Questões de Literatura - Textos Literários - Elementos da narrativa - Espaço
856 Questões
Questão 16 14981072
CESMAC Dia 1 2025/2“Às vezes paravam num povoado, numa vila. Chico Bento, a custo, sujeitando-se às ocupações mais penosas, arranjava um cruzado, uma rapadura, algum litro de farinha. Mas isso de longe em longe. E se não fosse uma raiz de mucunã arrancada aqui e além, ou alguma batata-brava que a seca ensina a comer, teriam ficado todos pelo caminho, nessas estradas de barro ruivo, semeado de pedras, por onde eles trotavam trôpegos, se arrastando e gemendo”.
QUEIROZ, Rachel de. O quinze. Rio de Janeiro: José Olympio, 2012, p. 71.
A escritora Rachel de Queiroz nasceu em 1910 em Fortaleza no Ceará e publicou seu primeiro livro, O Quinze, em 1930, com apenas 20 anos.
Sobre esse livro, do qual foi transcrito o trecho citado, é correto afirmar que
Questão 11 14835695
UNIMONTES Tarde - Biologicas 2025Texto 1
Montesclareou
Montes Claros, montesclareou
meus olhos cegos de poeira e dor
tudo é previsto pelos livros santos
que só não falam que o sonho acabou
a marujada vem subindo a rua
suores brilham nos rostos molhados
Agosto chega com a ventania
Cálice bento e abençoado
a dor do povo de São Benedito
no mastro existe para ser louvado
Louvado seja o Santo Rosário
Louvado seja poeira e dor
Louvado seja o sonho infinito
E mestre Zanza que é cantador.
Fonte: GOMES, Tino; SOUZA JR., Georgino Jorge. Montesclareou. In: Coletânea 40 anos – 1973 a 2013. Montes Claros. 2021. Disponível em: https://music.youtube.com/watch?v=nIDyA8RLuyA. Acesso em: 24 abr. 2024.
Texto 2
“[…] Vamos botar para fora então todo catupé. Ele é cantado com peito para fora, estufado e tome tabor e vai embora. […]”
Fonte: GOMES, Tino; MENEZES, Danuza. Catopezera – ritmos de catopês. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=bcCtXmYOLqk. Acesso em: 24 abr. 2024.
Marque a alternativa que expressa corretamente o diálogo entre os versos “a marujada vem subindo a rua / suores brilham nos rostos” (texto 1) e as declarações de Tino Gomes (texto 2).
Questão 15 14828508
UNIMONTES Manhã - Biológicas 2025Leia os trechos a seguir, extraídos do terceiro “Cenário”, do “Romanceiro da inconfidência”, de Cecília Meireles.
A névoa que enche os aposentos
não vem do dia nem da noite:
vem da cegueira: ninguém sente
[...]
Ninguém vê nenhum livro aberto.
Ninguém vê mão nenhuma erguida,
com fios de ouro sobre o mundo,
para um bordado sem destino,
[...]
Apenas um cacho de rosas,
que nascem pálidas e murchas,
habita um desvão solitário,
quer falar, porque veio a custo
de antigas lágrimas guardadas
num chão sem ouro nem diamantes...
Mas inclina-se à tarde, ao vento,
e como um rosto humano morre,
sem dizer nada, inerme e triste,
ao peso do seu pensamento, – como acontece entre os amantes.
Fonte: MEIRELES, Cecília. Romanceiro da inconfidência. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998.
Sobre o poema, extraído do “Romanceiro da inconfidência”, é CORRETO afirmar:
Questão 46 14594293
Campo Real Medicina 2025O trecho a seguir é referência para a questão abaixo.
15 DE JULHO DE 1955. Aniversário de minha filha Vera Eunice. Eu pretendia comprar um par de sapatos para ela. Mas o custo dos generos alimenticios nos impede a realização dos nossos desejos. Atualmente somos escravos do custo de vida. Eu achei um par de sapatos no lixo, lavei e remendei para ela calçar.
Eu não tinha um tostão para comprar pão. Então eu lavei 3 litros e troquei com o Arnaldo. Ele ficou com os litros e deu-me pão. Fui receber o dinheiro do papel. Recebi 65 cruzeiros. Comprei 20 de carne. 1 quilo de toucinho e 1 quilo de açucar e seis cruzeiros de queijo. E o dinheiro acabou-se.
Passei o dia indisposta. Percebi que estava resfriada. A noite o peito doia-me. Comecei a tussir. Resolvi não sair a noite para catar papel. Procurei meu filho João José. Ele estava na rua Felisberto de Carvalho, perto do mercadinho. O onibus atirou um garoto na calçada e a turba afluiu-se. Ele estava no nucleo. Dei-lhe uns tapas e em cinco minutos ele chegou em casa.
Ablui as crianças, aleitei-as e ablui-me e aleitei-me. Esperei até as 11 horas, um certo alguem. Ele não veio. Tomei um melhoral e deitei-me novamente. Quando despertei o astro rei deslisava no espaço. A minha filha Vera Eunice dizia: – Vai buscar agua mamãe!
Jesus, C. M. de. Quarto de despejo. Diário de uma favelada. São Paulo: Editora Ática, 1995. p. 9.
Em relação à(s) temática(s) abordada(s) em Quarto de despejo (1960), é correto afirmar que o diário está centrado:
Questão 36 14562247
URCA Dia 2° 2025/1Leia o texto a seguir (trecho selecionado do "Ninguém matou Suhura", de Lília Momplé) e responda à questão.
Na semipenumbra do seu quarto exíguo e abafado, Suhura acorda sorrindo ao novo dia que desponta. Contudo, não tem qualquer motivo para sorrir. Aos quinze anos é analfabeta, órfã de pai e extremamente pobre. Além disso, vai morrer antes de o dia findar.
De natureza predisposta à alegria, o simples fato de viver a enche de satisfação. Por isso ela sorri à claridade morna que a desperta, salta rapidamente da quitanda e corre para a janelinha de madeira que abre de par em par.
São cinco horas da manhã. Porém a luz do dia já penetra a jorros, iluminando cruamente o quarto. Este é um compartimento minúsculo, de paredes de mataca carcomida e teto sem forro, onde se atravancam a quitanda de Suhura, uma velha mala de latão assente sobre quatro pedregulhos, e a quitanda da avó.
MOMPLÉ, L. Ninguém matou Suhura. 3. ed. Maputo: Edição da Autora, 2007.
No trecho do conto de Lília Momplé, é possível identificar marcas linguísticas que remetem ao contexto sociocultural e regional de Moçambique.
Assinale a alternativa que melhor analisa os aspectos relacionados às variedades linguísticas e sua relação com o contexto narrativo:
Questão 35 14562244
URCA Dia 2° 2025/1Leia o texto a seguir (trecho selecionado do "Ninguém matou Suhura", de Lília Momplé) e responda à questão.
Na semipenumbra do seu quarto exíguo e abafado, Suhura acorda sorrindo ao novo dia que desponta. Contudo, não tem qualquer motivo para sorrir. Aos quinze anos é analfabeta, órfã de pai e extremamente pobre. Além disso, vai morrer antes de o dia findar.
De natureza predisposta à alegria, o simples fato de viver a enche de satisfação. Por isso ela sorri à claridade morna que a desperta, salta rapidamente da quitanda e corre para a janelinha de madeira que abre de par em par.
São cinco horas da manhã. Porém a luz do dia já penetra a jorros, iluminando cruamente o quarto. Este é um compartimento minúsculo, de paredes de mataca carcomida e teto sem forro, onde se atravancam a quitanda de Suhura, uma velha mala de latão assente sobre quatro pedregulhos, e a quitanda da avó.
MOMPLÉ, L. Ninguém matou Suhura. 3. ed. Maputo: Edição da Autora, 2007.
O conto de Lília Momplé dialoga com a formação da identidade nacional e a experiência histórica de Moçambique, explorando elementos sociais, culturais e simbólicos que marcam os países lusófonos.
Com base no trecho apresentado, assinale a alternativa que melhor analisa a relação entre o contexto descrito e a construção da identidade nacional em manifestações literárias:
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