É possível ser professor e não influenciar seus alunos?
Não influenciar os alunos com as suas próprias crenças e costumes tem sido uma demanda frequente nas novas habilidades que um professor de sucesso precisa manter. Mas, existe uma maneira de fazer isso?
A neutralidade no discurso acadêmico está sendo muito mais exigida pelo momento social atual que em outras épocas. A bipolarização dos pensamentos e as complexidades das questões sociais formam uma motivação especial para que o professor reflita sobre a sua influência em sala de aula, e desenvolva habilidades para se comportar de maneira neutra, acolhedora e ao mesmo tempo coerente com as suas próprias crenças e valores.
É importante lembrar que tanto a educação como a influência são vivenciadas em ciclos. Ao transmitir conhecimento não é só o professor que influencia os alunos, alunos também exercem uma grande influência sobre o professor, e ao tratar essas questões de forma respeitosa e coerente, cria-se um círculo de um bom aprendizado e trocas de valores na medida certa para não ofender ninguém.
Separamos algumas dicas que podem te ajudar a manter uma neutralidade saudável em sala de aula:
Mantenha o foco no conteúdo.
É fato que a figura do professor tem uma influência muito forte na vida do aluno. Mas atente-se para um fato ainda mais importante: é a qualidade do professor que tem um grande peso nessa influência. Sendo assim, a maneira mais eficaz de evitar que todos os seus pré-conceitos, vivências e costumes sejam relevantes no processo de aprendizado do aluno, é mesmo mantendo o foco no conteúdo a ser estudado e transformando-se numa referência em qualidade, acolhimento e apoio durante o ano letivo.
As pesquisas mais recentes sobre qualidade no ensino mostram que não há fator mais importante para o sucesso do aluno na escola e na vida adulta que um bom professor. A qualidade de transmissão de conhecimento do professor é mais decisiva que o tamanho das redes de ensino, que a localização da escola no mundo e até que as diferenças socioeconômicas entre os estudantes. Invista em ser o melhor educador que você pode, esse com certeza será o seu melhor legado.
Abra espaços para debates entre os alunos e comporte-se como apenas um mediador.
Criar debates em sala de aula é de grande valia para a formação educacional dos alunos. A atividade estimula o desenvolvimento do pensamento crítico e a prática da elocução, além de auxiliar no processo de desenvolvimento do raciocínio lógico. Uma excelente maneira de tirar a sua visão de mundo do foco é colocar a dos alunos em evidência. Organize debates periódicos no final de cada tópico estudado. Além de servir como uma excelente revisão, você terá a oportunidade de ajudar os seus alunos a construírem suas próprias opiniões e incentivá-los a buscar por soluções ativas, que beneficiam toda a sociedade.
É importante lembrar que debate é uma discussão acerca de possíveis formas de resolução de problemas. Diante disso, também é importante lembrar que, em um debate, pode haver julgamento das exposições realizadas, de forma que uma argumentação possa ser considerada ofensiva a um determinado grupo. Para evitar problemas, coloque-se no papel de mediador e lembre seus alunos que argumentos são válidos, ataques não. Para facilitar ainda mais, crie sempre 3 grupos: um para defender uma ideia, outro para questionar a ideia e um terceiro para considerar a discussão e encontrar a melhor solução para o problema. Assim, você também se isenta deste papel.
Ao aconselhar, retire-se do papel de protagonista e entenda as perspectivas dos alunos.
É comum que alunos busquem os professores para pedir opinião sobre as suas futuras decisões, dificuldades e desafios e até muitas vezes sobre carreira, problemas familiares ou questões pessoais. Esse é um momento delicado, além de um perfeito ambiente para que a neutralidade seja deixada em segundo plano. Portanto, mantenha-se atento: lembre-se que tudo o que você acredita pode não fazer parte da realidade do aluno e o melhor a se fazer é iniciar a conversa com um exercício de olhar empático sobre outra perspectiva de vida do aluno. Troque de lugar com ele, coloque-o como protagonista das suas próprias decisões por meio da retórica e mais uma vez do apoio e acolhimento. Com certeza todos sairão mais felizes dessas conversas!
Como diz Florestan Fernandes e todos podemos concordar, “não há neutralidade no pensamento”. Mas, também podemos dizer que existe pluralidade e desejos de construir uma nova geração cada vez mais capaz de desenhar um novo caminho. Você está fazendo um bom trabalho, acredite!
Continue lendo nosso blog e confira dicas para sua carreira.
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