Questões de Literatura - Literatura de outros povos ou países de língua portuguesa
104 Questões
Questão 31 15012187
UNEMAT 2025/1Um estrondo ouve-se do lado de lá. Uma bomba. Mina antipessoal. Deve ser a guerra a regressar outra vez.
Penso em esconder-me. Em fugir. O estrondo espanta os pássaros que voam para a segurança das alturas. Não. Não deve ser o projéctil de uma bala. Talvez sejam dois carros em colisão pela estrada fora. Lanço os olhos curiosos para a estrada. Não vejo nada. Apenas silêncio. Sinto um tremor ligeiro dentro do peito e fico imóvel por uns instantes. Um bando de vizinhas caminham na minha direcção.
CHIZIANE, Paulina. Niketche: uma história de poligamia. São Paulo: Companhia das Letras. 2004, p. 9-10.
O texto acima trata-se do início do romance Niketche: uma história de poligamia, da escritora moçambicana Paulina Chiziane.
Nesse fragmento, Rami, narradora-personagem,
Questão 5 14795088
UEMG 2025Leia o trecho do poema "Tabacaria", de Álvaro de Campos, (heterônimo de Fernando Pessoa) e indique a alternativa que possui intertextualidade temática mais evidente com o trecho apresentado.
"Fiz de mim o que não soube,
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara."
Questão 35 14650303
UECE Específicas 2ª Fase 1° Dia 2025/2Vozes-mulheres
Conceição Evaristo
A voz de minha bisavó
ecoou criança
[40] nos porões do navio.
ecoou lamentos
de uma infância perdida.
A voz de minha avó
ecoou obediência
[45] aos brancos-donos de tudo.
A voz de minha mãe
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
debaixo das trouxas
[50] roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo à favela.
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
[55] com rimas de sangue
e
fome.
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
[60] recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas.
A voz de minha filha
recolhe em si
[65] a fala e o ato.
O ontem – o hoje – o agora.
Na voz de minha filha
se fará ouvir a ressonância
o eco da vida-liberdade.
EVARISTO, Conceição. Vozes-mulheres. In: EVARISTO, Conceição. Poemas da recordação e outros movimentos. 3. ed. Rio de Janeiro: Malê, 2017. p. 24-25.
No texto, o eu lírico trata de uma linhagem ancestral composta da bisavó, da avó, da mãe, de si mesma e da filha.
Nesse contexto, a análise das questões sociais abordadas no texto remete a um aspecto
Questão 42 14562264
URCA Dia 2° 2025/1Leia o texto a seguir (poema de ma njanu) e responda à questão.

njanu, ma. olho de tigre com fome: considerac¸oes sobre uma literatura perversa. Fortaleza: ma njanu, 2020
As literaturas da lusofonia africana desempenharam um papel crucial na construção e afirmação das identidades nacionais dos países de língua portuguesa na África, especialmente no contexto das lutas de libertação e do período pós-independência.
Assinale a alternativa que melhor exemplifica essa relação, associando autores e obras a esse processo:
Questão 36 14562247
URCA Dia 2° 2025/1Leia o texto a seguir (trecho selecionado do "Ninguém matou Suhura", de Lília Momplé) e responda à questão.
Na semipenumbra do seu quarto exíguo e abafado, Suhura acorda sorrindo ao novo dia que desponta. Contudo, não tem qualquer motivo para sorrir. Aos quinze anos é analfabeta, órfã de pai e extremamente pobre. Além disso, vai morrer antes de o dia findar.
De natureza predisposta à alegria, o simples fato de viver a enche de satisfação. Por isso ela sorri à claridade morna que a desperta, salta rapidamente da quitanda e corre para a janelinha de madeira que abre de par em par.
São cinco horas da manhã. Porém a luz do dia já penetra a jorros, iluminando cruamente o quarto. Este é um compartimento minúsculo, de paredes de mataca carcomida e teto sem forro, onde se atravancam a quitanda de Suhura, uma velha mala de latão assente sobre quatro pedregulhos, e a quitanda da avó.
MOMPLÉ, L. Ninguém matou Suhura. 3. ed. Maputo: Edição da Autora, 2007.
No trecho do conto de Lília Momplé, é possível identificar marcas linguísticas que remetem ao contexto sociocultural e regional de Moçambique.
Assinale a alternativa que melhor analisa os aspectos relacionados às variedades linguísticas e sua relação com o contexto narrativo:
Questão 35 14562244
URCA Dia 2° 2025/1Leia o texto a seguir (trecho selecionado do "Ninguém matou Suhura", de Lília Momplé) e responda à questão.
Na semipenumbra do seu quarto exíguo e abafado, Suhura acorda sorrindo ao novo dia que desponta. Contudo, não tem qualquer motivo para sorrir. Aos quinze anos é analfabeta, órfã de pai e extremamente pobre. Além disso, vai morrer antes de o dia findar.
De natureza predisposta à alegria, o simples fato de viver a enche de satisfação. Por isso ela sorri à claridade morna que a desperta, salta rapidamente da quitanda e corre para a janelinha de madeira que abre de par em par.
São cinco horas da manhã. Porém a luz do dia já penetra a jorros, iluminando cruamente o quarto. Este é um compartimento minúsculo, de paredes de mataca carcomida e teto sem forro, onde se atravancam a quitanda de Suhura, uma velha mala de latão assente sobre quatro pedregulhos, e a quitanda da avó.
MOMPLÉ, L. Ninguém matou Suhura. 3. ed. Maputo: Edição da Autora, 2007.
O conto de Lília Momplé dialoga com a formação da identidade nacional e a experiência histórica de Moçambique, explorando elementos sociais, culturais e simbólicos que marcam os países lusófonos.
Com base no trecho apresentado, assinale a alternativa que melhor analisa a relação entre o contexto descrito e a construção da identidade nacional em manifestações literárias:
06


