Questões de Literatura - Textos Literários - Elementos da narrativa - Personagens
1.234 Questões
Questão 10 14529226
UEMA PAES 2025O episódio a seguir narra os sentimentos mais íntimos de Manuelzão. Leia-o para responder à questão.
Manuelzão saía de lá, queria estar mais simplificado. Mas, debaixo de tão curtas horas, e sentia que estava caído de alturas – das alturas da festa. Tudo era diferente do que devia de ser. Mesmo enquanto se festava, a gente carecia de sofrer também o ramêrro dos usos, o mau sempre da vida: uns adoeciam com moléstias, outros se entristeciam, alguém tinha de cuidar das necessidades de todos, rompe, reinavam as maçadas, e a gente tinha de precatar os perigos do amanhã, que subia armado contra os fundamentos de hoje. Os outros aceitavam o misturado disso, entravam nus na festa, feito fossem meninos. Mas, ele, Manuelzão, não. Não conseguia. Para ele, o apreciável das coisas tinha de ser honesto, limpo, estreito, apartado: ou uma festa completa, só festa, todamente! – ou mas então a lida dura, esticada, sem distração, sem descuido nenhum, sem mixórdia! Mais uns enganos. Homem, não suspirava. Mesmo, competia de demonstrar cara satisfeita, não dessem de reparar e falar, desfazendo em sua boa fama. Por pouco, quem sabe até iam dizer: - Festa de Manuelzão, todos divertem, ele não...Não queria.
ROSA, João Guimarães. Manuelzão e Miguilim. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001
É notória a habilidade de Rosa para reconstrução das estruturas da língua portuguesa. Um exemplo desse rearranjo de palavras está contemplado no seguinte fragmento:
Questão 8 14529169
UEMA PAES 2025O texto a seguir trata de uma conversa entre os dois personagens, Miguilim e Tio Terêz. Leia-o para responder à questão.
– “Escuta, Miguilim, você alembra um dia a gente jurou ser amigos, de lei, leal, amigos de verdade? Eu tenho uma confiança em você...” – e Tio Terêz pegou o queixo de Miguilim, endireitando a cara dele para se olharem. – "Você vai, Miguilim, você leva, entrega isto aqui à Mãe, bem escondido, você agarante?! Diz que ela pode dar a resposta a você, que mais amanhã estou aqui, te espero ...” Miguilim nem paz, nem pôde, perguntou nada, nem teve tempo, Tio Terêz foi falando e exaparecendo nas árvores. Miguilim sumiu o bilhete na algibeira, saiu quase corre-corre, o quanto podia, não queria afrouxar ideia naquilo, só chegar em casa, descansar, beber água, estar já faz-tempo longe dali, de lá do mato.
– Miguilim, menino, credo que sucedeu? Que que está com a cara em ar?
– Mesmo nada não, Mãe. Gostei de ir na roça, demais. Pai comeu a comida ...
O bilhete estava dobrado, na algibeira. O coração de Miguilim solava que rebatia. De cada vez que ele pensava, recomeçava aquela dúvida na respiração, e era como se estivesse sem tempo. – “Miguilim está escondendo alguma arte que fez!” – Foi não, Vovó Izidra...” “– Dito, quê que foi que o Miguilim arrumou?!” “– Nada não, Vovó Izidra. Só que teve de passar em matos, ficou com medo do capeta ...”
ROSA, João Guimarães. Manuelzão e Miguilim. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
Considerando a leitura da obra, a partir da perspectiva da infância de Miguilim, o fragmento que melhor define, no contexto, sentimentos e valores humanos que refletem o encontro do menino Miguilim consigo é o seguinte:
Questão 7 14417549
ETEC 2025/1Leia os textos para responder à questão.
https://tinyurl.com/3dxrhkpp Acesso em: 13.09.2024. Original colorido.
A construção de humor no texto se deve, entre outros fatores,
Questão 43 14366052
UNICAMP Conhecimento Gerais 2025"Vou ao espelho tentar descobrir o que há de errado em mim. Vejo olheiras negras no meu rosto, meu Deus, grandes olheiras! Tendo andado a chorar muito por estes dias, choro até de mais."
(CHIZIANE, Paulina. Niketche. Uma história de Poligamia. São Paulo: Companhia das Letras [Companhia de Bolso], p. 14, 2021.)
"Lembro-me ainda do temor de minha mãe nos dias de fortes chuvas. Em cima da cama (...) ela nos protegia com seu abraço (...). Nesses momentos os olhos de minha mãe se confundiam com os olhos da natureza. Chovia, chorava! Chorava, chovia! Então, por que eu não conseguia lembrar a cor dos olhos dela?"
(EVARISTO, Conceição. Olhos Dágua. Rio de Janeiro: Pallas; Fundação Biblioteca Nacional, p. 17-18, 2016.
A partir da leitura dos trechos e da compreensão do todo da narrativa, podemos afirmar que, comparativamente, os textos exprimem,
Questão 8 14255025
UNICENTRO Vestibular 2025Leia o texto a seguir e responda à questão abaixo.
— Fui contra a indicação. Desse americano — atalhou o Secretário num tom suave mas infeliz. — Os ratos são nossos, as soluções têm que ser nossas. Por que botar todo mundo a par das nossas mazelas? Das nossas deficiências? Devíamos só mostrar o lado positivo não apenas da sociedade mas da nossa família. De nós mesmos — acrescentou apontando para o pé em cima da almofada. — Por que não apareci ainda, por quê? Porque simplesmente não quero que me vejam indisposto, de pé inchado, mancando. Amanhã calço o sapato para a instalação, de bom grado faço esse sacrifício. O senhor, que é um candidato em potencial, desde cedo precisa ir aprendendo essas coisas, moço. Mostrar só o lado positivo, só o que pode nos enaltecer. Esconder nossos chinelos.
[...]
— Bueno, é do conhecimento de Vossa Excelência que causou espécie o fato de termos escolhido este local. Por que instalar o VII Seminário dos Roedores numa casa de campo, completamente isolada? Essa a primeira indagação geral. A segunda é que gastamos demais para tornar esta mansão habitável, um desperdício quando podíamos dispor de outros locais já prontos. O noticiarista de um vespertino, marquei bem a cara dele, Excelência, esse chegou a ser insolente quando rosnou que tem tanto edifício em disponibilidade, que as implosões até já se multiplicam para corrigir o excesso. E nós gastando milhões para restaurar esta ruína... O Secretário passou o lenço na calva e procurou se sentar mais confortavelmente. Começou um gesto que não se completou.
— Gastando milhões? Bilhões estão consumindo esses demônios, por acaso ele ignora as estatísticas? Estou apostando como é da esquerda, estou apostando. Ou então, amigo dos ratos. Enfim, não tem importância, prossiga por favor.
(TELLES, L. F. Seminários dos ratos. 8.ed. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. p.155-156.)
Com base no conto "Seminário dos ratos", assinale a alternativa correta.
Questão 41 14094161
UNIFOR Demais cursos 2025/1Primeiros erros (Chove)
Canção de Capital Inicial
Composição: Kiko Zambianchi
Meu caminho é cada manhã
Não procure saber onde vou
Meu destino não é de ninguém
Eu não deixo os meus passos no chão
Se você não entende, não vê
Se não me vê, não entende
Não procure saber onde estou
Se o meu jeito te surpreende
Se o meu corpo virasse sol
Minha mente virasse sol
Mas só chove e chove
Chove e chove
Se um dia eu pudesse ver
Meu passado inteiro
E fizesse parar de chover
Nos primeiros erros, oh
O meu corpo viraria sol
Minha mente viraria...
Mas só chove e chove
Chove e chove
[...]
Chove e chove, oh
Chove e chove, oh
Chove e chove
A respeito da letra da música “Primeiros erros”, analise as afirmativas a seguir.
I. Inicialmente, o eu lírico se mostra uma pessoa livre que não deseja firmar compromisso com qualquer pessoa.
II. Há um personagem consciente dos seus erros, mas que não se arrepende em momento algum.
III. Há um personagem que deseja ser compreendido e que quer se reconciliar com o passado, corrigindo os seus erros, mas percebe que, infelizmente, isso não é mais possível.
É correto apenas o que se afirma em
Pastas
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