Questões de Literatura - Vanguardas europeias
75 Questões
Questão 45 14327124
UEL 1° Dia 2025Leia o texto e analise a imagem a seguir.
Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r, eterno!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!
(...)
De expressão de todas as minhas sensações,
Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!
PESSOA, Fernando. Melhores poemas. São Paulo: Global. 2004, p. 68.
Giacomo Balla
Com base no texto e na imagem, assinale a alternativa que apresenta o movimento artístico-literário correspondente.
Questão 3 11326371
FAMEMA 2023/2Leia o poema em prosa “Conto cruel”, de Mário Quintana, para responder à questão
Conto cruel
I
De repente, o leite talhou nos vasilhames. Foi um raio? Foi Leviatã? Foi o quê?
O burgomestre1, debaixo das cobertas, resfolegava orações meio esquecidas.
E os negros monstros das cornijas2, com as faces zebradas de relâmpagos, silenciosamente gargalhavam por suas três ou quatro bocas superpostas.
II
E amanheceu um enorme ovo, em pé, no meio da praça, três palmos mais alto que os formosos alabardeiros3 que lhe puseram em torno para evitar a aproximação do público. Foi chamado então o velho mágico, que escreveu na casca as três palavras infalíveis. E o ovo abriu-se ao meio e dele saiu um imponente senhor, tão magnificamente vestido e resplandecente de alamares e crachás que todos pensaram que fosse o Rei de Ouros. E ei-lo que disse, encarando o seu povo: “Eu sou o novo burgomestre!” Dito e feito. Nunca houve tanta dança e tanta bebedeira na cidade. Quanto ao velho burgomestre, nem foi preciso depô-lo, pois desapareceu tão misteriosamente como havia aparecido o novo, ou o ovo. E os menestréis compuseram divertidas canções, que o populacho berrava nas estalagens, entre gargalhadas e arrepios de medo.
III
Mas por onde andaria o burgomestre?
O seu cachimbo de porcelana, em cujo forno se via um Cupido de pernas trançadas, tocando flauta, foi encontrado à beira-rio. E apesar de todos os esforços, só conseguiram pescar um baú, que não tinha nada a ver com a coisa, e uma sereiazinha insignificante e nada bonita, uma sereiazinha de água doce, que nem sabia cantar e foi logo devolvida ao seu elemento.
Mas quando casava a filha do mestre-escola, encontrou- -se dentro do bolo de noiva a dentadura postiça do burgomestre, o que deu azo a que desmaiassem, no ato, duas gerações inteiras de senhoras, e ao posterior suicídio do pasteleiro.
E a caixa de rapé do burgomestre, que era inconfundível e única, multiplicou-se estranhamente e começou a ser achada em todas as salas de espera desertas, pelos varredores verdes de terror, depois que era encerrado o expediente nas repartições públicas e começava a ouvir-se, na rua, o passo trôpego do acendedor de lampiões.
(Melhores poemas, 2005.)
1 burgomestre: prefeito.
2 cornija: moldura sobreposta, formando saliências, que arremata a parte
superior de uma parede, porta.
3 alabardeiro: soldado armado de alabarda (antiga arma composta de longa
haste, que é rematada por peça pontiaguda de ferro).
A presença do elemento onírico no poema de Mario Quintana revela a influência, sobretudo, da seguinte vanguarda europeia:
Questão 9 8457843
Albert Einstein 2023Essa vanguarda baseia-se na crença na realidade superior das formas específicas de associação, antes negligenciadas, na onipotência dos sonhos e no jogo desinteressado do pensamento. André Breton, seu principal teórico, afirmou que o propósito dessa vanguarda era “resolver a contradição até agora vigente entre sonho e realidade pela criação de uma realidade absoluta, uma supra-realidade.”
(Ian Chilvers (org.). Dicionário Oxford de arte, 2007. Adaptado.)
O texto trata de uma vanguarda que influenciou inúmeros escritores do Modernismo brasileiro, qual seja,
Questão 4 7100630
Unichristus 2022Depois de 1924, sucede a fase das declarações e descobertas, predomina a exploração do inconsciente, as narrações dos sonhos, as experiências com o sono hipnótico e, também, a partir de 1925, a fase de conscientização política, quando a frase de Marx (“transformar o mundo”) vinha completar e substituir a de Rimbaud. Desejavam agora levar a poesia à ação: de método de investigação do subconsciente, a poesia ia passar a instrumento de agitação social. Para Breton, a arte autêntica era a que estava ligada à atividade revolucionária, coisa com que alguns elementos do grupo não concordaram.
TELLES, Gilberto Mendonça. Vanguarda europeia e modernismo brasileiro. 19. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. P.217.
Esse fragmento está relacionado ao
Questão 10 14659277
UPE 3° Fase 1° Dia 2021Texto 11
DE MÃOS DADAS
Carlos Drummond de Andrade
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos, mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
[...]
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens
[presentes, a vida presente.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Sentimento do Mundo. Rio de Janeiro, Record, 2000. Disponível em: https://www.passeiweb.com/estudos/livros/maos_dadas_poema_a_drummond/ Acesso em: 08/08/2020.
Texto 12
OS OMBROS SUPORTAM O MUNDO
Carlos Drummond de Andrade
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
[...]
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança. [...]
ANDRADE, Carlos Drummond de. Sentimento do Mundo. Rio de Janeiro, Record, 2000. Disponível em: http://www.releituras.com/drummond_osombros.asp Acesso em: 08/08/2020.
Texto 13
SEISCENTOS E SESSENTA E SEIS
Mario Quintana
A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo...
Quando se vê, já é 6ª feira...
Quando se vê, passaram 60 anos...
Agora, é tarde demais para ser reprovado...
E se me dessem um dia uma outra oportunidade, eu nem olhava o relógio
seguia sempre, sempre em frente...
E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.
QUINTANA, Mario. Esconderijos do tempo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013. Disponível em: http://cabana-on.com/Ler/wp-content/uploads/2017/09/Mario-Quintana-Esconderijos-do-Tempo.pdf Acesso em: 08/08/2020.
Texto 14
DALÍ, Salvador. A Persistência da Memória (1931). Disponível em: https://arteeartistas.com.br/persistencia-da-memoria-salvador-dali/ Acesso em: 08/08/2020.
A preocupação com o tempo revela-se em expressões artístico-literárias a partir de diferentes perspectivas. Na literatura, vários poetas escreveram sobre a dimensão temporal, evidenciando preocupação com questões existenciais. Na pintura, Salvador Dalí representou o tempo com foco nos padrões estéticos do Surrealismo.
Com base na leitura dos Textos 11, 12, 13 e 14, e considerando as características das produções poéticas de Carlos Drummond de Andrade e Mario Quintana, bem como a estética do Surrealismo, assinale a alternativa CORRETA.
Questão 2 14659255
UPE 3° Fase 1° Dia 2021Texto 1
AMARAL, Tarsila do. Abaporu (1928). Museu Malba de Arte Latino-Americana, Buenos Aires, Argentina. Disponível em: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra1628/abaporu Acesso em: 01/08/2020.
Texto 2
Disponível em: https://www.urbanarts.com.br/allstarporu-abaporuremastered-68085/p Acesso em: 01/08/2020.
Texto 3
"Só a Antropofagia nos une. Socialmente.
Economicamente. Filosoficamente.
Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos
os individualismos, de todos os coletivismos.
De todas as religiões. De todos os tratados de paz.
Tupi, or not tupi that is the question.
Só me interessa o que não é meu. Lei do homem.
Lei do antropófago."
ANDRADE, Oswald de. Manifesto antropofágico. In: Revista de Antropofagia. São Paulo, n. 01, 1º maio 1928 – Excertos.
Texto 4
Disponível em: http://1.bp.blogspot.com/_f5_poNdYa7M/TMW95 2kKMvI/AAAAAAAADXQ/C7tdZzDBqt8/s1600/ju stica_macunaima.jpg Acesso em: 01/08/2020.
Texto 5
POÉTICA
Manuel Bandeira
Estou farto do lirismo comedido
do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e
[manifestações de apreço ao Sr. Diretor
Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário o cunho
[vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo.
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de cossenos secretário do amante exemplar
[com cem modelos de cartas e as diferentes
[maneiras de agradar às mulheres, et
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
– Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Poética. In: MORICONI, Ítalo. Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. (Adaptado)
Para compreender a argumentação pretendida no Texto 4, em seus elementos contextuais mais relevantes e atuais, é necessário admitir que o autor
Pastas
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