Você sabia que um dos primeiros instrumentos musicais da história é uma concha do mar?
Com mais de 18 mil anos, a concha de búzio toca três notas musicais e é uma das mais antigas evidências de música da humanidade.
Em 1931 pesquisadores descobriram na França uma concha de búzio da espécie "Charonia lampas". Ela estava localizada na Caverna de Marsoulas, primeira caverna decorada com pinturas rupestres encontrada nos Pirenéus.
Com o tamanho que supera o de uma cabeça humana, essa concha troxe para humanidade algo ainda mais especial que apenas a sua surpreendente medida e localização: ela foi entendida a pouco tempo como um dos primeiros instrumentos musicais da humanidade.
Mas, se a descoberta foi em 1931, porque a concha passou a ser importante só agora?
Acontece que até então, nenhum dos cientistas tinha se atentado a entender a utilidade daquela peça, que foi recolhida como apenas uma evidência de ornamentação de dentro da tão antiga caverna. Isso fez com que a atenção que a concha ganhou na época de sua descoberta fosse praticamente nula e, justamente por isso, ela passou despercebida até um estudo publicado esse ano, mais precisamente em fevereiro de 2021 pelo boletim científico Science Advances.
Só agora o artigo passou a ser classificado como o mais antigo instrumento de sopro do seu tipo. Incrível, não?
Como o estudo aconteceu?
Descoberta em 1897, a caverna onde a concha foi encontrada, marca o início da cultura magdaleniana na região, ou seja, o final do pico da última era glacial.
Em 1931 a concha foi recolhida e colocada junto ao inventário do material das escavações arqueológicas mantidas no Museu de Toulouse.
Com o passar do tempo, a equipe multidisciplinar do museu, gerenciada pelo Centro Nacional de Investigação Científica de França (CNRS), precisou reestudar o inventário dessas escavações e começou a levantar a hipótese de que a concha deveria servir para produzir sons. Foi então que um músico especialista em tromp foi chamado para ajudar a testar essa hipótese e conseguiu extrair do instrumento três sons muito similares a notas musicais.
Os os cientistas que "redescobriram" a concha, estudaram as possíveis suas possíveis funções, e notaram que o objeto apresentava a ponta cortada formando um orifício com 3,5 centímetros de diâmetro, muito similar a qualquer instrumento de sopro.
Além disso, a concha tinha também vestígios de ter sido decorada com hematite, um pigmento vermelho, à base de óxido de ferro, característico das decorações da caverna de Marsoulas, o que indica que não era algo apenas coletado do mar, mas sim algo importante. Estas decorações consistiam em pontos vermelhos e até impressões digitais.
Como essa abertura de 3.5 cm parecia irregular e coberta por um revestimento, os investigadores presumiram que um bocal teria sido colocado no orifício, como é o caso de conchas mais recentes guardadas na coleção do Musée du Quai Branly - Jacques Chirac também na frança.
A história da humanidade continua escondendo descobertas incríveis, mesmo num ano em que imaginamos que nada mais possa ser descoberto. A ciência e a pesquisa continuam sendo a base forte do nosso conhecimento e continua encantando a todos nós a cada dia. Nós, da Estuda.Com ficamos muito felizes cada vez que algum avanço é feito em qualquer área do conhecimento e para nós é sempre um prazer compartilhar todas as novidades com você.
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