Na década de 1970 foi cunhada essa frase em Belém do Pará: “A ocupação da Amazônia seguirá as patas do boi”. [...] Era esse o modelo de desenvolvimento daquela época e daquela lógica da ditadura militar, em que a Amazônia era ameaçada, a soberania territorial era ameaçada. O general Médici tem aquelas famosas frases da inauguração da Transamazônica, em 1970, “terras sem homens para homens sem terra”, quer dizer, não existia ninguém na Amazônia, povos indígenas não existiam, e “integrar para não entregar”.

(Carlos Nobre. “Vamos pensar a Amazônia, vamos dar uma chance para Maísa”. In: Maria Arminda do Nascimento Arruda et al (org.). Dilemas do Brasil, 2023.)

Segundo o excerto, a política do regime militar para a Amazônia, nos anos 1970,

    Nos primeiros anos da ditadura civil-militar brasileira, a Operação Amazônia foi uma reunião de medidas, projetos e decretos implementados na região Norte, tendo como justificativa solucionar o desnível regional, ou seja, minimizar ou eliminar o atraso econômico na Amazônia, levando a termo o desenvolvimento, bem como sua inserção na economia nacional.

(Rozana C. Santos e Odenei de S. Ribeiro. “A Amazônia entre os anos 1964 a 1970: apontamentos sobre as primeiras intervenções do autoritarismo”. SOMANLU – Revista de Estudos Amazônicos, 2022. Adaptado.)

A Operação Amazônia tinha por objetivo

Considere a imagem a seguir:

Fumaça de queimadas continua castigando Manaus

Fonte: https://climainfo.org.br/2023/11/05/fumaca-de-queimadas-continuacastigando-manaus

As mudanças na rotina da população amazonense provocadas pela fumaça e baixo nível dos rios refletem o impacto severo de um longo histórico das políticas de ocupação do território na região. No contexto da ditadura civil militar (1965-1975), a Amazônia brasileira foi alvo de grandes projetos, que resultaram na ação sistemática da exploração e extração de suas riquezas, impactando de diferentes formas, a vida social e o meio ambiente.

Tais ações tiveram como motivação o(a):

Leia o excerto.

Na visão predominante daqueles dias, desenvolver significava avançar sobre a floresta. A mentalidade era de uma verdadeira batalha entre civilização e natureza. A cerimônia de inauguração do primeiro trecho, com 1 253 quilômetros, ocorreu em um ponto a cinco quilômetros de Altamira, com a presença do então presidente da República, Emílio Garrastazu Médici.

https://tinyurl.com/2dfjld27%20Acesso%20em:%2018.08.2023.

O trecho faz referência à

“O ano de 1968, na esteira do endurecimento da ditadura militar com o AI-5, marca o início de uma política indigenista mais agressiva – inclusive com a criação de presídios para indígenas. O Plano de Integração Nacional (PIN), editado em 1970, preconiza o estímulo à ocupação da Amazônia. A Amazônia é representada como um vazio populacional, ignorando assim a existência de povos indígenas na região”.

CNV, volume II, 2014, p. 209. Disponível em: cnv.memoriasreveladas.gov.br/images/pdf/relatorio/volume_2_digital.pdf..

    De acordo com a citação do relatório da Comissão Nacional da Verdade em 2014, identifique qual dessas obras de infraestrutura do período dos governos militares teve um grande impacto na vida dos povos indígenas na Amazônia e foi responsável pelo massacre de várias etnias:

Criada durante o governo do presidente Emílio Garrastazu Médici, esta rodovia compõe o quadro de obras inacabadas do Brasil devido às suas proporções enormes, realizadas durante o período da ditadura militar. Foi planejada para integrar melhor o Norte brasileiro com o resto do país, mas por não ser pavimentada, seu trânsito é impraticável nas épocas de chuva na região (entre outubro e março).

Estas informações referem-se à rodovia: