O ano do meu segundo ENEM
Depois da experiência com o primeiro ENEM, a Vitória conta pra gente como foi o ano do segundo exame, com todas as decepções, sofrimentos e aprendizados envolvidos.
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Depois da experiência com o primeiro ENEM, a Vitória conta pra gente como foi o ano do segundo exame, com todas as decepções, sofrimentos e aprendizados envolvidos. Confiram:
[...] Terminei aquele ano achando que foi um horror, muito difícil, puxado... Coitada.
Coitada mesmo! Entrei no 2º ano do Ensino Médio já querendo sair. As provas estavam ficando cada vez mais difíceis e muito mais voltadas para os vestibulares, eu diria. Mesmo assim, eu não reservei horas do meu dia pra estudar especialmente pra isso. O que mudou, foi que eu comecei a fazer mais exercício de provas do ENEM anteriores, pesquisava as notas de corte do meu curso, avaliava as dificuldades das matérias pra ver em qual eu provavelmente me sairia melhor e em quais eu deveria focar os estudos.
Nesse ano, eu não fazia cursinho de redação ou de outras matérias, mas a minha carga horária de estudos aumentou. Eu fazia curso de inglês duas vezes por semana. Depois do almoço eu costumava cochilar uns 40 minutos, ia para o curso, e depois estudava para as provas. Mas depois que eu vi que a coisa estava feia, nem cochilo mais eu me dava ao luxo.
E foi assim, estudava depois do almoço com pausa de uma hora (sou dessas!). Todos me diziam que pausa de meia hora era suficiente, pra mim não. Foi legal, porque acabei descobrindo meu tempo. Eu lanchava numa boa, ficava na internet, conversava, assistia, depois voltava com calma e MUITO mais renovada do que se fosse uma pausa de trinta minutos!
As notas estavam indo muito bem, mas a preocupação tinha aumentado, até porque, só de lembrar que no próximo ano seria pra valer, já passava mal de ansiedade. Perfeccionista e pessimista como sou, depois de muito conversar com amigos, família, pesquisar na internet, comecei a ver pessoas que passavam três, cinco anos no cursinho pra conseguir uma vaga de medicina. Detalhe: mesmo com notas altíssimas, não era o suficiente pra passar.
O mundo desabou pra mim. E foi uma das coisas mais difíceis, que eu demorei pra aceitar. Eu não queria de forma alguma estudar coisas que eu não gostava, por tantos anos, pra conseguir conquistar a profissão dos meus sonhos. Pra mim, era um desperdício de tempo, uma injustiça. Foi aí que começou a bater os momentos de revolta com tudo! Com o país, com a política do país e por aí vai! Críticas à parte, esse foi o meu grande momento de fraqueza.
Por algumas semanas, eu não sabia mais o que eu queria. Não sabia se medicina seria pra mim, comecei a me sentir muito fraca pra tudo aquilo. Eu até pensava: e se eu passar? O pessimismo voltava e respondia: não vai aguentar a rotina de um estudante de medicina. E se eu aguentar? Não ia ter família, vida social, nada. Pasmem senhores: por MUITO tempo eu fiquei assim. Não sabia se tinha valido a pena o meu esforço durante todo o meu tempo na escola, comecei a pensar em quais outras profissões eu me encaixaria.
Eu não diria que eu “quase” mudei de escolha, porque o fato de eu querer ser médica nunca foi embora, mas eu só pensava que talvez eu não fosse ser forte pra isso, sabe? Mas, mesmo pressionando a mim mesma, eu nunca tive pressão da família nem nada. Muito pelo contrário, minha família sempre deixou claro que me apoiaria o quanto fosse necessário em qualquer decisão que eu tomasse. E isso sempre foi mais do que importante pra mim, sem dúvidas! De qualquer forma, eu tinha que continuar pesquisando sobre vestibulares pelo resto do país.
Aqui no meu estado eu conhecia a Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), e se eu passasse, seria em uma cidade do interior. Resolvi fazer pra ver qual era, mas meio duvidosa, sempre escutei muita crítica sobre a estrutura em geral de lá. De qualquer forma, fui! Não estava ansiosa nem nada, mesmo se eu passasse não teria como me matricular. Foi só mais um teste, e olha só: saí super confiante. Eu conhecia a maioria dos conteúdos e me senti o máximo na redação, até porque, a prova não era nada cansativa.
Depois de me sentir orgulhosa, fui à escola e resolvi corrigir algumas questões com os professores... e estava indo muito bem, obrigada! Mas, alegria de estudante dura pouco. Assim que saiu a nota, foi um balde de água gelada. Minha nota tinha sido baixíssima, não fui nem classificada para a correção de redação. E aí me subiu aquele ódio, uma raiva, eu estava sem entender! Havia corrigido algumas questões e estava indo bem, por que uma nota baixa daquela? Resolvi jogar pro ar. Não, não corri atrás, não queria saber.
Todo mundo sempre dizia que quando alguém quer medicina, não pode se dar ao luxo de escolher o lugar, eu sempre ouvia: faça vestibulares em toda cidade que puder, o importante é passar! E, claro, enquanto todo mundo nadava a favor da maré, eu nadei contra. Resolvi que não faria mais NENHUM outro vestibular, me dedicaria total e somente para o ENEM. Simplesmente resolvi ter apenas um foco.
É claro que todo mundo me chama de louca quando eu digo isso, que eu vou demorar muito mais pra conseguir. Verdade. Pode ser que demore mais. Mas eu comecei a pensar muito no meu bem-estar, e talvez se eu resolvesse enfrentar todos os outros vestibulares, eu não conseguiria fazer nada direito. Eu sei o quanto sou perfeccionista, exijo demais de mim mesma, e como nenhuma prova é igual, eu teria que me adaptar aos vários tipos, além de que, caso eu passasse para outro estado, eu precisaria de muito dinheiro para me manter. Tomei essa decisão muito facilmente, por enquanto, pelo menos, não vou mudar de ideia.
Mas, enfim, o ENEM estava chegando mais uma vez. Claro, ainda como treineira, e um pouco mais tranquila, eu fui fazer a prova mesmo assim. Já sabia como funcionava o tempo, tinha uma noção maior sobre os conteúdos, e isso me ajudou muito, óbvio. Confesso que não me senti 100% confiante nessa segunda vez, mas todas as minhas notas aumentaram. Menos redação, que por incrível que pareça foi a mesma que a do ano anterior, e foi a melhor de todas as matérias. Eu estava no caminho certo... Agora não tinha para onde correr. O terceiro ano estava batendo na minha porta, e eu sabia que seria o ano mais complicado de todos. Mas eu não esperava a metade do que aconteceu...
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