Questões de História - História Geral - Idade Moderna - Renascimento

Jacob Burckhardt, em A Cultura do Renascimento na Itália, descreve o Renascimento como um momento de “redescoberta do homem como indivíduo” e de revalorização do conhecimento clássico greco-romano.

 

Diante desse contexto, qual das seguintes características era típica do Renascimento?

O Renascimento cultural e científico, período que se estendeu do século XIV ao XVII, marcou uma profunda transformação na Europa. Originado na Itália, este movimento buscou reviver os valores e conhecimentos da Antiguidade Clássica, promovendo uma fusão entre os ideais humanistas e as inovações técnicas da época. Artistas como Leonardo da Vinci, Michelangelo e Rafael foram pioneiros no uso da perspectiva linear e na exploração anatômica, resultando em uma representação mais realista e detalhada da figura humana. Paralelamente, o mecenato desempenhou um papel crucial no florescimento das artes, com famílias influentes como os Médici, em Florença, financiando artistas, arquitetos e cientistas. Esse contexto de redescoberta do conhecimento clássico também impulsionou avanços na literatura, na filosofia e nas ciências naturais, consolidando o Renascimento como um período de efervescência intelectual e criativa.

VICENTINO, Claudio. História Geral. São Paulo: Scipione, 2021.
 

Considerando o contexto e as características do Renascimento, qual afirmação descreve melhor as transformações culturais, artísticas e científicas desse período?

Ao se tratar de questões relacionadas à cultura moderna, descobrimentos e outras transformações decorrentes do movimento renascentista, pode-se afirmar que tal movimento floresceu em várias regiões da Europa, adquirindo características próprias em cada uma delas.

 

Sobre as expressões da cultura do Renascimento em outros territórios, além do Italiano, relacione as informações, na coluna da esquerda, com os respectivos países, na coluna da direita.

 

(I) Nesse país, o Renascimento é caracterizado pelo otimismo decorrente das Grandes Navegações. Na Literatura, destacou-se Luís Vaz de Camões, autor de Os Lusíadas, obra épica que relata a expansão marítima.

(II) Quando houve a difusão dos ideais renascentistas e humanistas, no final do século XV e início do XVI, a região estava sob o impacto da Reforma Protestante liderada por Martinho Lutero.

(III) O movimento renascentista se manifestou no final do século XV, no contexto das Grandes Navegações. Uma das obras mais conhecidas é Dom Quixote de La Mancha, onde Miguel de Cervantes conta as aventuras fantasiosas de um cavaleiro medieval, parodiando os romances de cavalaria como crítica à sociedade da época, considerada atrasada e ainda feudal.

(IV) Durante os séculos XVI e XVII, o país passou por um período de prosperidade, alcançado principalmente pelas trocas comerciais e exploração das colônias. Nesse país, o Renascimento coincide com a chamada Era Elisabetana, de grande expansão marítima e de relativa estabilidade interna depois da devastação da longa Guerra das Rosas, quando se tornou possível pensar em cultura e arte.

(V) Durante o período renascentista, os mecenas tiveram uma importante participação, financiando pintores, poetas, arquitetos e intelectuais. Nesse período, surgiram novos ideais, como os do filósofo Michel de Montaigne, intitulada Ensaios. A obra, publicada em três volumes, defende uma postura cética com relação a dogmas ou verdades absolutas, tecendo críticas tanto à Igreja quanto aos homens de ciência.

 

(A) Inglaterra.

(B) França.

(C) Portugal.

(D) Alemanha.

(E) Espanha.

 

Assinale a alternativa que contém a associação correta.

“As grandes navegações e o processo de conquista e dominação da América pelos europeus podem ser entendidos e explicados dentro do contexto da nova mentalidade vigente no início da Idade Moderna”.

Fonte: SILVA, Janice Theodoro da. Descobrimentos e Renascimento. São Paulo, Contexto, 1991. P. 56.

 

Essa nova mentalidade expressou-se no Renascimento que pode ser entendido como:

O PRESTÍGIO DA VISÃO*

 

Gilda de Melo e Souza

 

 

Para o homem de hoje, mergulhado no universo sujeito ao olhar, é difícil conceber uma época ou uma cultura em que, na hierarquia dos sentidos, a visão não detenha prioridade. E, no entanto, o prestígio do olho é relativamente recente. A poesia do escritor renascentista francês Pierre de Ronsard (1524-1585) é testemunha disto, pois, discreta quanto às imagens visuais, é permeada de ruídos e perfumes do rumor agreste dos jardins e do murmúrio das águas. Mas, quando o homem-de-ar-livre é substituído pelo homem-de-estufa, originário da cidade, os sentidos corpóreos veem-se impelidos a ceder lugar aos mais nobres, o ouvido e a visão.

 

No início, a primazia cabe à audição, pois, embora o aparecimento da imprensa tenha imposto e disseminado a leitura, esta continua sendo feita em voz alta e na companhia de outros. Mas logo o emprego do vidro translúcido e a invenção das lentes – exemplo tão caro ao historiador norte-americano Lewis Mumford (1895-1990) – acelera a visualização progressiva do mundo; o hábito dos óculos amplia a jornada de trabalho e os anos de leitura, a utilização das lentes impulsiona o desenvolvimento da ciência moderna.

 

Aliás, a visualização da percepção é um fenômeno tipicamente urbano e desde o Renascimento havia atingido a arte, ampliando o espaço da pintura, que deixara de representar a relação exclusiva do sagrado e do profano para estabelecer uma visão múltipla, que explorava indiferentemente a proximidade e a distância, o homem e a paisagem, a batalha em campo aberto e o espaço fechado das festividades públicas. A pintura holandesa leva adiante esta vocação nova do olhar para apreender a intimidade, ao percorrer a casa e surpreender a mão dos afazeres domésticos, quando ela, a mão, costura, cozinha, varre o chão, ajeita o colar, calça a meia e, mesmo, cata a pulga. O espelho completa a longa trajetória que vai do excepcional ao insignificante, do público ao privado, do visível ao invisível, voltando os olhos para o ego e prosseguindo a pesquisa da alma solitária.

 

Mas o grande período da visão se inicia, em verdade, no século XIX, com a modernização das cidades, quando as grandes estruturas de ferro e vidro abrigam as exposições internacionais, as bibliotecas, as lojas de departamento (os grands magasins), e se generaliza nos lugares públicos o emprego das janelas rasgadas e das vitrinas. A caricatura, a crônica, o romance da época irão comentar com extraordinária agudeza o engodo dessa conquista recente que, na expressão de Baudelaire, irá permitir ao pobre, enfim, contemplar de perto a alegria do rico.

 

O século XIX vai instalar o olhar no trono, ao desenvolver as teorias ópticas, a pintura ocular do Impressionismo, a ilusão científica de pintores como Georges-Pierre Seurat (1859-1981) e Paul Signac (1863-1935), a invenção da fotografia. A reprodução mecânica da realidade será o primeiro passo para a grande revolução estética das artes visuais e para o grande acontecimento artístico mais importante do século, o cinema.

Assinale a opção que indica corretamente o tema central do texto:

(URCA/2024.1) O Humanismo Renascentista foi um movimento intelectual, artístico, que se desenvolveu na Europa, entre os séculos XV e XVI.

 

Foram características daquele movimento: