Questões de História - Temática - Arte
48 Questões
Questão 4 14835628
UNIMONTES Tarde - Biologicas 2025Texto 1
“Ainda estou aqui” é drama universal, com Fernanda Torres brilhante
Novo filme de Walter Salles tem técnica impecável e história emocionante
Quando “Ainda Estou Aqui” estreou no Festival de Veneza, um dos grandes eventos da temporada do Oscar, o burburinho em torno do filme tomou a internet. Postagens brasileiras e de veículos da mídia estrangeira praticamente cravaram o novo filme de Walter Salles como um grande pretendente para as listas de premiações que saem no início de 2025 – inclusive, do Oscar.
Não há exagero algum nesse movimento. A adaptação do livro homônimo, de Marcelo Rubens Paiva, talvez seja a melhor oportunidade para o Brasil colocar uma produção nas listas de melhores filmes internacionais dos prêmios em 20 anos. O filme é um drama simples e universal – que, mesmo tendo especificidades sobre a história do Brasil, reverbera em uma audiência de qualquer nacionalidade. Por isso, não é surpresa que a boa recepção tenha sido global.
No centro dessa história está Eunice (Fernanda Torres), esposa de Rubens Paiva (Selton Mello), ex-deputado, cassado após o golpe de 1964, que é sequestrado pelo regime militar e nunca mais volta para casa. Salles não é nenhum pouco sutil com a situação, já na cena de abertura, com a protagonista boiando na praia do Leblon, enquanto um helicóptero do exército passa dando um rasante sobre a areia.
Entretanto, o foco do enredo é a família. Mesmo nos momentos de violência dos militares, Salles está mais preocupado com as reações de Eunice e dos filhos. Privilegiados e de prestígio social, os Paiva vivem na esquina da Avenida Delfim Moreira, um dos pontos mais valorizados da Zona Sul carioca. Uma grande casa, cada criança com seu quarto, boas bebidas, charutos e refeições com os amigos. O problema é que, entre a residência deles e a faixa de areia da praia, estão as ruas controladas pelo exército – e, pela televisão, movimentos armados aparecem no noticiário sequestrando mais um embaixador, em troca da libertação de presos.
Essa sombra é a maior ameaça para a família na primeira parte do filme. Algo que parece se aproximar deles e que Eunice teme a cada ligação que Rubens recebe. Quando ela de fato chega à vida dos Paiva, Salles, que conhece de perto essa elite da cidade, utiliza o fascismo do governo militar para extirpar tanto os direitos dos cidadãos quanto os privilégios que a família tinha. O suspense dá lugar ao drama de prisão, que depois passa para o trauma familiar. Essa dinâmica que o diretor impõe dá um ritmo mais ágil à trama, sem que a força da tragédia do sequestro e a falta de informação se percam nas mais de duas horas da produção.
Com uma técnica impecável, favorecida pela excelente fotografia de Adrian Tejido, que pula da câmera na mão para planos estáticos perfeitos com luz e sombra dividindo o ambiente, e pela belíssima trilha sonora de Warren Ellis, “Ainda Estou Aqui” tem como sua joia mais preciosa a atuação de Fernanda Torres. Passando de dona de casa de classe média alta para vítima do regime militar e tendo que se redescobrir nesse novo mundo, a atriz brilha em todos esses momentos dos arcos de Eunice.
O olhar marcante nos momentos em que Rubens está “tramando” nos mostram que ela não é uma mulher alheia ao que acontece em sua casa. Da mesma forma, sentimos o que a personagem passa no período em que fica presa no DOI-CODI, e sua dor ao voltar para casa sem o marido. Salles ainda apronta uma com o espectador, colocando Torres em uma situação visual que lembra seu filme mais famoso e estrelado pela mãe da atriz: “Central do Brasil”. Fernanda Montenegro, aliás, também está no elenco, em uma pequena e emocionante participação como a Eunice dos anos 2000.
“Ainda Estou Aqui” é o primeiro filme de Walter Salles no Brasil em mais de 15 anos. Não é uma história contada por alguém que não conhece o que está acontecendo na tela. A mistura das cenas com imagens de filmagens com uma Super 8 mostra isso. São imagens de quem conhece os cantos da cidade e seus hábitos, mas isso nunca torna o filme exclusivo para ser contado no Brasil, ou no Rio de Janeiro.
Em um período em que muitos flertam com o fascismo e com ideias de que “naquela época é que era bom”, “Ainda Estou Aqui” é o retrato de uma família destroçada pela “época boa” que durou mais de 25 anos e até hoje nunca revelou toda a sua verdade. Um drama que nunca cai nas armadilhas do gênero e utiliza a força da jornada da protagonista como uma janela para o passado, focado sempre na sombra que rodeava a casa dos Paiva e ainda está observando a todos de perto – assim como os agentes da ditadura fizeram com Eunice e seus filhos.
ALMEIDA, Alexandre. “Ainda estou aqui” é drama universal, com Fernanda Torres brilhante. Disponível em: https://www.omelete.com.br/filmes/criticas/ainda-estou-aqui-critica-filme. Acesso em: 30 out. 2024.
Texto 2
Como nossos pais
Belchior
Não quero lhe falar, meu grande amor
Das coisas que aprendi nos discos
Quero lhe contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
E eu sei que o amor é uma coisa boa
Mas também sei que qualquer canto
É menor do que a vida de qualquer pessoa
Por isso, cuidado, meu bem
Há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal está fechado pra nós
Que somos jovens
Para abraçar meu irmão
E beijar minha menina na rua
É que se fez o meu lábio
O meu braço e a minha voz
Você me pergunta pela minha paixão
Digo que estou encantado como uma nova invenção
Vou ficar nesta cidade, não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento o cheiro da nova estação
E eu sinto tudo na ferida viva do meu coração
Já faz tempo, eu vi você na rua
Cabelo ao vento, gente jovem reunida
Na parede da memória
Esta lembrança é o quadro que dói mais
Minha dor é perceber
Que apesar de termos feito tudo, tudo, tudo, tudo o que
fizemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Como os nossos pais
Nossos ídolos ainda são os mesmos
E as aparências, as aparências não enganam, não
Você diz que depois deles não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer que eu estou por fora
Ou então que eu estou enganando
Mas é você que ama o passado e que não vê
É você que ama o passado e que não vê
Que o novo, o novo sempre vem
E hoje eu sei que quem me deu a ideia
De uma nova consciência e juventude
Está em casa guardado por Deus
Contando os seus metais
Minha dor é perceber
Que apesar de termos feito tudo, tudo, tudo, tudo o que
fizemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Como os nossos pais.
BELCHIOR. Com nossos pais. Disponível em: https://www.letras.mus.br/belchior/44451/. Acesso em: 10 out. 2024.
No tocante ao contexto sócio-histórico de circulação da canção (texto 2), ela dialoga com a temática proposta pelo texto 1
Questão 12 14554673
Unioeste Tarde 2025A imagem abaixo é do túmulo do Cardeal Jean de La Grange, falecido em 1402, e revela uma escultura em pedra de um cadáver na qual se lê, na faixa logo acima, “Tu serás em breve como eu, um cadáver horrendo, pasto dos vermes”.

In HUIZINGA, Johan. O outono da Idade Média. São Paulo: Clássicos Pingui. 2012.
Sobre essa representação artística, assinale a alternativa CORRETA.
Questão 26 15119585
UFN INVERNO 2024Considere as proposições a seguir em relação à Semana de Arte Moderna no Brasil:
I. A Semana de Arte Moderna ocorreu em 1922 e teve influência das vanguardas artísticas europeias.
II. São alguns dos artistas que tiveram importante participação na Semana de Arte Moderna brasileira: Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Oswald de Andrade, Mario de Andrade e Victor Brecheret.
III. Durante a Semana de Arte Moderna no Brasil, Ronald de Carvalho declamou o poema Os sapos, de Manuel Bandeira.
Assinale a alternativa que contém a(s) proposição(ões) correta(s).
Questão 31 14749078
UEM Pas 3 Etapa 2024Sobre o Tropicalismo, assinale o que for correto.
Foi um movimento lançado no Festival de Música Popular Brasileira, em 1967, no qual foram apresentadas diversas formas de arte, como música, artes plásticas, cinema.
A Tropicália recusou-se a combinar gêneros musicais diversos. Sua ideologia combateu a utilização de qualquer tipo de influência artística estrangeira ou de cultura de massa.
Além do movimento musical, dentre os gêneros artísticos que integravam o tropicalismo encontramos, por exemplo, o cinema, com Glauber Rocha, e as artes plásticas, com Hélio Oiticica.
Privilegiou o uso de instrumentos de percussão modernos, associando-os a instrumentos de orquestra sinfônica como o violino e a viola.
Gilberto Gil e Caetano Veloso compuseram utilizando uma linguagem inovadora para a época, misturando imagens, cores e temas, inspirados também em gibis e filmes.
Questão 17 13661142
UEM Inverno 2024Sobre a arte bizantina, assinale o que for correto.
O Império Bizantino, ou Império Romano do Oriente, caracterizou-se como a síntese da cultura greco-romana e teve seu apogeu político sob o império de Justiniano.
A expressão artística desenvolvida foi também conhecida como arte pobre, desprovida de materiais nobres ou valiosos, elaborada com o mínimo de elementos e matérias.
Uma das convenções da representação da arte bizantina foi a da frontalidade, técnica que transmitia a postura rígida da personagem representada, o que levava o observador a uma atitude de respeito e veneração.
No processo de elaboração de figuras religiosas, artistas bizantinos criaram uma forma de expressão por meio da representação de ícones que simulavam, por exemplo, figuras de Jesus Cristo, apóstolos, mártires, santos e a virgem.
A colocação de pequenos pedaços de pedras de diversas cores sobre uma superfície de gesso ou argamassa, organizadas de acordo com um desenho determinado, instaladas nos pisos e paredes – os mosaicos – são as mais expressivas formas da arte bizantina.
Questão 5 14036292
UEPG PSS 1 2023TEXTO PARA A QUESTÃO
Com sensibilidade, HQ Cumbe mostra resistência de escravos no período da escravidão
A história dos negros escravos no Brasil sempre foi negligenciada nas artes e com os quadrinhos não é diferente. Por isso que um projeto como Cumbe, do quadrinista e artista plástico Marcelo D’Salete merece ser celebrado. O livro traz histórias do período da escravidão, com personagens que resistiram contra a violência da senzala e do modo de vida opressor daquela época.
Mais do que uma coletânea de histórias bem contadas, Cumbe é parte de um projeto mais arrojado, de compreensão histórica desse período do Brasil. Para isso, Marcelo teve que trabalhar bem tanto a forma como o conteúdo para dar uma dimensão mais próxima da experiência do negro na escravidão [...].
A própria palavra do banto “cumbe”, que dá nome à obra, merece explicação. Ela [...] significa “sol”, “dia”, “fogo” [...] e também foi usada como sinônimo de “quilombo”.
Nesta HQ, que também tem cara de ensaio, Marcelo trouxe um olhar que buscou fugir do lugar comum quando o assunto é a matriz africana. Para começar, Cumbe não se roga em explicitar a violência do período. Mas faz isso de um ponto de vista do escravo, explicitando tanto sua dor quanto a revolta. Ao branco dominador não resta nenhum papel, a não ser o da incongruência daquele que ficou do lado errado da história e que ainda hoje vive benesses de anos de exploração.
Esse tom poderia desbancar para o panfletário, mas Marcelo traz uma sensibilidade que nos isola de qualquer proselitismo. O que está em jogo aqui é uma compreensão de mundo. O traço da HQ, aliado a uma forte carga dramática, consegue criar uma empatia com o leitor, que vivencia por alguns momentos aquela experiência [...].
O mais interessante em Cumbe é que o autor mostra que os escravos não ficaram passivos, como uma leitura rasa do período pode fazer entender. Mesmo aqueles que não se arriscaram a fugir para quilombos nem se engajaram na luta armada se insurgiram, cada um à sua maneira, contra essa sociedade pautada pela violência e pelo poder. São pequenas ações e gestos que mostram que a resistência era cotidiana e perene.
Cumbe traz novas compreensões do período da escravidão e nos ajuda a entender esse sistema de dominação e de tensões sociais que repercute até hoje.
Adaptado de: FLORO, Paulo. Com sensibilidade, HQ Cumbe mostra resistência de escravos no período da escravidão. OGrito, Recife, 22/10/2014. Disponível em: https://revistaogrito.com/critica-hq-cumbe-de-marcelo-dsalete/. Acesso em: 17/04/2023.
Sobre a utilização de verbos no texto, assinale o que for correto.
Na frase “Marcelo trouxe um olhar que buscou fugir do lugar comum”, o item destacado é um verbo conjugado no tempo denominado pretérito perfeito do modo indicativo.
Na oração “Esse tom poderia desbancar para o panfletário”, o vocábulo destacado é um verbo conjugado no tempo denominado futuro do pretérito do modo indicativo.
No segmento “que a resistência era cotidiana e perene”, a palavra destacada é um verbo conjugado no tempo denominado pretérito perfeito do modo indicativo.
No período “Marcelo traz uma sensibilidade que nos isola de qualquer proselitismo”, o termo destacado é um verbo conjugado no tempo denominado presente do modo indicativo.
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