Questões de Literatura - Literatura brasileira - Escolas Literárias - Romantismo
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Questão 7 14031456
UEA - SIS 1º série 2025/2027 2024Para responder à questão, leia o trecho do romance Úrsula, cuja primeira edição data de 1859, da escritora maranhense Maria Firmina dos Reis.
Meteram-me a mim e a mais trezentos companheiros de infortúnio e de cativeiro no estreito e infecto porão de um navio. Trinta dias de cruéis tormentos, e de falta absoluta de tudo quanto é mais necessário à vida passamos nessa sepultura até que abordamos às praias brasileiras. Para caber a mercadoria humana no porão, fomos amarrados em pé e para que não houvesse receio de revolta, acorrentados como os animais ferozes das nossas matas, que se levam para recreio dos potentados da Europa. Davam-nos a água imunda, podre e dada com mesquinhez, a comida má e ainda mais porca: vimos morrer ao nosso lado muitos companheiros à falta de ar, de alimento e de água. É horrível lembrar que criaturas humanas tratem a seus semelhantes assim e que não lhes doa a consciência de levá-los à sepultura asfixiados e famintos!
(Úrsula, 2018.)
Está empregada em sentido figurado a seguinte palavra sublinhada no texto:
Questão 7 14020540
UFAM PSC 3º etapa 2024Leia os poemas a seguir, antes de responder à questão abaixo:
Canto de regresso à pátria
Minha terra tem palmares
onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo
(Oswald de Andrade)
Canção do exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
[...]
(Gonçalves Dias)
Sobre o poema “Canto de regresso à pátria”, é INCORRETO afirmar que:
Questão 3 13274459
FMJ 2024Leia a crônica “Fobias”, de Luis Fernando Verissimo, para responder à questão.
As pessoas que defendem o pastoral e a volta ao primitivo nunca se lembram, nas suas rapsódias à vida rústica, dos insetos. Sempre que ouço alguém descrever, extasiado, as delícias de um acampamento — ah, dormir no chão, fazer fogo com gravetos e ir ao banheiro atrás do arbusto — me espanto um pouco mais com a variedade humana. Somos todos da mesma espécie, mas o que encanta uns horroriza outros. Sou dos horrorizados com a privação deliberada. Muitas gerações contribuíram com seu sacrifício e seu engenho para que eu não precisasse fazer mais nada atrás do arbusto. Me sentiria um ingrato fazendo. E a verdade é que, mesmo para quem não tem os meus preconceitos, as delícias do primitivo nunca são exatamente como as descrevem. Aquela legendária casa à beira de uma praia escondida onde a civilização ainda não chegou, ou chegou mas foi corrida pelo vento, e onde tudo é bom e puro, não existe. E se existe, nunca é bem assim.
— Um paraíso! Não há nem um armazém por perto. Quer dizer, não há acesso à aspirina, fósforos ou qualquer tipo de leitura salvo, talvez, metade de uma revista “Cigarra” de 1948, deixada pelos últimos ocupantes da casa quando foram carregados pelos mosquitos.
— A gente dorme ouvindo o barulho do mar… E de animais terrestres e anfíbios tentando entrar na casa para morder o seu pé. E, se morder, você morre. O antibiótico mais próximo fica a 100 quilômetros e está com a data vencida.
Não. Fico na cidade. A máxima concessão que faço à vida natural, no verão, são as bermudas. E, assim mesmo, longas. Muito curtas e já é um começo de volta à selva.
(Luis Fernando Verissimo. O suicida e o computador, 1992.)
Ao ironizar a vida rústica, o cronista afasta-se de um tópico explorado reiteradamente pela poesia
Questão 22 12679821
UFAM PSI - CG 1 2024O Romantismo gerou e vem gerando muitas
releituras e diálogos, como se percebe nos versos a
seguir, do poema de Casimiro de Abreu:
“Canção do exílio – Meu lar”
Se eu tenho de morrer na flor dos anos
Meu Deus! não seja já;
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
Cantar o sabiá!
Meu Deus, eu sinto e tu bem vês que eu morro
Respirando este ar;
Faz que eu viva, Senhor! dá-me de novo
Os gozos do meu lar!
O país estrangeiro mais belezas
Do que a pátria não tem;
E este mundo não vale um só dos beijos
Tão doces duma mãe!
Considere as seguintes afirmativas:
I. É possível perceber que o tema desenvolvido, nos fragmentos do poema, remete ao saudosismo da pátria e à sua valorização pelo eu-lírico (sabiá, não querer morrer longe de casa, desejo de voltar à terra natal, pois no “país estrangeiro” não há mais beleza do que no seu).
II. Casimiro de Abreu não pertence à segunda Geração Romântica, chamada de ultrarromântica. Nessa geração há a presença do nacionalismo e do indianismo, pois o indígena assumirá o papel do cavaleiro medieval europeu.
III. O fragmento do poema de Casemiro de Abreu dialoga com o poema de Gonçalves Dias “Canção do exílio”, que também trata do exílio e cuja marcação geográfica é feita pelos advérbios lá, cá, aqui: “Minha terra tem palmeiras, //onde canta o sabiá;//as aves que aqui gorjeiam, //não gorjeiam como lá //[...]// não permita Deus que eu morra// sem que desfrute os primores// que não encontro por cá”.
Assinale a alternativa CORRETA:
Questão 12 12296687
UNESP Meio do Ano 2024Leia o soneto do poeta parnasiano Olavo Bilac para responder à questão.
Em mim também, que descuidado vistes,
Encantado e aumentando o próprio encanto,
Tereis notado que outras coisas canto
Muito diversas das que outrora ouvistes.
Mas amastes, sem dúvida… Portanto,
Meditai nas tristezas que sentistes:
Que eu, por mim, não conheço coisas tristes,
Que mais aflijam, que torturem tanto.
Quem ama inventa as penas em que vive:
E, em lugar de acalmar as penas, antes
Busca novo pesar com que as avive.
Pois sabei que é por isso que assim ando:
Que é dos loucos somente e dos amantes
Na maior alegria andar chorando.
(Olavo Bilac. Poesias, 2001.)
Uma característica que aproxima esse soneto da estética romântica é
Questão 9 12292155
PUC-GO Medicina 2024/1Leia o fragmento do romance Iracema, de José de Alencar:
Um dia, ao pino do sol, ela repousava em um claro da floresta. Banhava-lhe o corpo a sombra da oiticica, mais fresca do que o orvalho da noite. Os ramos da acácia silvestre esparziam flores sobre os úmidos cabelos. Escondidos na folhagem os pássaros ameigavam o canto.
Iracema saiu do banho: o aljôfar d’água ainda a roreja, como à doce mangaba que corou em manhã de chuva. Enquanto repousa, empluma das penas do gará as flechas de seu arco, e concerta com o sabiá da mata, pousado no galho próximo, o canto agreste.
A graciosa ará, sua companheira e amiga, brinca junto dela. Às vezes sobe aos ramos da árvore e de lá chama a virgem pelo seu nome; outras remexe o uru de palha matizada, onde traz a selvagem seus perfumes, os alvos fios do crautá, as agulhas da juçara com que tece a renda, e as tintas de que matiza o algodão.
(ALENCAR, José de. Iracema. 24 ed. São Paulo: Ática, 1991. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acessado em: 10 ago. 2023.)
Vocabulário:
* Aljôfar = Gota de água com aspecto de pérola.
* Roreja = Borrifa, orvalha.
* Ará = Grande papagaio da América do Sul.
* Crautá = Palmeira frutífera do sertão, a mesma que no Pará se chama açaí.
Depois da independência, na busca por se adequar aos padrões impostos pela modernidade da época, o Brasil empenha-se para se afirmar como nação.
Marque a alternativa que corresponde corretamente às marcas representativas do nacionalismo, evidenciadas pelo fragmento do romance de José de Alencar:
Pastas
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