Questões de Literatura - Literatura brasileira - Escolas Literárias - Romantismo
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Questão 20 14567658
Unioeste 1° Etapa Manhã 2025Tendo em vista o soneto “Já da morte o palor me cobre o rosto”, de Álvares de Azevedo, assinale a alternativa CORRETA.
Questão 16 14468827
UNESP Conhecimentos Gerais 2025/1Para responder à questão, leia o trecho de uma crônica de José de Alencar, publicada originalmente em 03.09.1854.
Um belo dia, não sei de que ano, uma linda fada, que chamareis como quiserdes, a poesia ou a imaginação, tomou-se de amores por um moço de talento, um tanto volúvel como de ordinário o são as fantasias ricas e brilhantes que se deleitam admirando o belo em todas as formas. Ora, dizem que as fadas não podem sofrer a inconstância, no que lhes acho toda a razão; e por isso a fada de meu conto, temendo a rivalidade dos anjinhos cá deste mundo, onde os há tão belos, tomou as formas de uma pena, pena de cisne, linda como os amores, e entregou-se ao seu amante de corpo e alma.
Não serei eu que desvendarei os mistérios desses amo res fantásticos, e vos contarei as horas deliciosas que cor riam no silêncio do gabinete, mudas e sem palavras. Só vos direi, e isto mesmo é confidência, que, depois de muito sonho e de muita inspiração, a pena se lançava sobre o papel, deslizava docemente, brincava como uma fada que era, bordando as flores mais delicadas, destilando perfumes mais esquisitos que todos os perfumes do Oriente. As folhas se animavam ao seu contato, a poesia corria em ondas de ouro, donde saltavam chispas brilhantes de graça e espírito.
Por fim, a desoras1, quando já não havia mais papel, quando a luz a morrer apenas empalidecia as sombras da noite, a pena trêmula e vacilante caía sobre a mesa sem forças e sem vida, e soltava uns acentos doces, notas estremecidas como as cordas da harpa ferida pelo vento. Era o último beijo da fada que se despedia, o último canto do cisne moribundo.
Assim se passou muito tempo; mas já não há amores que durem sempre, principalmente em dias como os nossos, nos quais o símbolo da constância é uma borboleta. Acabou o poema fantástico no fim de dois anos; e um dia o herói do meu conto, chamado a estudos mais graves, lembrou-se de um amigo obscuro, e deu-lhe a sua pena de ouro.
(José de Alencar. Crônicas escolhidas, 1995.)
1desoras: altas horas da noite.
O cronista dirige-se explicitamente a seus leitores no seguinte trecho:
Questão 48 14676102
PUC-SP 2024Perdoa-me, visão dos meus amores,
Se a ti ergui meus olhos suspirando!
Se eu pensava num beijo desmaiando
Gozar contigo uma estação de flores!
De minhas faces os mortais palores,
Minha febre noturna delirando,
Meus ais, meus tristes ais vão revelando
Que peno e morro de amorosas dores...
Morro, morro por ti! na minha aurora
A dor do coração, a dor mais forte,
A dor de um desengano me devora...
Sem que última esperança me conforte,
Eu que outrora vivia! eu sinto agora
Morte no coração, nos olhos morte!
Fonte: AZEVEDO, Álvares de. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000. p. 313
O soneto revela um eu lírico que
Questão 46 14628560
UDESC Verão Manhã 2024/1[01.] "Apesar da febre, que despontava, o cavaleiro começava a coordenar suas ideias, e
as expressões do escravo, e os serviços, que lhe prestara, tocaram-lhe o mais fundo do
coração. É que em seu coração ardiam sentimentos tão nobres e generosos como os
que animavam a alma do jovem negro: por isso num transporte de íntima e generosa
[05.] gratidão o mancebo arrancando a luva, que lhe calçava a destra, estendeu a mão ao
homem que o salvara. Mas este, confundido e perplexo, religiosamente ajoelhando,
tomou respeitoso e reconhecido essa alva mão, que o mais elevado requinte de
delicadeza lhe oferecia, e com humildade tocante extasiado beijou-a.
Esse beijo selou para sempre a mútua amizade que em seus peitos sentiam eles
[10.] nascer e vigorar. As almas generosas são sempre irmãs.
- Não foste por ventura o meu salvador? - perguntou o cavaleiro com acento
reconhecido, retirando dos lábios do negro a mão e malgrado a visível turbação deste
apertando-lhe com transporte a mão grosseira; mas onde descobria com satisfação
lealdade, e pureza".
Reis, M Firmina dos, Úrsula. 1ª ed. São Paulo: Penguin Classics. Cia das letras, 2018, pp 56 e 57
Analise as proposições em relação à obra Úrsula, e à sua autora Maria Firmina dos Reis.
I - A obra é uma autobiografia da autora, incluindo sua vivência longe da família.
II - Úrsula é considerado um dos primeiros romances abolicionistas e o primeiro escrito por uma mulher negra na literatura brasileira.
III - O romance pertence à Escola Romântica, embora apresente características marcantes da literatura afro-brasileira.
IV - Somente os personagens negros, de Úrsula, morrem sem alcançar seus intentos.
V - Somente o casal protagonista tem um final feliz.
Assinale a alternativa correta.
Questão 41 14591407
UDESC Inverno Manhã 2024/2Texto
[1] Ao vê-la, o comendador rugiu como um tigre, os olhos injetaram-se-lhe de sangue,
e as artérias entumecidas ameaçavam arrebentar: seu semblante tornou-se roxo de
ódio, e a fisionomia era medonha, e horripilante.
- Para onde foi Úrsula? - interrogou com voz que horrorizava. - Para onde foi
[5] Úrsula? Fala, ou prepara-te para morrer sob o azorrague.
- Não sei, meu senhor - respondeu humildemente a velha - disse-me que vinha
orar ao cemitério.
- Não sabes dela?! Queres arrostar comigo?.. - E os olhos desferiram chamas de
raiva, que gelavam de terror,
[10] "Foste sua cúmplice, hás de pagar-me."
- Em nome do céu! - exclamou a mísera, atormentada por tão sinistras ameaças:
- Que sei eu?
- Cala-te, atrevida, ou ao menos modifica o teu crime, revelando-me o nome do
homem, que me a roubou.
[15] - Ah, meu senhor... tornou - a mísera africana - ela saiu só.
REIS, Maria Firmina dos. Úrsula 1ª edição São Paulo: Penguin Classics Companhia das letras, 2018, p. 175.
Analise as proposições em relação à obra, à autora e ao fragmento - texto, e assinale (V) para verdadeira e (F) para falsa.
( ) A leitura da obra leva o leitor a inferir que o romance da autora, uma mulher negra e liberal, no período imperial e escravocrata, revela um caráter abolicionista, bem como a historicidade dos fatos à época.
( ) O sinal de dois pontos nas estruturas "e as artérias entumecidas ameaçavam arrebentar:" (linha 2) e "atormentada por tão sinistras ameaças:" (linha 11) são usados para marcar uma sensível suspensão, ou seja, a representação da voz da personagem Úrsula que está ausente.
( ) No período "E os olhos desferiram chamas de raiva, que gelavam de terror" (linhas 8 e 9), os verbos destacados, quanto à predicação, são classificados como transitivos diretos, pois exigem um complemento denominado objeto direto.
( ) Da leitura da obra, infere-se que em Úrsula, ainda que esteja em prosa, é perceptível uma linguagem lírica, um excesso de sentimentalismo, para a atualidade, e uma defesa da liberdade.
( ) A leitura da estrutura "interrogou com voz que horrorizava. - Para onde foi Úrsula? Fala, ou prepara-te para morrer sob o azorrague" (linhas 4 e 5) leva o leitor a depreender a comprovação das crueldades, maldades, atrocidades, da falta de sentimento humanitário dos senhores, na obra - o comendador, em relação aos escravos.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
Questão 8 14479171
UFVJM 1º Fase - Seriado 2024Horácio de Almeida era uma de tantas inteligências desperdiçadas no incessante bulício da moda. Muitos poetas, dos que têm seu nome estampado em rosto de livro não empregaram na fábrica de seus versos o aticismo, a inspiração e a graça com que o nosso leão torneava no baile um galanteio, ou aguçava um epigrama. Pintores são festejados, que não sabem o segredo dos toques delicados, e do supremo gosto, que Horácio imprimia no laço de sua gravata, em suas maneiras distintas, nos mínimos acidentes de seu traje apurado. E a fisiologia? Poucos homens conheciam como Horácio o coração da mulher; porque bem raros o teriam estudado com tanta assiduidade. O mais sábio professor ficaria estupefato da lucidez admirável, com que o leão costumava ler nesse caos da paixão, que a anatomia chamou coração de mulher. A razão é simples. O professor estudou no gabinete; consultou as obras dos mestres, coligiu observações alheias, e arranjou um sistema sobre o que não sofre regras: sobre a paixão cuja essência é o imprevisto, o anômalo, o indefinível. Ao contrário, Horácio tinha estudado na realidade da vida; devassara os refolhos do pólipo, lhe sentira as pulsações, e fizera lia os hieróglifos do amor com a linguagem garrida do homem da moda. A perspicácia do olhar, a profundeza da investigação e a certeza de observação, com que o nosso leão sondava o abismo do coração e rastreava no semblante da mulher os vagos sintomas de uma inclinação nascente, ou de uma afeição expirante, só os grandes médicos possuem tão altos dotes. Assim gastava Almeida a mocidade, desfolhando seu belo talento pelas salas e pontos de reunião. As riquezas de sua elevada inteligência, as ia ele esparzindo nas elegantes futilidades de um ócio tão laborioso, como é o farniente de um leão.
Fonte: ALENCAR, José de. A pata da gazela. São Paulo: Ática, 15ª ed., 1998. (Bom Livro). Texto proveniente de: A Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro A Escola do Futuro da Universidade de São Paulo Permitido o uso apenas para fins educacionais. Texto-base digitalizado por: NUPILL - Núcleo de Pesquisas em Informática, Literatura e Linguística Universidade Federal de Santa Catarina. p.6. (fragmento).
Nesse fragmento do romance A pata da gazela, o narrador é:
Pastas
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