Questões de Filosofia - Filosofia contemporânea - Fenomenologia e Existencialismo - Jean-Paul Sartre
56 Questões
Questão 36 14516688
UPE 3ª Fase 1º Dia SSA 2024Leia os textos a seguir.
Jean-Paul Sartre (1905 – 1980) elaborou umas das concepções mais radicais sobre a liberdade humana. Ele acredita que somos sempre livres, mesmo em situações que a maioria das pessoas diria não existir qualquer opção de escolha. Para o filósofo, “o homem é liberdade”.
GODOY, William. Sartre e a liberdade. Filosofia na escola, 2019, p.17.
A liberdade é condição das relações de poder em Michel Foucault. O filósofo francês não concebe o poder como algo que se detém ou se possui, mas como uma relação que se estabelece entre os sujeitos. Nessa relação, há sempre uma margem de resistência e contestação por parte daqueles que são submetidos ao poder. Assim, a liberdade não é uma essência ou um direito natural do homem, mas uma prática que se exerce no campo das relações de poder.
SAMPAIO, Simone Sobral. A liberdade como condição das relações de poder em Michel Foucault. Revista Katálysis, 2011, p.13.
Com base nos textos, assinale a alternativa que expressa corretamente a diferença entre as concepções de liberdade de Sartre e de Foucault.
Questão 40 11684200
UNIMONTES - Especifica Manhã - Biológicas 2024Nas últimas décadas, o mundo dos homens tem sentido o peso da civilização industrial e tecnológica, que intensificou, desde o século XIX, a partir da Europa Ocidental e dos Estados Unidos especialmente, o grande projeto do capitalismo. A economia capitalista alastra-se pelo mundo e leva, no seu bojo, os avanços da tecnologia e a superestrutura do mercado. Sistemas e redes são pensados e construídos para tornarem os humanos “domesticados, burocratizados e servis”, vivendo uma “vida de gado”, como bem ilustra a música do brasileiro Zé Ramalho. Também é um tempo em que muito se fala sobre valores morais e sobre ética. Quem define os valores e os escolhem? Silvio Gallo, ao abordar a temática “os valores e as escolhas”, em que trata de valor, escolha e liberdade, destaca o filósofo existencialista Jean-Paul Sartre (1905-1980) que, “em sua obra O ser e o nada, assim como Nietzsche, discute a universalidade do valor. Ele fala em ‘ser do valor’, que seria uma produção da consciência. Sartre trabalha com o método fenomenológico, criado pelo filósofo e matemático austríaco Edmund Husserl, que tem como um dos conceitos centrais a consciência. Para Husserl e Sartre, a consciência é a realidade do ser humano, único ser consciente no mundo”.
Portanto, ao se tratar de valores morais e ética na contemporaneidade, nessa visão existencialista de Sartre, as escolhas perpassam pela consciência que se tem da liberdade, o que o leva a afirmar que o ser humano está “condenado a ser livre”.
Qual argumento do próprio Sartre, extraído de O ser e o nada, fundamenta o que Sílvio Gallo apresenta sobre liberdade?
Questão 21 11680628
UNIMONTES - Especifica Manhã - Exatas 2024Nas últimas décadas, o mundo dos homens tem sentido o peso da civilização industrial e tecnológica, que intensificou, desde o século XIX, a partir da Europa Ocidental e dos Estados Unidos especialmente, o grande projeto do capitalismo. A economia capitalista alastra-se pelo mundo e leva, no seu bojo, os avanços da tecnologia e a superestrutura do mercado. Sistemas e redes são pensados e construídos para tornarem os humanos “domesticados, burocratizados e servis”, vivendo uma “vida de gado”, como bem ilustra a música do brasileiro Zé Ramalho. Também é um tempo em que muito se fala sobre valores morais e sobre ética. Quem define os valores e os escolhem? Silvio Gallo, ao abordar a temática “os valores e as escolhas”, em que trata de valor, escolha e liberdade, destaca o filósofo existencialista Jean-Paul Sartre (1905-1980) que, “em sua obra O ser e o nada, assim como Nietzsche, discute a universalidade do valor. Ele fala em ‘ser do valor’, que seria uma produção da consciência. Sartre trabalha com o método fenomenológico, criado pelo filósofo e matemático austríaco Edmund Husserl, que tem como um dos conceitos centrais a consciência. Para Husserl e Sartre, a consciência é a realidade do ser humano, único ser consciente no mundo”. Portanto, ao se tratar de valores morais e ética na contemporaneidade, nessa visão existencialista de Sartre, as escolhas perpassam pela consciência que se tem da liberdade, o que o leva a afirmar que o ser humano está “condenado a ser livre”.
Qual argumento do próprio Sartre, extraído de O ser e o nada, fundamenta o que Sílvio Gallo apresenta sobre liberdade?
Questão 33 8340496
UEMA PAES 2023Em sua obra "O Ser e o Nada", o filósofo francês Jean Paul Sartre (1905 -1980) trata da condição humana, mais precisamente, da liberdade.
Para o referido filósofo, o homem, pela sua condição de ser homem, é ser livre e, portanto, ele, o homem, é fruto de sua liberdade porque, no seu dia a dia, escolhe as ações que fará. Dessa forma, a liberdade não é uma conquista humana, mas é uma condição da própria existência dele, do homem.
Explica o filósofo que “Com efeito, sou um existente que aprende sua liberdade através de seus atos; mas sou também um existente cuja existência individual e única temporaliza-se como liberdade [...] Assim, minha liberdade está perpetuamente em questão em meu ser; não se trata de uma qualidade sobreposta ou uma propriedade de minha natureza; é bem precisamente a textura de meu ser.”
Jean-Paul Sartre. Ser e o Nada. (Adaptado)
De acordo com o referido filósofo, se somos livres, temos sempre de escolher.
Ao analisar essa premissa, como condição em uma sociedade capitalista, afirma-se que “Se você fracassa, as escolhas foram suas.” Essa afirmação mais popular decorrente da premissa de Sartre está centrada no entendimento de que
Questão 10 12436087
UCS Verão 2022Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
Condenado a ser livre
Almir Freitas
[1] Entre a concepção de autonomia política e a noção de livre-arbítrio, a liberdade sempre ocupou papel
central na filosofia. Mas foi no século XX, destacada no então recente arcabouço existencialista, que ela
chegou à cultura mais geral, expressa não apenas nas obras teóricas de Jean-Paul Sartre (1905-1980),
mas também nos seus romances e peças de teatro. Dali em diante, naquele mundo que emergia das ruínas
[5] da Segunda Guerra Mundial e ensaiava uma era de intelectuais-celebridades, ganharia ares pop.
Foi na Paris de 1945, em um auditório com cadeiras disputadas a tapa, que Sartre afirmou, na conferência
O Existencialismo é um Humanismo, que o homem estava “condenado a ser livre”, ideia antes apresentada
em O Ser e o Nada (1943). Entre a obra filosófica e a conferência, outra frase sua, “o inferno são os outros”,
havia causado sensação, na estreia da peça Entre Quatro Paredes, em 1944, ainda com o país ocupado
[10] pelos nazistas. A liberdade, então, era tudo o que os franceses consideravam distante.
Em linhas gerais, a concepção sartreana da liberdade assentava-se no pressuposto de que o ser
humano é a única criatura para quem a existência (existir) é anterior à essência (ser). Quer dizer: o nosso
destino não é ______ pela natureza – muito menos, ele assinala, pela “inteligência divina”. “O que significa
dizer que a existência precede a essência?”, pergunta. “Significa que o homem primeiramente existe, se
[15] descobre, surge no mundo; e que só depois se define. O homem é não apenas como ele se concebe, mas
como ele quer que seja, como ele se concebe depois da existência, como ele se deseja após este impulso
para a existência.” (Não, a psicanálise não orna muito bem com esse tipo de pensamento.)
O ser humano, frisa Sartre, define-se pelo que faz, o que ele projeta ser, por suas escolhas. Daí em
diante, é preciso falar em consequências – tanto dessa ideia basilar quanto da própria liberdade avassaladora
[20] que ela anuncia. Em primeiro lugar, ela incorre no fato de que cada um de nós é total e integralmente
responsável não apenas por nossos atos, mas também por aquilo que somos. O que se desdobra em
outras e mais profundas consequências.
Em um mundo sem Deus e sem natureza humana, o homem é plenamente responsável não apenas
por si, mas também por todos os homens. Diz Sartre, “Não há dos nossos atos um sequer que, ao criar o
[25]homem que desejamos ser, não crie ao mesmo tempo uma imagem do homem como julgamos que deve
ser”.
Tratava-se, também, de rebater as acusações de que o existencialismo incitava as pessoas ao
“imobilismo”. Era bem o contrário: a ideia de que as escolhas individuais estavam conectadas à escolha de
uma imagem da humanidade seria fundamental para a ideia de engajamento que marcaria toda a obra e a
[30] trajetória de Sartre.
Na vida pessoal, Sartre também personificou o exercício radical dessa liberdade individual, com sua
distinção entre amores “contingentes” e amores “necessários”. Ninguém ignora, por exemplo, que a relação
aberta com Simone de Beauvoir, mais a opção militante de não ter filhos, era uma projeção de um ideário
de humanidade que contribuiu em muito para os fundamentos da contracultura e da revolução sexual. Mas
[35] eram escolhas que não estavam isentas de impasses, contradições e até certa crueldade. Ninguém falou
que seria fácil.
A ideia de que a liberdade é um peso não foi inventada por Sartre – ela já tinha sido enunciada ______.
Na formulação da ideia de livre-arbítrio, no século V, Santo Agostinho deixou clara a responsabilidade que
recai sobre o homem. Na política, o francês Étienne de La Boétie havia, no século XVI, apontado o dedo
[40] para o conforto da “servidão voluntária” como a razão da opressão dos Estados. Em Homem e Super-
Homem (1903), Bernard Shaw já tinha dito com todas as letras: “Liberdade significa responsabilidade. É por
isso que tanta gente tem medo dela.” Até o nosso senso comum (cristão) diz que é por aí mesmo.
Com Sartre e seu existencialismo, entretanto, o ______ é completo. A angústia da responsabilidade
é acompanhada do desamparo pelo peso adicional da ausência de Deus. E do desespero: isto é, pela
[45] ausência de esperança do homem de que sua escolha é a correta. Não há, diz o filósofo, uma moral geral
______ se guiar.
Pessimismo? Jean-Paul jura que fala de otimismo quando, ao aceitar que a vida não tem sentido
nenhum a priori, cabe a nós inventá-lo, pela ação. Em São Genet, Ator e Mártir (1952), ensaio sobre a vida
do escritor marginal Jean Genet, Sartre ilustrará esse modelo existencialista. Foi nesse texto caudaloso,
[50] exagerado como era de hábito, que cunhou outra frase que ficou famosa, síntese e legado para quem a
condenação à liberdade significava viver plenamente. “O importante”, escreveu, “não é aquilo que se fez do
homem, mas aquilo que ele faz daquilo que fizeram dele.”
Disponível em: http://bravo.vc/seasons/s05e01. Acesso em: 13 jul. 2021. (Adaptado.)
Conforme o texto, é correto inferir que Sartre
Questão 8 12436076
UCS Verão 2022Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.
Condenado a ser livre
Almir Freitas
[1] Entre a concepção de autonomia política e a noção de livre-arbítrio, a liberdade sempre ocupou papel
central na filosofia. Mas foi no século XX, destacada no então recente arcabouço existencialista, que ela
chegou à cultura mais geral, expressa não apenas nas obras teóricas de Jean-Paul Sartre (1905-1980),
mas também nos seus romances e peças de teatro. Dali em diante, naquele mundo que emergia das ruínas
[5] da Segunda Guerra Mundial e ensaiava uma era de intelectuais-celebridades, ganharia ares pop.
Foi na Paris de 1945, em um auditório com cadeiras disputadas a tapa, que Sartre afirmou, na conferência
O Existencialismo é um Humanismo, que o homem estava “condenado a ser livre”, ideia antes apresentada
em O Ser e o Nada (1943). Entre a obra filosófica e a conferência, outra frase sua, “o inferno são os outros”,
havia causado sensação, na estreia da peça Entre Quatro Paredes, em 1944, ainda com o país ocupado
[10] pelos nazistas. A liberdade, então, era tudo o que os franceses consideravam distante.
Em linhas gerais, a concepção sartreana da liberdade assentava-se no pressuposto de que o ser
humano é a única criatura para quem a existência (existir) é anterior à essência (ser). Quer dizer: o nosso
destino não é ______ pela natureza – muito menos, ele assinala, pela “inteligência divina”. “O que significa
dizer que a existência precede a essência?”, pergunta. “Significa que o homem primeiramente existe, se
[15] descobre, surge no mundo; e que só depois se define. O homem é não apenas como ele se concebe, mas
como ele quer que seja, como ele se concebe depois da existência, como ele se deseja após este impulso
para a existência.” (Não, a psicanálise não orna muito bem com esse tipo de pensamento.)
O ser humano, frisa Sartre, define-se pelo que faz, o que ele projeta ser, por suas escolhas. Daí em
diante, é preciso falar em consequências – tanto dessa ideia basilar quanto da própria liberdade avassaladora
[20] que ela anuncia. Em primeiro lugar, ela incorre no fato de que cada um de nós é total e integralmente
responsável não apenas por nossos atos, mas também por aquilo que somos. O que se desdobra em
outras e mais profundas consequências.
Em um mundo sem Deus e sem natureza humana, o homem é plenamente responsável não apenas
por si, mas também por todos os homens. Diz Sartre, “Não há dos nossos atos um sequer que, ao criar o
[25]homem que desejamos ser, não crie ao mesmo tempo uma imagem do homem como julgamos que deve
ser”.
Tratava-se, também, de rebater as acusações de que o existencialismo incitava as pessoas ao
“imobilismo”. Era bem o contrário: a ideia de que as escolhas individuais estavam conectadas à escolha de
uma imagem da humanidade seria fundamental para a ideia de engajamento que marcaria toda a obra e a
[30] trajetória de Sartre.
Na vida pessoal, Sartre também personificou o exercício radical dessa liberdade individual, com sua
distinção entre amores “contingentes” e amores “necessários”. Ninguém ignora, por exemplo, que a relação
aberta com Simone de Beauvoir, mais a opção militante de não ter filhos, era uma projeção de um ideário
de humanidade que contribuiu em muito para os fundamentos da contracultura e da revolução sexual. Mas
[35] eram escolhas que não estavam isentas de impasses, contradições e até certa crueldade. Ninguém falou
que seria fácil.
A ideia de que a liberdade é um peso não foi inventada por Sartre – ela já tinha sido enunciada ______.
Na formulação da ideia de livre-arbítrio, no século V, Santo Agostinho deixou clara a responsabilidade que
recai sobre o homem. Na política, o francês Étienne de La Boétie havia, no século XVI, apontado o dedo
[40] para o conforto da “servidão voluntária” como a razão da opressão dos Estados. Em Homem e Super-
Homem (1903), Bernard Shaw já tinha dito com todas as letras: “Liberdade significa responsabilidade. É por
isso que tanta gente tem medo dela.” Até o nosso senso comum (cristão) diz que é por aí mesmo.
Com Sartre e seu existencialismo, entretanto, o ______ é completo. A angústia da responsabilidade
é acompanhada do desamparo pelo peso adicional da ausência de Deus. E do desespero: isto é, pela
[45] ausência de esperança do homem de que sua escolha é a correta. Não há, diz o filósofo, uma moral geral
______ se guiar.
Pessimismo? Jean-Paul jura que fala de otimismo quando, ao aceitar que a vida não tem sentido
nenhum a priori, cabe a nós inventá-lo, pela ação. Em São Genet, Ator e Mártir (1952), ensaio sobre a vida
do escritor marginal Jean Genet, Sartre ilustrará esse modelo existencialista. Foi nesse texto caudaloso,
[50] exagerado como era de hábito, que cunhou outra frase que ficou famosa, síntese e legado para quem a
condenação à liberdade significava viver plenamente. “O importante”, escreveu, “não é aquilo que se fez do
homem, mas aquilo que ele faz daquilo que fizeram dele.”
Disponível em: http://bravo.vc/seasons/s05e01. Acesso em: 13 jul. 2021. (Adaptado.)
O objetivo comunicativo do texto é
Pastas
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