Questões de Literatura - Literatura brasileira - Escolas Literárias
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo Tupi.
Os versos acima podem ser atribuídos a uma tendência e a um escritor fundamentais para a consolidação do romantismo no Brasil.
Assinale a alternativa que correlacione corretamente esses dois aspectos:
Leia o poema de Leonor de Almeida Portugal Lorena e Lencastre, também conhecida como Marquesa de Alorna, para responder à questão.
Retratar a tristeza em vão procura
Quem na vida um só pesar não sente,
Porque sempre vestígios de contente
Hão-de aparecer por baixo da pintura:
Porém eu, infeliz, que a desventura
O mínimo prazer me não consente,
Em dizendo o que sinto, a mim somente,
Parece que compete esta figura.
Sinto o bárbaro efeito das mudanças,
Dos prazeres o mais cruel pesar,
Sinto do que perdi tristes lembranças;
Condenam-me a chorar, e a não chorar,
Sinto a perda total das esperanças,
E sinto-me morrer sem acabar.
(Marquesa de Alorna. Sonetos, 2007.)
Uma característica do poema que antecipa a estética romântica é
Texto
Retrato
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio tão amargo.
[5] Eu não tinha estas mãos tão sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
[10] Tão simples, tão certa, tão fácil:
– Em que espelho ficou retida
a minha face?
MEIRELES, Cecília. Retrato. In: Viagem [1939]. Rio de Janeiro, Ed. Global, 2012, p. 29
No poema Retrato, Cecília Meireles apresenta
Leia o poema “Adeus, meus sonhos!”, do poeta Álvares de Azevedo, para responder à questão.
Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!
Não levo da existência uma saudade!
E tanta vida que meu peito enchia
Morreu na minha triste mocidade!
Misérrimo! votei meus pobres dias
À sina doida de um amor sem fruto…
E minh’alma na treva agora dorme
Como um olhar que a morte envolve em luto.
Que me resta, meu Deus?!… morra comigo
A estrela de meus cândidos amores,
Já que não levo no meu peito morto
Um punhado sequer de murchas flores!
(Lira dos vinte anos, 1996.)
Uma característica do Romantismo evidente nesse poema é o
Era no Dous de julho. A pugna imensa
Travara-se nos cerros da Bahia...
O anjo da morte pálido cosia
Uma vasta mortalha em Pirajá.
“Neste lençol tão largo, tão extenso,
“Como um pedaço roto do infinito...
O mundo perguntava erguendo um grito:
“Qual dos gigantes morto rolará?!...”
[...]
Não! Não eram dous povos, que abalavam
Naquele instante o solo ensanguentado...
Era o porvir — em frente do passado,
A Liberdade — em frente à Escravidão,
Era a luta das águias — e do abutre,
A revolta do pulso — contra os ferros,
O pugilato da razão — com os erros,
O duelo da treva — e do clarão!...
ALVES, Castro. Ode ao dous de julho, em Espumas flutuantes. Internet: (com adaptações)
No poema de Castro Alves, o tema caro a sua geração romântica tratado no trecho destacado é
CANÇÃO DO TAMOIO, de Antonio Gonçalves Dias, um poema laudatório de qualidades idealizadas do indígena brasileiro, que simboliza o herói nacional, conforme ideário do Romantismo do século XIX, se dirige a um guerreiro Tamoio, enaltecendo sua coragem e ousadia para lutar por conquistas e honrar o nome do pai, mesmo diante da morte. Construído em redondilha menor (5 sílabas métricas) em todos os versos das 10 estrofes, o ritmo rápido e acelerado da musicalidade poética ajuda a produzir a ambientação frenética diante da preparação para o combate.
No início do século XIX, esta visão idealizada das nações indígenas foi promovida como marca de valorização da busca pelo:
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