.
A oração “Fomos atendidos por Dona Flora” está na voz passiva.
A oração correspondente na voz ativa, que mantém o sentido original, contém a forma verbal
Leia o trecho de Galvez, Imperador do Acre, de Márcio Souza, para responder à questão.
Juno e Flora e outras divindades mitológicas
O cabaré não primava pela decoração, mas o ambiente era simples e acolhedor. Era bem conceituado pelos anos de serviços prestados. Uma sala pequena cheia de sofás, algumas mesas redondas de mármore encardido. Meia penumbra. Fomos sentar numa mesa perto da orquestra. A casa começava a esvaziar e estavam apenas os clientes mais renitentes. Duas meninas dançavam um can-can desajeitado e deviam ser paraenses. As duas meninas suavam sem parar. Fomos atendidos por Dona Flora, gorda e oxigenada proprietária que bem poderia ser a deusa Juno. Recebemos as vênias de sempre e Trucco pediu uísque. A música já estava com o andamento de fim de festa e o garçom veio servir nossas bebidas. Trucco perguntou se Lili ainda iria apresentar-se e o garçom respondeu que o número dela era sempre à meia-noite. Havia um ar de familiaridade, e duas polacas vieram sentar em nossa mesa. Afastei a cadeira para elas sentarem e notei que eram bem velhas e machucadas. Decidi dar uma observada no ambiente enquanto Trucco trocava gentilezas com as duas cocottes1.
(Galvez, Imperador do Acre, 1977.)
1cocotte: mulher jovem e atraente.
A oração “Fomos atendidos por Dona Flora” está na voz passiva.
A oração correspondente na voz ativa, que mantém o sentido original, contém a forma verbal
Leia o trecho de Galvez, Imperador do Acre, de Márcio Souza, para responder a questão.
Juno e Flora e outras divindades mitológicas
O cabaré não primava pela decoração, mas o ambiente era simples e acolhedor. Era bem conceituado pelos anos de serviços prestados. Uma sala pequena cheia de sofás, algumas mesas redondas de mármore encardido. Meia penumbra. Fomos sentar numa mesa perto da orquestra. A casa começava a esvaziar e estavam apenas os clientes mais renitentes. Duas meninas dançavam um can-can desajeitado e deviam ser paraenses. As duas meninas suavam sem parar. Fomos atendidos por Dona Flora, gorda e oxigenada proprietária que bem poderia ser a deusa Juno. Recebemos as vênias de sempre e Trucco pediu uísque. A música já estava com o andamento de fim de festa e o garçom veio servir nossas bebidas. Trucco perguntou se Lili ainda iria apresentar-se e o garçom respondeu que o número dela era sempre à meia-noite. Havia um ar de familiaridade, e duas polacas vieram sentar em nossa mesa. Afastei a cadeira para elas sentarem e notei que eram bem velhas e machucadas. Decidi dar uma observada no ambiente enquanto Trucco trocava gentilezas com as duas cocottes1 .
(Galvez, Imperador do Acre, 1977.)
1cocotte: mulher jovem e atraente.
A oração “Fomos atendidos por Dona Flora” está na voz passiva.
A oração correspondente na voz ativa, que mantém o sentido original, contém a forma verbal
Leia o texto de Guila Flint para responder à questão.
Durante os cinco anos que durou seu julgamento, o assassino Igal Amir apresentou uma atitude fria e arrogante. Sempre sorrindo e mascando chiclete, destruiu todos os argumentos da defesa, que tentava provar insanidade mental. Houve um consenso inusitado entre a acusação, a defesa e os juízes de que Amir fez praticamente todo o trabalho para a acusação. Basta observar as declarações feitas por ele durante o julgamento para perceber por que vários advogados da defesa se demitiram, e a acusação não teve de trabalhar muito para provar o assassinato premeditado. “Agi de forma lúcida e premeditada”, disse Amir, admitindo que se preparou durante dois anos para o crime. “Tudo que fiz foi em nome de Deus e para o bem do povo de Israel”, afirmou. “Aquele homem (Rabin) queria sacrificar o povo de Israel pelo poder, sacrifiquei a minha vida pelo povo, um dia vocês entenderão que tinha razão”. Afirmou ainda, várias vezes, “Deus deu a terra de Israel ao povo de Israel!”.
Os psiquiatras que examinaram Amir concluíram que ele não sofre de distúrbios mentais, é uma pessoa articulada e seu QI é acima da média. Até o último momento do processo não manifestou arrependimento algum pelo crime. Mas quando ouviu a sentença, seu sorriso permanente finalmente desapareceu.
(Miragem de paz: Israel e Palestina, 2009. Adaptado.)
“Deus deu a terra de Israel ao povo de Israel!” (1º parágrafo) Assinale a alternativa que expressa, na voz passiva, o conteúdo dessa oração.
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