Questões de História - Temática - Trabalho
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Ainda durante os governos ditatoriais estabelecidos pós-1964, ressurgiu, no Brasil, sobretudo na região do ABC paulista entre 1978 e 1980, um forte movimento trabalhista liderado pelos metalúrgicos, que se ergueu em uma greve contra as políticas de arrocho salarial e reivindicação de liberdade e autonomia sindicais. Nos anos seguintes, outras categorias profissionais, como professores, petroleiros e bancários se incorporaram a esse movimento.
Considerando esse fenômeno, assinale a afirmação verdadeira.
Em 1917, enquanto a Europa via iniciar a Revolução na Rússia, as ruas da cidade de São Paulo foram tomadas por manifestações que tiveram seu ponto crítico em 11 de junho durante o enterro do jovem sapateiro José Gimenez Martinez, imigrante espanhol morto em embates de rua contra a força pública.
Esse evento, que marcou o ano de 1917 no Brasil, pode ser caracterizado corretamente como
Calcula-se que, no século I a.C., os escravizados constituíam cerca de 30% de toda a população da península itálica. Imigrados à força, eles ocuparam as cidades em todos os ofícios. Mas foi no campo que sua utilização foi mais intensa. A falta de direitos desses indivíduos, a possibilidade de sua total opressão, seu trabalho em equipe, sua falta de família para alimentar, permitiram um aumento notável da exploração do excedente de trabalho.
(Norberto Luiz Guarinello. História Antiga, 2020. Adaptado.)
No contexto da expansão territorial da República romana, o excerto apresenta características de uma sociedade
No livro Calibã e a Bruxa, Silvia Federici, ao tratar do período de transição entre o feudalismo e o capitalismo, foca sua análise na história, no lugar e nas experiências vivenciadas pelas mulheres nesse processo. Entre outras questões, Federici demonstra os impactos do conjunto de transformações que marcaram essa época na vida e na sociabilidade cotidiana das mulheres, especialmente no que diz respeito ao controle de seus corpos e de demonstrar as perseguições a que foram submetidas no período. Nesse sentido, ao analisar a relação entre o que acontecia na Europa e nas regiões coloniais, a autora escreve:
Na Europa da Era da Razão, eram colocadas focinheiras nas mulheres acusadas de serem desbocadas, como se fossem cães, e elas eram exibidas pelas ruas; as prostitutas eram açoitadas ou enjauladas e submetidas a simulações de afogamentos, ao passo que se instaurava a pena de morte para mulheres condenadas por adultério. Não é exagero dizer que as mulheres eram tratadas com a mesma hostilidade e com o mesmo senso de distanciamento que se concedia aos “índios selvagens” na literatura produzida depois da Conquista. O paralelismo não é casual. Em ambos os casos, a depreciação literária e cultural estava a serviço de um projeto de expropriação. (...), a demonização dos povos indígenas americanos serviu para justificar sua escravização e o saque de seus recursos. Na Europa, o ataque contra as mulheres justificou a apropriação de seu trabalho pelos homens e a criminalização de seu controle sobre a reprodução. O preço da resistência era, sempre, o extermínio. Nenhuma das táticas empregadas contra as mulheres europeias e contra os sujeitos coloniais poderia ter obtido êxito se não tivesse sido sustentada por uma campanha de terror. No caso das mulheres europeias, foi a caça às bruxas que exerceu o papel principal na construção de sua nova função social e na degradação de sua identidade social”.
FEDERICI, Silvia. Calibã e a Bruxa. Mulheres, corpo e acumulação primitiva. São Paulo: Elefante, 2017, p. 203.
A partir deste trecho, assinale a alternativa CORRETA.
Assinale o que for correto a respeito do surgimento das cidades e de algumas de suas características históricas.
01) A substituição do trabalho escravo pela mão de obra remunerada criou as bases para o surgimento do assalariamento.
02) A Revolução Industrial foi um processo possibilitado pela regulação e normatização das condições de trabalho, sobretudo no que diz respeito às condições de salubridade nas fábricas.
04) O cartismo, cuja denominação advém das reivindicações do proletariado oitocentista inglês mediante elaboração da Carta do Povo, é considerado um dos primeiros grandes movimentos políticos dessa classe.
08) Em função da globalização, a criação (ou aprimoramento) e a aplicação de leis trabalhistas por países do mundo todo levou à erradicação do trabalho infantil.
16) No âmbito da chamada Revolução 4.0 predomina a expectativa de um crescimento considerável do número de vagas de empregos formais.
Sobre a Dimensão Socioeconômica e Cultural do Processo Saúde-DoençaMorte e Raça/Etnia
O processo histórico de formação da sociedade capitalista brasileira implicou
o desenvolvimento de uma complexa rede de contradições sociais. Assim,
foram sendo criados e recriados, por meio da industrialização e modernização,
critérios de seleção social, que geraram desigualdades sociais.
[5] A chamada revolução burguesa transformou os grupos populacionais
considerados de categoria inferior: negros, índios e imigrantes – em
trabalhadores, porém não os converteu em cidadãos.
Consequentemente, as desigualdades sociais foram compreendendo e
mesclando diversidades raciais e de classe social, provocando um efeito duplo
[10] de contradições de classe e raça (Ianni, 1991; Coimbra, 1997).
Esses efeitos acumulados decorrentes das desigualdades ficam evidentes
quando se analisa a apropriação econômica, de bens e serviços, e direitos
sociais, políticos e culturais que a população negra detém no Brasil, quando
comparada com a população branca. Essas desvantagens sistemáticas se
[15] expressam na participação desigual no mercado de trabalho, nos níveis de
renda, no acesso ao sistema formal educacional, enfim, nas oportunidades de
mobilidade social.
Sobre como as três subpopulações se distribuem nas diferentes posições
socioeconômicas, segundo sua inserção no processo produtivo, sabe-se que a
[20] questão da mão-de-obra negra vincula-se à problemática do trabalho
marginal, temporário e precário (Chaia, 1986), consequência do processo
histórico brasileiro desde a escravidão até os dias de hoje.
Estudos sobre o tema (Hasenbalg, 1979; Beozzo, 1984; Porcaro et al., 1988;
Chaia, 1988) mostram as dificuldades dos negros em superar o nível de
[25] pobreza por meio do trabalho, apesar de entrarem no mercado muito mais
precocemente que os brancos.
Observa-se também que eles ocupam as posições menos qualificadas e
apresentam pior posição relativa no que diz respeito ao desemprego aberto e
encoberto. Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad)
[30] 1995, tabulados por Simões & Cardoso (1997), evidenciam que a população
negra com dez anos e mais, independentemente do sexo, alcança taxas de
desocupação mais elevadas comparadas às da população branca, no Brasil e
em todas as grandes regiões. A título de exemplo, podemos citar os achados
para o país: enquanto a estimativa desse indicador para as mulheres brancas
[35] era de 7,45%, as negras assumem 9,11%, sendo que esses valores nos
homens são de 5,35% e 6,10%, respectivamente (Simões & Cardoso, 1997).
(...) Vários estudos constatam que, em igualdade de condições
socioeconômicas, existe um diferencial racial no acesso ao sistema formal de
educação. Como exemplo, citamos as conclusões de Hasenbalg & Silva
[40] (1991), que constatam que a proporção de negros (pardos e pretos) sem
nenhum acesso à escola é três vezes maior que a dos brancos; quando
conseguem ingressar no sistema formal, além de fazê-lo muito mais
tardiamente, obtêm níveis de escolaridade consistentemente inferiores aos
dos brancos da mesma origem social; os retornos da escolaridade adquirida
[45] em termos de inserção ocupacional e renda tendem a ser proporcionalmente
menores para negros que para brancos. Outros estudos assinalam que, em
1995, do total de mulheres classificadas como analfabetas funcionais, ou seja,
com até três anos de instrução, 17% eram brancas e 38% negras. Entre os
homens esses valores eram de 19% e 40%, respectivamente.
[50] Por todo o enunciado até aqui, conclui-se que os negros brasileiros estão
expostos a um ciclo de desvantagens cumulativas na mobilidade social
intergeracional, fato que os coloca em posição de maior vulnerabilidade frente
a uma série de agravos à sua saúde.
Conclui-se também que a população negra brasileira vivencia situações de
[55] exclusão, marginalidade e/ou discriminação socioeconômica, que a expõem
com maior vulnerabilidade a uma série de agravos à saúde. Salienta-se que a
maior suscetibilidade se deve a fatores tanto de ordem biológica, como
socioeconômica e cultural.
CUNHA. E. M. G. de P. Especificidades da Raça/Etnia nas Questões de Saúde. In: O Clássico e o Novo: tendências, objetos e abordagens em ciências sociais e saúde [online]. GOLDENBERG, P., MARSIGLIA, RMG and GOMES, MHA., orgs. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2003.
Analise as assertivas
I. O texto evidencia que a formação da sociedade brasileira (historicamente capitalista), desencadeou um quadro de desigualdades sociais que mesclou diversidades raciais e de classe social, provocando um efeito duplo de contradições de classe e raça.
II. O autor chama negros, índios e imigrantes de subpopulação, destacando que foram elevados, pela revolução burguesa, à categoria de trabalhadores, mas não de cidadãos.
III. O autor afirma que os negros brasileiros possuem uma desvantagem cumulativa na mobilidade social intergeracional, e por isso são mais suscetíveis à problemas de saúde.
Está CORRETO o que se afirma em
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