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Questões de Literatura - Literatura brasileira - Escolas Literárias

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996 Questões

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Questão 10 14529226
Fácil 00:00

UEMA PAES 2025
  • Literatura
  • Sugira
  • Literatura brasileira Textos Literários
  • Elementos da narrativa Escolas Literárias
  • Modernismo Personagens
  • 3ª Geração
  • Exibir tags
Resolução comentada

O episódio a seguir narra os sentimentos mais íntimos de Manuelzão. Leia-o para responder à questão.

 

    Manuelzão saía de lá, queria estar mais simplificado. Mas, debaixo de tão curtas horas, e sentia que estava caído de alturas – das alturas da festa. Tudo era diferente do que devia de ser. Mesmo enquanto se festava, a gente carecia de sofrer também o ramêrro dos usos, o mau sempre da vida: uns adoeciam com moléstias, outros se entristeciam, alguém tinha de cuidar das necessidades de todos, rompe, reinavam as maçadas, e a gente tinha de precatar os perigos do amanhã, que subia armado contra os fundamentos de hoje. Os outros aceitavam o misturado disso, entravam nus na festa, feito fossem meninos. Mas, ele, Manuelzão, não. Não conseguia. Para ele, o apreciável das coisas tinha de ser honesto, limpo, estreito, apartado: ou uma festa completa, só festa, todamente! – ou mas então a lida dura, esticada, sem distração, sem descuido nenhum, sem mixórdia! Mais uns enganos. Homem, não suspirava. Mesmo, competia de demonstrar cara satisfeita, não dessem de reparar e falar, desfazendo em sua boa fama. Por pouco, quem sabe até iam dizer: - Festa de Manuelzão, todos divertem, ele não...Não queria.

ROSA, João Guimarães. Manuelzão e Miguilim. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001

 

É notória a habilidade de Rosa para reconstrução das estruturas da língua portuguesa. Um exemplo desse rearranjo de palavras está contemplado no seguinte fragmento:

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Questão 8 14529169
Fácil 00:00

UEMA PAES 2025
  • Literatura
  • Sugira
  • Literatura brasileira Textos Literários
  • Elementos da narrativa Escolas Literárias
  • Modernismo Personagens
  • 3ª Geração
  • Exibir tags
Resolução comentada

O texto a seguir trata de uma conversa entre os dois personagens, Miguilim e Tio Terêz. Leia-o para responder à questão.

 

    – “Escuta, Miguilim, você alembra um dia a gente jurou ser amigos, de lei, leal, amigos de verdade? Eu tenho uma confiança em você...” – e Tio Terêz pegou o queixo de Miguilim, endireitando a cara dele para se olharem. – "Você vai, Miguilim, você leva, entrega isto aqui à Mãe, bem escondido, você agarante?! Diz que ela pode dar a resposta a você, que mais amanhã estou aqui, te espero ...” Miguilim nem paz, nem pôde, perguntou nada, nem teve tempo, Tio Terêz foi falando e exaparecendo nas árvores. Miguilim sumiu o bilhete na algibeira, saiu quase corre-corre, o quanto podia, não queria afrouxar ideia naquilo, só chegar em casa, descansar, beber água, estar já faz-tempo longe dali, de lá do mato.

    – Miguilim, menino, credo que sucedeu? Que que está com a cara em ar?

    – Mesmo nada não, Mãe. Gostei de ir na roça, demais. Pai comeu a comida ...

    O bilhete estava dobrado, na algibeira. O coração de Miguilim solava que rebatia. De cada vez que ele pensava, recomeçava aquela dúvida na respiração, e era como se estivesse sem tempo. – “Miguilim está escondendo alguma arte que fez!” – Foi não, Vovó Izidra...” “– Dito, quê que foi que o Miguilim arrumou?!” “– Nada não, Vovó Izidra. Só que teve de passar em matos, ficou com medo do capeta ...”

ROSA, João Guimarães. Manuelzão e Miguilim. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

Considerando a leitura da obra, a partir da perspectiva da infância de Miguilim, o fragmento que melhor define, no contexto, sentimentos e valores humanos que refletem o encontro do menino Miguilim consigo é o seguinte:

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Questão 7 14511977
Fácil 00:00

UPE 3ª Fase 1º Dia SSA 2024
  • Literatura
  • Sugira
  • Literatura brasileira Textos Literários
  • Elementos da narrativa Escolas Literárias
  • Modernismo Personagens
  • 3ª Geração
  • Exibir tags
Resolução comentada

Texto 2

 

        MANUEL

Mas esses dois? Você mesma via daqui e comentava o que eles faziam com João Grilo e os outros empregados da padaria!

 

        JOÃO GRILO

Se é por mim, não há dificuldade, porque eu sou tão sem-vergonha, que já me esqueci de tudinho.

 

        MANUEL

Devia ter esquecido lá, João. Pode alegar alguma coisa em favor deles?

 

        A COMPADECIDA

O perdão que o marido deu à mulher na hora da morte, abraçando-se com ela para morrerem juntos.

 

        MANUEL

Isso pode se dizer em favor dele. Mas ela?

 

        ENCOURADO

Enganava o marido com todo mundo.

 

        MULHER

Porque era maltratada por ele. Logo no começo de nosso casamento, começou a me enganar. A senhora não sabe o que eu passei, porque nunca foi moça pobre casada com homem rico, como eu. Amor com amor se paga.

 

        A COMPADECIDA

Eu entendo tudo isso mais do que você pensa. Sei o que as mulheres passam no mundo, se bem que não tenha do que me queixar, porque meu marido era o que se pode chamar um santo.

 

        JOÃO GRILO

Grande novidade!

 

        A COMPADECIDA

O que, João?

 

        JOÃO GRILO

Falei não.

 

        ENCOURADO

Falou, sim. Ele disse: “Grande novidade.”

 

        A COMPADECIDA

Na verdade, João tem toda razão. Falei assim por falar, mas que São José era um santo, não é nenhuma novidade.

 

        ENCOURADO

A senhora está falando muito e vê-se perfeitamente sua proteção com esses nojentos, mas nada pôde dizer ainda em favor da mulher do padeiro.

 

        A COMPADECIDA

Já aleguei sua condição de mulher, escravizada pelo marido e sem grande possibilidade de se libertar. Que posso alegar ainda em seu favor?

 

        PADEIRO

A prece que fiz por ela antes de morrer. O mais ofendido pelos atos que ela praticava era eu e, no entanto, rezei por ela. Isso deve ter algum valor.

 

        A COMPADECIDA

E tem. Alego isso em favor dos dois

 

        MANUEL

Está recebida a alegação.

SUASSUNA, Ariano. Auto da Compadecida. 35. ed. Rio de Janeiro: Agir, 2005. p. 150-152. Excerto.

 

Texto 3

    Até ali, Clara não dissera palavra; e Dona Salustiana, mesmo antes de saber que aquela moça era mais uma vítima da libidinagem do filho, quase não a olhava; e, se o fazia, era com evidente desdém. A moça foi notando isso e encheu-se de raiva, de rancor por aquela humilhação por que passava, além de tudo que sofria e havia ainda de sofrer.

    Ao ouvir a pergunta de Dona Salustiana, não se pôde conter e respondeu como fora de si:

    — Que se case comigo.

    Dona Salustiana ficou lívida; a intervenção da mulatinha a exasperou. Olhou-a cheia de malvadez e indignação, demorando o olhar propositadamente. Por fim, expectorou:

    — Que é que você diz, sua negra?

    [...]

    A velha continuou:

    — Casado com gente dessa laia... Qual!... Que diria meu avô, Lord Jones, que foi cônsul da Inglaterra em Santa Catarina — que diria ele, se visse tal vergonha? Qual!

    Parou um pouco de falar; e, após instantes, aduziu:

    — Engraçado, essas sujeitas! Queixam-se de que abusaram delas... É sempre a mesma cantiga... Por acaso, meu filho as amarra, as amordaça, as ameaça com faca e revólver? Não. A culpa é delas, só delas...

    Dona Margarida ia perguntar: "Que decide, então?" — quando se ouviram passos na escada. Era o dono da casa. Entrando e deparando-se-lhe aquele quadro, suspendeu os passos e parou no meio da sala.

    Olhou tudo e todos e perguntou:

    — Que há?

    "Papai" — ia dizendo uma das filhas; — mas sabendo, por aí, quem era aquele homem, Clara correu para ele, ajoelhou-se e implorou:

    — Tenha pena de mim, "Seu" Azevedo! Tenha pena de uma infeliz! Seu filho me desgraçou!

    O velho Azevedo descansou os embrulhos, levantou a moça, fê-la sentar-se; e ele, sentando-se por sua vez, pôs-se a olhar, cheio de pena, o dorido rosto da rapariga. Todos os olhos se fixaram nele; ninguém respirava. Afinal, Azevedo falou:

    — Minha filha, eu não te posso fazer nada. Não tenho nenhuma espécie de autoridade sobre "ele"... Já o amaldiçoei... Demais, "ele" fugiu e eu já esperava que essa fuga fosse para esconder mais alguma das suas ignóbeis perversidades... Tu, minha filha, te ajoelhaste diante de mim ainda agora. Era eu que devia ajoelhar-me diante de ti, para te pedir perdão por ter dado vida a esse bandido — que é o meu filho... Eu, como pai, não o perdoo; mas peço que Deus me perdoe o crime de ser pai de tão horrível homem... Minha filha, tem dó de mim, deste pobre velho, deste amargurado pai, que há dez anos sofre as ignomínias que meu filho espalha por aí, mais do que ele... Não te posso fazer nada... Perdoa-me, minha filha! Cria teu filho e me procura se...

    Não acabou a frase. A voz sumiu-se; ele descaiu o corpo sobre a cadeira e os olhos se foram tornando inchados.

    As filhas acudiram, a mulher também; e uma daquelas, chorando, pediu à Clara e à Dona Margarida:

    — É favor, minhas senhoras; retirem-se, sim?

    Na rua, Clara pensou em tudo aquilo, naquela dolorosa cena que tinha presenciado e no vexame que sofrera. Agora é que tinha a noção exata da sua situação na sociedade. Fora preciso ser ofendida irremediavelmente nos seus melindres de solteira, ouvir os desaforos da mãe do seu algoz, para se convencer de que ela não era uma moça como as outras; era muito menos no conceito de todos. [...]

BARRETO, Lima. Clara dos Anjos. São Paulo: Ática, 2002. p. 131-133. (Fragmento)

 

 

 

Leia o texto a seguir, de autoria do grande crítico literário brasileiro Antonio Candido.

 

[...] a literatura pode ser um instrumento consciente de desmascaramento, pelo fato de focalizar as situações de restrição dos direitos, ou a negação deles, como a miséria, a servidão, mutilação espiritual. [...] ela tem muito a ver com a luta pelos direitos humanos.

CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: LIMA, Aldo de (org.). O direito à literatura. Recife: Editora da UFPE, 2012. p. 35.

 

Refletindo sobre a literatura como um direito humano, Candido destaca três possibilidades de negação de direitos. Podemos observar algumas dessas privações no Texto 2, um texto teatral, e no Texto 3, um romance. Em relação específica aos direitos das mulheres, como podemos associar essas possibilidades aos dois textos lidos?

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Questão 10 14473811
Fácil 00:00

UNEB Dia 1° 2024
  • Literatura
  • Sugira
  • Literatura brasileira Textos Literários
  • Elementos da narrativa Escolas Literárias
  • Modernismo Personagens
  • 3ª Geração
  • Exibir tags
Resolução comentada

    Até hoje permanece a discussão em torno da morte de Quincas Berro D'água. Dúvidas por explicar, detalhes absurdos, contradições no depoimento das testemunhas, lacunas diversas. Não há clareza sobre hora, local e frase derradeira. A família, apoiada por vizinhos e conhecidos, mantém-se intransigente na versão da tranquila morte matinal, sem testemunhas, sem aparato, sem frase, acontecida quase vinte horas antes daquela outra propalada e comentada morte na agonia da noite, quando a Lua se desfez sobre o mar e aconteceram mistérios na orla do cais da Bahia. Presenciada, no entanto, por testemunhas idôneas, largamente falada nas ladeiras e becos escusos, a frase final repetida de boca em boca representou, na opinião daquela gente, mais que uma simples despedida do mundo, um testemunho profético, mensagem de profundo conteúdo (como escreveria um jovem autor de nosso tempo).

    Tantas testemunhas idôneas, entre as quais Mestre Manuel e Quitéria do Olho Arregalado, mulher de uma só palavra, e, apesar disso, há quem negue toda e qualquer autenticidade não só à admirada frase mas a todos os acontecimentos daquela noite memorável, quando, em hora duvidosa e em condições discutíveis, Quincas Berro Dágua mergulhou no mar da Bahia e viajou para sempre, para nunca mais voltar. Assim é o mundo, povoado de céticos e negativistas, amarrados, como bois na canga, à ordem e à lei, aos procedimentos habituais, ao papel selado. Exibem eles, vitoriosamente, o atestado de óbito assinado pelo médico quase ao meio-dia e com esse simples papel — só porque contém letras impressas e estampilhas — tentam apagar as horas intensamente vividas por Quincas Berro Dágua até sua partida, por livre e espontânea vontade, como declarou, em alto e bom som, aos amigos e outras pessoas presentes.

    A família do morto — sua respeitável filha e seu formalizado genro, funcionário público de promissora carreira; tia Marocas e seu irmão mais moço, comerciante com modesto crédito num banco — afirma não passar toda a história de grossa intrujice de bêbedos inveterados, patifes à margem da lei e da sociedade, velhacos cuja paisagem devera ser as grades da cadeia e não a liberdade das ruas, o porto da Bahia, as praias de areia branca, a noite imensa. Cometendo uma injustiça, atribuem a esses amigos de Quincas toda a responsabilidade da malfadada existência por ele vivida nos últimos anos, quando se tornara desgosto e vergonha para a família. A ponto de seu nome não ser pronunciado e seus feitos não serem comentados na presença inocente das crianças, para as quais o avô Joaquim, de saudosa memória, morrera há muito, decentemente, cercado da estima e do respeito de todos. O que nos leva a constatar ter havido uma primeira morte senão física pelo menos moral, datada de anos antes, somando um total de três, fazendo de Quincas um recordista da morte, um campeão do falecimento, dando-nos o direito de pensar terem sido os acontecimentos posteriores — a partir do atestado de óbito até seu mergulho no mar — uma farsa montada por ele com o intuito de mais uma vez atazanar a vida dos parentes, desgostar-lhes a existência, mergulhando-os na vergonha e nas murmurações da rua. Não era ele homem de respeito e de conveniência, apesar do respeito dedicado por seus parceiros de jogo a jogador de tão invejada sorte, a bebedor de cachaça tão longa e conversada.

(AMADO, Jorge. A morte e a morte de Quincas Berro D´água. Ed.Companhia das Letras. São Paulo, 2008) - fragmento

Sobre o narrador de "A morte e a morte de Quincas Berro D´água", afirma-se:

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Questão 8 14473776
Fácil 00:00

UNEB Dia 1° 2024
  • Literatura
  • Sugira
  • Literatura brasileira Textos Literários
  • Elementos da narrativa Escolas Literárias
  • Modernismo Personagens
  • 3ª Geração
  • Exibir tags
Resolução comentada

    Até hoje permanece a discussão em torno da morte de Quincas Berro D'água. Dúvidas por explicar, detalhes absurdos, contradições no depoimento das testemunhas, lacunas diversas. Não há clareza sobre hora, local e frase derradeira. A família, apoiada por vizinhos e conhecidos, mantém-se intransigente na versão da tranquila morte matinal, sem testemunhas, sem aparato, sem frase, acontecida quase vinte horas antes daquela outra propalada e comentada morte na agonia da noite, quando a Lua se desfez sobre o mar e aconteceram mistérios na orla do cais da Bahia. Presenciada, no entanto, por testemunhas idôneas, largamente falada nas ladeiras e becos escusos, a frase final repetida de boca em boca representou, na opinião daquela gente, mais que uma simples despedida do mundo, um testemunho profético, mensagem de profundo conteúdo (como escreveria um jovem autor de nosso tempo).

    Tantas testemunhas idôneas, entre as quais Mestre Manuel e Quitéria do Olho Arregalado, mulher de uma só palavra, e, apesar disso, há quem negue toda e qualquer autenticidade não só à admirada frase mas a todos os acontecimentos daquela noite memorável, quando, em hora duvidosa e em condições discutíveis, Quincas Berro Dágua mergulhou no mar da Bahia e viajou para sempre, para nunca mais voltar. Assim é o mundo, povoado de céticos e negativistas, amarrados, como bois na canga, à ordem e à lei, aos procedimentos habituais, ao papel selado. Exibem eles, vitoriosamente, o atestado de óbito assinado pelo médico quase ao meio-dia e com esse simples papel — só porque contém letras impressas e estampilhas — tentam apagar as horas intensamente vividas por Quincas Berro Dágua até sua partida, por livre e espontânea vontade, como declarou, em alto e bom som, aos amigos e outras pessoas presentes.

    A família do morto — sua respeitável filha e seu formalizado genro, funcionário público de promissora carreira; tia Marocas e seu irmão mais moço, comerciante com modesto crédito num banco — afirma não passar toda a história de grossa intrujice de bêbedos inveterados, patifes à margem da lei e da sociedade, velhacos cuja paisagem devera ser as grades da cadeia e não a liberdade das ruas, o porto da Bahia, as praias de areia branca, a noite imensa. Cometendo uma injustiça, atribuem a esses amigos de Quincas toda a responsabilidade da malfadada existência por ele vivida nos últimos anos, quando se tornara desgosto e vergonha para a família. A ponto de seu nome não ser pronunciado e seus feitos não serem comentados na presença inocente das crianças, para as quais o avô Joaquim, de saudosa memória, morrera há muito, decentemente, cercado da estima e do respeito de todos. O que nos leva a constatar ter havido uma primeira morte senão física pelo menos moral, datada de anos antes, somando um total de três, fazendo de Quincas um recordista da morte, um campeão do falecimento, dando-nos o direito de pensar terem sido os acontecimentos posteriores — a partir do atestado de óbito até seu mergulho no mar — uma farsa montada por ele com o intuito de mais uma vez atazanar a vida dos parentes, desgostar-lhes a existência, mergulhando-os na vergonha e nas murmurações da rua. Não era ele homem de respeito e de conveniência, apesar do respeito dedicado por seus parceiros de jogo a jogador de tão invejada sorte, a bebedor de cachaça tão longa e conversada.

(AMADO, Jorge. A morte e a morte de Quincas Berro D´água. Ed.Companhia das Letras. São Paulo, 2008) - fragmento

"Presenciada, no entanto, por testemunhas idôneas, largamente falada nas ladeiras e becos escusos..."

 

O termo capaz de substituir, sem prejuízo de sentido, aquele que está sublinhado no fragmento destacado é:

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Questão 8 14029457
Fácil 00:00

UEA - SIS 3º Serie 2025/2027 2024
  • Literatura
  • Sugira
  • Literatura brasileira Textos Literários
  • Elementos da narrativa Escolas Literárias
  • Modernismo Personagens
  • 3ª Geração
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Resolução comentada

Leia o trecho do romance Ciranda de pedra, de Lygia Fagundes Telles, para responder à questões.

 

    O quarto estava na penumbra, impregnado de um perfume adocicado e morno. A doente estava deitada no divã. O roupão azul, frouxamente entreaberto no busto, deixava entrever o colo magro, da brancura seca do gesso. O rosto parecia tranquilo em meio à cabeleira em desordem, de um louro sem brilho.

    [...] Pousou o olhar em Virgínia. — E quem é esta menina?

    Virgínia aproximou-se. “Outra vez, meu Deus, outra vez?!”

    — Sou eu, mãe.

    Laura cerrou os grandes olhos mortiços. Tinha a expressão serena mas desatenta.

    — Eu sou sua mãe, eu sou sua mãe — repetiu como uma criança obediente que consegue decorar a lição sem contudo entendê-la. Sorriu. — Eu estava brincando...

    “Será melhor esperar”, resolveu Virgínia ajoelhando-se ao lado do divã. Se lhe perguntassem esperar o quê, não saberia responder. Apenas esperava. Uma vez surpreendeu uma mariposa presa numa teia. “Fuja depressa, fuja!”, desejara sem coragem de intervir. Mas a mariposa se deixava envolver sem nenhuma resistência no viscoso tecido cinzento que a aranha ia acumulando em torno de suas asas. Assim via a mãe, enleada em fios que lhe tapavam os ouvidos, os olhos, a boca. Não adiantava dizer-lhe nada. Nem mostrar- -lhe nada. Falas e pessoas batiam naquele invólucro macio e ao mesmo tempo resistente como uma carapaça, batiam e voltavam e batiam novamente num vaivém inútil. Apenas uma pessoa conseguia penetrar no emaranhado: Daniel.

(Ciranda de pedra, 2009.)

Este movimento de vanguarda decompõe os objetos para recompô-los segundo uma lógica própria, que não obedece às leis naturais. A deformação do objeto se dá por via da geometrização.

(Lígia Cademartori. Períodos literários, 1987. Adaptado.)

 

Uma obra representativa da vanguarda artística retratada no texto está reproduzida em:

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