Questões de História - História do Brasil
7.473 Questões
Questão 40 15227272
UNIFOR Demais Cursos 2025/2A Proclamação da República foi o evento histórico que instaurou uma república no Brasil em 15 de novembro de 1889. Foi resultado de uma articulação entre militares e civis insatisfeitos com a monarquia. Havia insatisfação entre os militares com salários e com a carreira, além de eles exigirem o direito de manifestar suas posições políticas (algo que tinha sido proibido pela monarquia). Havia também descontentamento entre elites emergentes com a sub-representação na política da monarquia.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/proclamacaodarepublica.htm. Acesso em 30 Abr 2025.
Assinale a alternativa que melhor expressa a ideia apresentada no período apontado do texto.
Questão 38 15227264
UNIFOR Demais Cursos 2025/2“A Coroa portuguesa procurou estimular a construção de unidades açucareiras no Brasil desde a década de 1530. Mas, somente em 1570 que, com atrelamento da produção brasileira aos centros mercantis do Norte da Europa e articulação do tráfico de escravos entre África e Brasil, tornou-se viável o arranque definitivo da indústria de açúcar escravista da América portuguesa, o que ocorreu entre 1580 e 1620.”
Fonte: MARQUESE, R.B. A dinâmica da escravidão no Brasil: resistência, tráfico negreiro e alforrias, séculos XVII a XIX. Novos estudos CEBRAP, p. 107-123, 2006. Disponível em: https:// www.scielo.br/j/nec/a/xB5SjkdK7zXRvRjKRXRfKPh/? format=pdf&lang=pt
O texto descreve a situação da escravização como meio fundamental de alavancar a indústria do açúcar na América Portuguesa nos séculos XVI e XVII.
Com base nesse cenário, assinale a alternativa que mais se adéqua ao contexto brasileiro.
Questão 17 15188753
UEG 2025/2Leia os textos para responder à questão.
Texto 01
[1] Minha mãe entrou escoltada numa sala que parecia a de uma repartição pública. Tiraram o capuz da “cliente”. Era
assim que chamavam os presos. Depois do interrogatório, viravam “pacientes”. A repressão política em 1971 estava
metódica, com um organograma padronizado em todos os estados. Quem prendia não era quem interrogava ou
torturava. No início, não interrogavam sobre o passado. A prioridade era o presente e o futuro. Se o preso tinha
[5] treinado em Cuba, na China ou na Argélia, o matavam em “campo”, na rua. Ele “viajava”, como se referiam. Em 1971,
nem era mais preso. Era um “cubano”, diziam. Não queriam correr o risco de ter que trocá-los dias ou meses depois
por um diplomata sequestrado. E foram quatro ao todo: um cônsul japonês, o embaixador americano, o alemão e o
suíço, Giovanni Bucher.
Bucher foi libertado quatro dias antes da prisão dos meus pais. Tinha sido sequestrado no dia 7 de dezembro de
[10] 1970 pela VPR a caminho da embaixada no Rio, e levado para Rocha Miranda, subúrbio carioca. A organização que o
sequestrou exigiu setenta presos políticos em troca. O governo não cedeu. O impasse durou até o dia 16 de janeiro. A
lista inicial foi recusada. [...] Meu pai sabia desse sequestro. Meu pai sabia intimidade desse sequestro? Quando
noticiavam pela TV a demora e o sofrimento que o diplomata devia estar passando nas mãos de terroristas, ele
debochava:
[15] – Tá nada, está se divertindo adoidado, fumando seus charutos.
Minha mãe reparou: foi a primeira e única vez que meu pai falou de algo que ocorria nas entranhas da luta
armada. Foi a primeira e única vez que deixou escapar uma observação que comprometeria a sua segurança e a
nossa. Será que ele foi preso por causa disso? Comentou que o grandalhão Bucher fumava charutos e jogava cartas
no cativeiro? Tinha microfones em casa, espiões nos bares, no escritório dele?
[...]
[20] Minha mãe, na prisão, fez um exercício de memória para tentar entender ou encontrar alguma pista de por que
ela, minha irmã de 15 anos, a Eliane, e o meu pai foram detidos. Ele poderia ter dito de brincadeira, piadista que era,
um gozador, a tal frase sobre o embaixador suíço. Prenderam um gozador?
PAIVA, Marcelo Rubens. Ainda estou aqui. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2015. p.135-136. (Adaptado).
Texto 02
[1] Hilda [...] veio até a porta do nosso quarto para dizer, confusa e embaraçada, que havia uns homens querendo
falar comigo. O sentimento que me dominou, ao chegar à sala e encontrar os policiais, foi de impaciência: vi-me
diante de um incômodo que prometia durar um bom par de horas. Havia algo estranho no modo nervoso como
aqueles homens sorriam, e a amabilidade exagerada não deixava de trair uma promessa de agressão. [...]. Eles
[5] diziam que as autoridades militares queriam me fazer algumas perguntas, e eu, muito mais ingênuo do que eles
podiam imaginar, acreditei. Parecia-lhes pouco provável, no entanto, que alguém levasse tal eufemismo ao pé da
letra, e, enquanto eu tentava conseguir detalhes sobre o que ia se passar, eles iam abandonando relutantemente a
expectativa de que talvez eu reagisse a uma prisão que nem sequer sabia que estava se efetuando. Um deles, então,
fez uma sugestão que primeiro me pareceu estapafúrdia mas logo me encheu de medo: “É melhor levar sua escova
[10] de dentes”. Ainda tentei pedir explicações para esse conselho, mas eles deram mostra de que já não queriam perder
tempo.
[...]
É claro que nem [Gilberto] Gil nem eu [Caetano Veloso] imaginávamos que seríamos presos. Não havia
expectativa de que nada de grave pudesse acontecer conosco. Exceto o aviso feito pelo humorista Jô Soares e
aquela profecia saída da boca de um conhecido suspostamente em transe e que nos tinha sido relatada meses antes
[15] por Roberto Pinho (profecia esta que afinal se revelou assustadoramente precisa quanto às datas e às
circunstâncias), nós não tínhamos muito por que pensar que os militares queriam nos prender. Estávamos tão
habituados a hostilizações por parte da esquerda, éramos tantas vezes acusados de alienados e americanizados,
que, quando me vi diante daqueles policiais, imaginei que estavam nos levando para uma conversa com algum oficial
de São Paulo, o qual nos trataria como rapazes interessados apenas em divertir o público, e, no máximo, exigiria
[20] explicações sobre a nossa participação na famosa passeata dos 100 mil. Essa passeata contara com a quase
totalidade da classe artística brasileira, de modo que não seria difícil explicar nossa adesão como resultado de uma
pressão natural de grupo.
VELOSO, Caetano. Verdade tropical. 3. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2017. p. 350-351. (Adaptado).
Texto 03
Em 02 de março de 2025, o filme Ainda estou aqui, dirigido por Walter Salles, foi premiado com o Oscar na categoria de Melhor Filme Internacional. Trata-se da primeira produção cinematográfica brasileira a conquistar o prêmio, além de contar com mais duas indicações: Melhor Atriz e Melhor Filme. A produção é uma adaptação do livro de Marcelo Rubens Paiva, de mesmo título, publicado em 2015. Ambas as obras narram a trajetória de vida de Eunice Paiva, após o desaparecimento de seu esposo, Rubens Paiva, em janeiro de 1971, durante a Ditadura Militar.
Rubens Paiva era um ex-deputado trabalhista, que teve seu mandado cassado após o golpe de 1964. Em 20 de janeiro de 1971, foi sequestrado por militares, enquanto estava em casa com a família. Foi torturado por dois dias e assassinado em seguida, se tornando mais uma vítima da violência de Estado praticada pelo regime que governou o país entre 1964 e 1985. Em 1996, depois de sancionada a chamada Lei dos Desaparecidos, pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, Eunice Paiva finalmente conseguiu a certidão de óbito do marido. A Lei n.º 9.149, de 4 de dezembro de 1995, garantiu às famílias de pessoas desaparecidas, que estiveram envolvidas em alguma atividade política durante o regime militar, o reconhecimento oficial da morte de seus entes.
Tanto o livro quanto o filme tematizam um momento doloroso e terrível de nossa história. Nesse sentido, vemos o quanto as artes podem constituir elementos fundamentais para o nosso contínuo processo de formação social, cultural, política e histórica, desempenhando diversos papeis. Elas constituem espaços de reflexividade, onde nossa sociedade, por meio de diversas linguagens, pode se ver, se questionar, se formar, se transformar.
Tomando os textos 01, 02 e 03 como referência, nota-se que as produções culturais (literatura, cinema, música, teatro etc.) são fundamentais para nossa sociedade, pois constituem
Questão 14 15188711
UEG 2025/2Leia os textos para responder à questão.
Texto 01
[1] Minha mãe entrou escoltada numa sala que parecia a de uma repartição pública. Tiraram o capuz da “cliente”. Era
assim que chamavam os presos. Depois do interrogatório, viravam “pacientes”. A repressão política em 1971 estava
metódica, com um organograma padronizado em todos os estados. Quem prendia não era quem interrogava ou
torturava. No início, não interrogavam sobre o passado. A prioridade era o presente e o futuro. Se o preso tinha
[5] treinado em Cuba, na China ou na Argélia, o matavam em “campo”, na rua. Ele “viajava”, como se referiam. Em 1971,
nem era mais preso. Era um “cubano”, diziam. Não queriam correr o risco de ter que trocá-los dias ou meses depois
por um diplomata sequestrado. E foram quatro ao todo: um cônsul japonês, o embaixador americano, o alemão e o
suíço, Giovanni Bucher.
Bucher foi libertado quatro dias antes da prisão dos meus pais. Tinha sido sequestrado no dia 7 de dezembro de
[10] 1970 pela VPR a caminho da embaixada no Rio, e levado para Rocha Miranda, subúrbio carioca. A organização que o
sequestrou exigiu setenta presos políticos em troca. O governo não cedeu. O impasse durou até o dia 16 de janeiro. A
lista inicial foi recusada. [...] Meu pai sabia desse sequestro. Meu pai sabia intimidade desse sequestro? Quando
noticiavam pela TV a demora e o sofrimento que o diplomata devia estar passando nas mãos de terroristas, ele
debochava:
[15] – Tá nada, está se divertindo adoidado, fumando seus charutos.
Minha mãe reparou: foi a primeira e única vez que meu pai falou de algo que ocorria nas entranhas da luta
armada. Foi a primeira e única vez que deixou escapar uma observação que comprometeria a sua segurança e a
nossa. Será que ele foi preso por causa disso? Comentou que o grandalhão Bucher fumava charutos e jogava cartas
no cativeiro? Tinha microfones em casa, espiões nos bares, no escritório dele?
[...]
[20] Minha mãe, na prisão, fez um exercício de memória para tentar entender ou encontrar alguma pista de por que
ela, minha irmã de 15 anos, a Eliane, e o meu pai foram detidos. Ele poderia ter dito de brincadeira, piadista que era,
um gozador, a tal frase sobre o embaixador suíço. Prenderam um gozador?
PAIVA, Marcelo Rubens. Ainda estou aqui. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2015. p.135-136. (Adaptado).
Texto 02
[1] Hilda [...] veio até a porta do nosso quarto para dizer, confusa e embaraçada, que havia uns homens querendo
falar comigo. O sentimento que me dominou, ao chegar à sala e encontrar os policiais, foi de impaciência: vi-me
diante de um incômodo que prometia durar um bom par de horas. Havia algo estranho no modo nervoso como
aqueles homens sorriam, e a amabilidade exagerada não deixava de trair uma promessa de agressão. [...]. Eles
[5] diziam que as autoridades militares queriam me fazer algumas perguntas, e eu, muito mais ingênuo do que eles
podiam imaginar, acreditei. Parecia-lhes pouco provável, no entanto, que alguém levasse tal eufemismo ao pé da
letra, e, enquanto eu tentava conseguir detalhes sobre o que ia se passar, eles iam abandonando relutantemente a
expectativa de que talvez eu reagisse a uma prisão que nem sequer sabia que estava se efetuando. Um deles, então,
fez uma sugestão que primeiro me pareceu estapafúrdia mas logo me encheu de medo: “É melhor levar sua escova
[10] de dentes”. Ainda tentei pedir explicações para esse conselho, mas eles deram mostra de que já não queriam perder
tempo.
[...]
É claro que nem [Gilberto] Gil nem eu [Caetano Veloso] imaginávamos que seríamos presos. Não havia
expectativa de que nada de grave pudesse acontecer conosco. Exceto o aviso feito pelo humorista Jô Soares e
aquela profecia saída da boca de um conhecido suspostamente em transe e que nos tinha sido relatada meses antes
[15] por Roberto Pinho (profecia esta que afinal se revelou assustadoramente precisa quanto às datas e às
circunstâncias), nós não tínhamos muito por que pensar que os militares queriam nos prender. Estávamos tão
habituados a hostilizações por parte da esquerda, éramos tantas vezes acusados de alienados e americanizados,
que, quando me vi diante daqueles policiais, imaginei que estavam nos levando para uma conversa com algum oficial
de São Paulo, o qual nos trataria como rapazes interessados apenas em divertir o público, e, no máximo, exigiria
[20] explicações sobre a nossa participação na famosa passeata dos 100 mil. Essa passeata contara com a quase
totalidade da classe artística brasileira, de modo que não seria difícil explicar nossa adesão como resultado de uma
pressão natural de grupo.
VELOSO, Caetano. Verdade tropical. 3. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2017. p. 350-351. (Adaptado).
Texto 03
Em 02 de março de 2025, o filme Ainda estou aqui, dirigido por Walter Salles, foi premiado com o Oscar na categoria de Melhor Filme Internacional. Trata-se da primeira produção cinematográfica brasileira a conquistar o prêmio, além de contar com mais duas indicações: Melhor Atriz e Melhor Filme. A produção é uma adaptação do livro de Marcelo Rubens Paiva, de mesmo título, publicado em 2015. Ambas as obras narram a trajetória de vida de Eunice Paiva, após o desaparecimento de seu esposo, Rubens Paiva, em janeiro de 1971, durante a Ditadura Militar.
Rubens Paiva era um ex-deputado trabalhista, que teve seu mandado cassado após o golpe de 1964. Em 20 de janeiro de 1971, foi sequestrado por militares, enquanto estava em casa com a família. Foi torturado por dois dias e assassinado em seguida, se tornando mais uma vítima da violência de Estado praticada pelo regime que governou o país entre 1964 e 1985. Em 1996, depois de sancionada a chamada Lei dos Desaparecidos, pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, Eunice Paiva finalmente conseguiu a certidão de óbito do marido. A Lei n.º 9.149, de 4 de dezembro de 1995, garantiu às famílias de pessoas desaparecidas, que estiveram envolvidas em alguma atividade política durante o regime militar, o reconhecimento oficial da morte de seus entes.
Tanto o livro quanto o filme tematizam um momento doloroso e terrível de nossa história. Nesse sentido, vemos o quanto as artes podem constituir elementos fundamentais para o nosso contínuo processo de formação social, cultural, política e histórica, desempenhando diversos papeis. Elas constituem espaços de reflexividade, onde nossa sociedade, por meio de diversas linguagens, pode se ver, se questionar, se formar, se transformar.
O cinema surgiu no final do século XIX e se estruturou ao longo do século XX como a arte das massas. Seu nascimento e propagação se deu com base no advento do aprimoramento da indústria, na sua capacidade de produção e reprodução em grandes formatos, para grandes públicos, notadamente em exibições abertas. No início do século XXI, por sua vez, o cinema, ao ser incorporado ao processo de digitalização, passou a ser reproduzido e vendido massivamente em canais streaming individualizados.
O desenvolvimento do cinema, como atividade artística, está condicionado
Questão 17 15172461
Unichristus 2025/2Fica claro, portanto, que a grande lavoura, inserida no sistema mercantilista globalizado da época, se caracterizava por produzir gêneros destinados ao mercado mundial. Tinha, contudo, uma outra característica muito importante, em termos de organização de produção: era um trabalho coletivo, a partir de um comando unificado. Realmente, a estrutura de poder na grande lavoura baseava-se na família de proprietário – de terra e dos escravos – sob cuja direção gravitaram feitores, agregados e principalmente os escravos.
PINSKY, Jaime. A escravidão no Brasil. São Paulo: Contexto, 2023. pp. 23-24.
O modelo econômico de produção exemplificado pelo texto caracterizava-se pelo(a)
Questão 60 15128070
UEMS 2025Leia o trecho a seguir para responder à questão.
“No dia 21 de julho, o jornal anarquista A Plebe noticiou o conjunto das reivindicações sistematizadas pelo Comitê de Defesa Proletária, após consulta a todas as ‘entidades de que fazem parte, expondo as aspirações não só da massa operária em greve como as aspirações de toda a população angustiada pelas prementes necessidades, considerando a insuficiência do Estado no providenciar de outra forma que não seja pela repressão violenta’”.
(TOLEDO, Edilene. Um ano extraordinário: greves, revoltas e cir culação de ideias no Brasil em 1917. Estudos Históricos. Rio de Janeiro, v. 30, n. 61, p. 497–518, maio 2017. p. 504)
Sabe-se que a greve geral de 1917 teve início nas indústrias Crespi, em São Paulo, e se espalhou para outras regiões, mobilizando dezenas de milhares trabalhadores.
Sobre ela, é correto identificar como causas:
06


